Crônicas da Floresta- Livro 1- A Árvore Flamejante

Capitulo 29- Um recadinho para Tau e Kerana: Vão de ferrar!

                 Todos corremos o mais rápido possível na direção de Beni, ao ouvir seus gritos. Todos sacavam suas armas o mais rápido que podiam, enquanto tentavam chegar até o semideus que estava com problemas... Mas não preciso nem dizer que chegamos tarde demais. Não conseguimos proteger Beni.

                    Quando chegamos perto da caixa d'água mágica... A vimos caída sobre as pernas de Beni, que estavam totalmente estraçalhadas. Beni sangrava muito e continuava tentando pedir socorro. Sua lança estava jogada ao seu lado, quebrada. Seu rosto estava marcado pelo suor e exaustão... Mas aquele não era nem o pior.

                   Parado, em frente a casa, estava a segunda criatura mais feia que já vi em toda minha vida! Se não fosse conhecedor de outras mitologias, diria que aquilo era uma hidra... Mas de certo não era. Tinha corpo de lagarto... Cheio de escamas e com um longo rabo. Porém, suas sete cabeças eram de cachorro, muito parecidas com doberman... E tinha uns dez metros

                    Aquele estranho bicho parecia uma mistura de Cérbero, o cão de três cabeças da mitologia grega com a hidra... Só que muito maior assustador... Pensando bem, talvez eu dissesse isso porque nunca vi uma hidra ou o Cérbero, não deixa de ser uma possibilidade.

                     A cabeça da ponta abocanha Beni, desgrudando a parte de cima de seu corpo... Apenas as pernas e o tronco de Beni permaneciam esmagados pela caixa d'água. O animal devorou o corpo do semideus em instantes. Isso me deixou completamente assustado. Sufoquei um grito nada masculino de pavor e me escondi atrás de Nin.

                          —Mas que diabos?— pergunta Lizzy. Seus olhos estavam arregalados e ela empunhava seu livro, como se estivesse prestes a usá-lo para bater no monstro— Como se mata essa coisa?

                        —Não se mata—diz Maíra, estremecendo— Esse é Teju Jagua, o filho mais velho de Tau e Kerana. Um dos sete monstros lendários. Ele é deus das cavernas e vive na agua doce... Mas não sabia que tinha poderes sobre caixas d'água.

                       —Tau e Kerana... De novo esses dois. Acho que essa mulher precisa de uma camisinha— disse Lizzy, extremamente irritada

                          —Perfeito— disse Nin, com os olhos ardendo em chamas. Ela estende a mão direita, que arde em chamas instantaneamente. Todos olham para ela, embasbacados— Se é um deus, eu posso matar... Segurem ele.

                         —Você é retardada, idiota?— pergunta Caimana, empurrando Nin— Na primeira vez que usar a chama sagrada, seu corpo vai arder e se tornar cinzas... Precisamos matar Anhangá. Não desperdice seus poderes com essa coisa... Vamos jogar um osso para ver se ele vaza.

—Totozinho, do coração

O deus mais inteligente

Não me mata não

                                                                          Mas pode matar essa gente— disse Tilico, apontando para gente e dando alguns passos para trás, assustado.

                        "Pirralho chato" penso, encarando-o com raiva "devia ter deixado ele com os traficantes... Ele ia ver só"

                        "Saudações, semideuses da profecia... E Jonathan traidor" diz uma voz em nossa mente. A voz era grossa, semelhante ao latido de um cão grande "Eu vim até aqui lhes dar uma chance... Jonathan, junte-se a nós e pouparemos cinco de seus amigos. É o suficiente?"