Capítulo 40- Voamos em cavalos alados... Já ouvi algo parecido em algum lugar

15 2 1
                                    


                            O vento cortante me atingia com força. Meu corpo chacoalhava de um lado para o outro, enquanto me agarrava ao pégaso de gesso o mais forte que podia. Meu coração parecia que ia sair pela boca. Lágrimas escorriam por meu rosto enquanto o pégaso voava livremente pelo céu.

                             —Que lindo!— diz Lizzy. Podia ouvir sua voz, de seu pégaso que voava ao lado do meu. Ela parecia gargalhar enquanto voávamos— Abre os olhos Nate, você precisa ver isso! É a coisa mais linda que já vi na minha vida, deixa de ser mariquinha, seu besta! Abre os olhos.

                                     —E-eu v-vou morreeeeeeeer— grito, me agarrando ao pégaso. A cada lufada de ar, me sentia mais próximo de minha morte— Q-quero descer! E-encosta, e-e-encosta! Kaléo, para essa coisa! Eu tenho medo de altura!

                                     —O curumim do deus do pesadelo tem medo de altura?— pergunta Kaléo, em meu ouvido. Sua cabeça estava apoiada em meu ombro, enquanto ele me abraçava fortemente... Talvez ele estivesse se aproveitando um pouquinho da situação— Sinceramente, estou começando a ter vergonha de namorar com você! Não tem como encostar em lugar nenhum Nate, estamos voando, não estamos em uma estrada, onde tem um acostamento!

                                         —Por isso mesmo que tenho medo de altura! Como você acha que as pessoas acordam de pesadelos?— pergunto, estremecendo— S-se eu, morrer, e-eu volto para puxar o seu pé! N-Não quero saber s-se não tem acostamento no c-céu! P-para, e-eu quero descer! AHHHHHH.

                                   —Vergonha, Vergonha, Vergonha— Repetiu o Japim de meu bolso, mimetizando a capacidade vocal de um papagaio novamente.—Vergonha Nate, Vergonha Nate.

                                   —Cala a boca!— resmungo. Até mesmo o pássaro estava tirando sarro da minha cara! Era muita humilhação para uma pessoa só.

                                    —Jonathan, você não vai morrer, confie em nós e abra os olhos— diz Rafael, usando seu charme lobisomem.—Nada vai acontecer com você, só levante a cabeça e se concentre na velha, precisamos pegá-la. Não sabemos o quanto essa magia de Kaléo vai funcionar.

                                             —Tecnicamente, não é minha não— diz Kaléo, ainda abraçado a mim— Eu fiz um pedido a meu pai, ele atendeu. Demos muita sorte. Ele poderia estar de TPM e simplesmente nos deixar plantados em cima de pégasos de gesso no parque como um bando de crianças idiotas.

                                          —Bom, pelo menos não vamos cair—Diz Lizzy, de seu lugar.

                                             —Eu não disse isso— diz Kaléo— Se nós enfurecermos meu pai por algum modo, ele pode retirar a capacidade magica de voo dos pégasos... Então vamos ser um bando de meta humanos semi divinos que vão virar pizza em poucos instantes. É bem simples, na verdade, meu pai ainda está manipulando esses animais. Por isso, Nate, é bom dizer para o meu pai que não vai recusar meu pedido de casamento. Não quer enfurecer o seu sogro.

Nós vamos morrer

Mas o passarinho não

Ele pode correr

                                                              Enquanto caímos no chão— Recita Tilico, de modo musical, enquanto voamos, me fazendo ficar pálido.

Crônicas da Floresta- Livro 1- A Árvore FlamejanteOnde histórias criam vida. Descubra agora