Capitulo 46- O fim do nome dos capítulos com piadinhas

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Conforme Jaci Jaterê andava em nossa direção, Caimana parecia tentar se lançar sobre ele. Se não fosse por Rafael e sua incrível força de lobisomem, ela o teria feito. A filha da lua gritava e chorava, derrotada, lutando para acabar com aquele que a havia enganado.

Maíra discretamente sacou uma faca, enquanto seus cabelos cor de rosa bagunçavam ao vento... Seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ela tremia, pronta para acertar o deus enquanto ninguém estivesse olhando. Por isso decido me aproximar dela para impedir que faça algo que vá se arrepender depois.

Segurei a mão trêmula de Maíra, a fazendo olhar para mim. Seus olhos estavam esbugalhados e vermelhos... A filha da simpatia parecia estar prestes a me dar um soco, que coisa mais irônica, não é? Naquele momento, a fragilidade de Maíra me lembrou de alguém...

—Não faça isso, Tilico está bem— digo, tentando confortar a garota. Ela e Tilico sempre foram muito próximos, por isso ela seria mesmo a primeira a sofrer com o sumiço dele.—Eu vi quando ele fugiu... Está em boas mãos com o japim, vão cuidar um do outro, estão seguros.

—Você não entende— diz Maíra— Tilico não é qualquer um... Ele é meu irmão! Nosso pai se relacionou com duas deusas diferentes e nos teve de dois relacionamentos diferentes... Mas eu nunca tive a chance de contar isso a ele. Agora, Tilico nunca vai saber que ele tem família... Eu deveria ter contado quando eu descobri, mas eu...

—Teve medo de que ele não reagisse bem— digo, sentindo um gosto amargo na boca—Maíra, eu entendo você, mas sugiro que abaixe isso e tente ser civilizada. Não terá chance de dizer nada a ele se estiver morta... Eu juro que protegerei vocês... Mesmo que tenha que morrer por isso. Você, Tilico, Lizzy, Minha irmã, Kaléo... Só colabore.

Ela apenas assentiu, guardando a faca e recuando, enquanto eu voltava a meu lugar, do lado de Lizzy. Via Jaci Jaterê nos levar para fora da caverna, um a um, nos puxando enquanto não podíamos fazer nada para nos defender.

§

Jaci Jaterê nos arrasta até um lugar do Cerro Coi, onde Ao Ao nos esperava, rosnando. Estremeço, olhando para o deus que parecia ansioso para nos devorar. Abro e fecho minha boca, pensando no que fazer, mas sabia que não poderíamos vencer de Ao Ao.

Três estacas de madeira estavam dispostas diante de nós, presas a pedras dispostas na montanha. Eu olhava para Jaci Jaterê com nojo, enquanto ele se aproximava de nós com um sorriso no rosto. O deus não parecia nem incomodado com o que estava prestes a nos fazer.

Jaci Jaterê começa a andar por nossa frente, como se escolhesse quem ele prenderia a pedra. Quando ele passa por Caimana, ela usa todas forças para juntar toda saliva em sua boca e cuspir no rosto deus. Todos ficamos indignados com a ação da garota... Considerando que ele estava escolhendo alguém para matar.

Jaci Jaterê limpa o cuspe do rosto, esfregando a mão direita pela bocheca, onde a saliva de Caimana deslizava lentamente, o deus não parecia irritado, apenas decepcionado, o que me fez olhar para ele mais intensamente e confuso, enquanto ele passava para a próxima pessoa. Savana.

A semideusa se joga aos pés do deus, os beijando exageradamente enquanto pedia perdão. Jogada ao chão, vestida apenas com seu biquini e implorando para um homem, parecia uma híbrida de cachorrinho pidão e leão marinho, feia, esquisita e de se dar pena. Senti nojo de sua submissão.

Jaci Jaterê a chutou, passando por Nin, que apenas lhe mostrou o dedo médio, com o rosto ainda inexpressivo. Seus olhos brilharam, como uma chama, que fez o deus recuar um pouco... Ela poderia matá-lo e ele sabia disso. Ele respeitava isso, podia ver em seus olhos.

Crônicas da Floresta- Livro 1- A Árvore FlamejanteOnde histórias criam vida. Descubra agora