Capítulo 30- Matriculem a Lizzy em Hogwarts, sério, nossas vidas dependem disso

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                         —O que está esperando?— pergunto, balançando os braços. Estava muito agitado, tinha medo de que o monstro maldito revelasse meus segredos para quem quisesse ouvir... Embora eu não tenha tanta certeza sobre a primeira parte do que ele disse— Anda, faz logo, enfeitiça ele agora!

                      —Pode sair errado— diz Lizzy, mordendo os lábios— Não é um feitiço muito claro... Aqui só diz "Ver de mentira". Pode significar muitas coisas... Também não sei se o feitiço vai afetar todos aqui é como vai afetar...

                       —Eu sei uma ou duas coisas sobre magia...—Disse Kaléo, olhando para Lizzy— Esse feitiço é seguro, vai servir. Faz. Agora.

                         Enquanto conversávamos, o monstro havia conseguido chegar até Piá, lhe dando uma forte cabeçada, que o lançou na direção de Nin, completamente enrolado por suas próprias vigas. Ele derruba Nin, libertando outra das cabeças de sua luta... Agora apenas Rafael, Ana, Caimana e Tilico lutavam contra aquele monstro. Lizzy olha para eles, então assente para Kaléo.

                        Lizzy tira um pequeno bisturi do bolso da calça. Com força, ela pressiona o bisturi contra a palma de sua mão. Lentamente, o talho que ela havia aberto começa a sangrar. Conforme o sangue escorria por sua mão, Lizzy parecia ter entrado em transe, estava convulsionando enquanto seu corpo tremia violentamente. Era a coisa mais estranha que eu já havia visto... Certamente, Harry Potter nunca passou por isso.

                       —Eçá Potoca, Eçá Potoca, Eçá Potoca, Eçá Potoca, Eçá Potoca...—Lizzy repetia freneticamente, enquanto seu corpo parecia sacudir cada vez mais forte. Talvez fosse aquilo que queriam dizer com "Xamã forte". Seriam os curandeiros que aguentavam fazer os feitiços sem morrer.

                       Foi então que aconteceu... Uma fumaça negra começou a fluir de Lizzy, passando por cada canto da favela a nossa volta (Really mortais? Nada? Do que chamam isso? Ah, é só uma fumacinha preta na minha casa... Vou ignorar!). A fumaça começou a preencher cada canto da batalha... Até que fosse impossível enxergar um passo a minha frente.

                       —Caimana, agora usa toda a luz que puder— grito, esperando que a garota me ouça. Sabia que os olhos do deus se ajustavam a escuridão e a cavernas melhor que os nossos... Por isso, era mais facil que a luz muito forte o atingisse com ainda mais precisão no escuro.

                      É então que acontece... Mesmo de onde estava pude ver o clarão. Era tão forte, que poderia cegar até mesmo um humano comum. Escuto os poderosos ganidos do monstro, que fazem a terra sacudir devagar. Meu plano havia dado certo! Estávamos ganhando uma luta contra um deus.

                      —Para!— grita alguém, com uma voz fina e infantil. Consigo distingui-lá depois de um tempo, era Tilico— Você está machucando ele! Para com isso Caimana, por favor! Não machuca ele, não machuca ele!

                          Caimana não responde o garoto, apenas mantém o ritmo, fazendo a luz brilhar cada vez mais forte, fazendo o animal ganir cada vez mais alto. O som era de cortar o coração, o que me fazia entender Tilico, ele era mais novo que a maioria de nós, deveria ter uns 13 ou 14 anos, no máximo. Ver um animal sofrer deveria ser terrível para ele. Mas Caimana não parou.

                          Foi então, que escutamos um baque forte. Os ganidos continuaram, só que mais fracos. A luz de Caimana se apagou lentamente. Não entendia o que estava acontecendo. Por que Caimana havia parado de brilhar? Nós estávamos ganhando.

Crônicas da Floresta- Livro 1- A Árvore FlamejanteOnde histórias criam vida. Descubra agora