Crônicas da Floresta- Livro 1- A Árvore Flamejante

Capítulo 51- Obrigado e adeus

Assim que a luz diminui, vejo cinco deuses parados em frente aos Perverosos. Eles me lembravam mais os vingadores. Enquanto a postura do outro grupo havia me lembrado a liga da justiça. Continuo abraçado a Kaléo, tentando me apoiar para assistir a luta.

No centro, havia Guaraci, com todo o seu esplendor e seriedade, representava o capitão America. Vestia roupas militares, como se fizesse parte da marinha brasileira ou algo do tipo. Em seu lado esquerdo, estava uma linda mulher, que parecia furiosa. Dizer que Jaci me lembrava um pouco Caimana seria eufemismo. Elas eram extremamente parecidas... Até mesmo na péssima escolha para se vestir. A deusa vestia uma saia longa, como se fosse um vestido curto, preso em sua cintura por um cinto grande de couro. Ela representava a viúva negra.

Do lado direito de Guaraci estava Tupã, vestindo uma armadura de combate romana. O Tupã usava um elmo com decorações azuis, como raios, segurando uma lança que parecia soltar faíscas. O deus, lembrava Thor, por motivos óbvios... Enquanto o deus ao seu lado me lembrava o mercúrio. Meu coração quase para ao identificar o homem como o avô de Kaléo. Ambos tinham o mesmo cabelo e os lindos olhos azuis, que me hipnotizaram desde o momento em que vi o garoto. Por ultimo, ao lado de Guaraci, havia a X men, Jean Grey. Angra, a mãe de Nin estava com toda sua gloria, com os cabelos ruivos encaracolados queimando.

—Estamos salvos!— digo, animado, na empolgação, acabo beijando Kaléo, o segurando com toda a força que ainda tinha, animado—Os deuses vão acabar com eles e poderemos seguir nossas vidas... Poderemos namorar e viver no Beto Carrero juntos... Quem sabe não possamos adotar umas crianças?

Kaléo me encara, tristemente. Ele segura meus ombros, olhando fundo em meus olhos. Por um segundo, fiquei com medo de que ele estivesse prestes a terminar comigo, agora que as circunstâncias não tornavam nosso namoro mais tão excitante. Praguejo mentalmente.

—Jonathan— diz Kaléo, pacientemente, como se estivesse falando com uma criança— É claro que eu amaria passar o resto de minha vida com você no Beto Carrero. Porém, precisamos ser realistas... A luta ainda não acabou. O véu está aberto e não vai fechar. Onde quer que joguem Anhangá, ele voltará.

Algo em meu peito morre ao ouvir tais palavras. Cruzo os braços, olhando para o chão. Ele tinha razão. Ao longe, podia ver meu japim voar até mim, pousando em meu ombro, enquanto imitava o canto de um beija-flor... Como os outros pássaros podiam odia-lo?

Kaléo me dá a mão, enquanto a batalha dos deuses começa. Os semideuses saem de cena, se tornando espectadores, enquanto o primeiro deus começa a tentar golpear Anhangá. A primeira foi Jaci, tentando se vingar pela morte da filha.

A deusa criou um lindo arco, semelhante a uma lua minguante, ela disparou algumas flechas contra o deus, que desviou, se transformando em uma doninha. Ele não tinha muitos problemas com transformações animais.

Jurupari revidou por ele. O deus estendeu as mãos, criando correntes feitas de Aiba Aimirim, que se prenderam aos pulsos da deusa. Assim que ele conseguiu, usou as correntes para arremessar Jaci para o céu, seu verdadeiro lar.

Tupã e Guaraci criaram um golpe combinado. Tupã criou um enorme estrondo, que atordoou Anhangá enquanto Guaraci lançava um raio de energia solar em sua direção. Não consigo deixar de sorrir. Até que eles estavam se virando bem....

Angra e Polo tentaram atacar Jurupari, mas um golpe acabou por anular o golpe do outro, favorecendo o deus, que acabou notando a aproximação. Jurupari criou um enorme taco de Basebol feito de Aiba Aimirim, atingindo Angra, que saiu voando para longe, enquanto o deus ria descontroladamente.