Capítulo 35- Meu príncipe encantado me leva para o seu castelo

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                           Depois que Kaléo acordou, ele nos guiou, mostrando como acessar a Sociedade da Vitória Régia pela praia de Copacabana... Sei o que devem estar perguntando. COMO? Quero me jogar no mãe e chegar até o lugar mágico que o tio Nate falou. Porém... Existem algumas coisas, que não devem ser explicadas, para não acabar com a magia (Também porque essas coisas mágicas não funcionam com mortais. Não quero incitar a morte de ninguém!).

                           Lizzy me seguiu de perto, me dando fortes cotoveladas sempre que o Kaléo olhava para trás para conferir se estávamos em sua cola. Ela dizia que ele estava dando mole para mim é que se eu não pegasse ele de novo, ela pegaria... Vocês sabem, coisas estranhas e nada discretas que a Lizzy diz.

                           Rafael e Ana andavam agarrados pela sociedade da Vitória Régia, olhando para cima com um sorriso no rosto. A melação romântica deles me deixou com um misto de nojo e inveja, enquanto, vez ou outra desviava o olhar para Kaléo e me lembrava de nosso beijo/respiração boca a boca.

                           Kaleo indica o poço artesiano certo, então andamos até ele, onde a fila era minúscula... É, como eu disse, essas coisas são confusas. As filas não costumam ser tão grandes... A menos que sejam para o estado do Rio de Janeiro. Existe apenas um poço artesiano que leva até o Rio.

                          Por que?

                             Muito simples, caro leitor. O Rio de Janeiro, é a terra dos brancos, um lugar muito perigoso para semideuses, pelo grande número de monstros... Como o próprio nome diz. Karai- oca. Ou como costumamos chamar: Carioca! O nome veio, porque a muito tempo atrás (e talvez até nós dias de hoje) o Rio de Janeiro era composto em maioria por brancos... Estou despejando cultura inútil sobre vocês de novo! Vamos voltar para a história?

                        Saímos em uma praia modesta, na região sul do país. A praia era na cidade de Penha, a cidade onde se encontra o Beto Carrero World. Ela não chegava a ser nem mesmo dez metros de distância do Parque... Ou seja, tivemos que ir andando até lá, o que foi terrível, já que meus pés estavam me matando, depois de tanta caminhada. E não eram nem três horas da tarde ainda!

                       Sinto meu estômago roncar de fome, enquanto olhava para Kaléo, que sorri para mim, diminuindo o passo para poder andar ao meu lado. Entendendo a intenção de nosso novo guia, todos começaram a caminhar na direção que ele havia caminhado anteriormente, colocando Piá a frente, para escolher o lado oposto ao que ele dissesse caso tivessem alguma dúvida.

                        —Então... Jonathan— diz Kaléo, olhando em meus olhos— Eu gostaria muito que conhecesse o parque... É que pessoas como nós se escondem. Os semideuses do Andurá e da Jurema não podem nos pegar aqui... Eu gostaria que ficasse aqui comigo, no parque. O que você acha?

                       Os olhos do garoto eram tão bonitos e brilhantes que tive que resistir ao impulso de gritar: "Ficar com você? Eu quero casar com você". Eu não queria ser bissexual... Mas aquele garoto me deixava tão confuso. Talvez eu pudesse ficar com ele. Só ele. O único garoto que eu ficaria. Não tem problema, certo? CERTO?

                          Kaléo continua olhando para mim. Só então eu percebo que eu precisava responder aquela pergunta. Porém, como faria isso se eu tinha esquecido de como se falava? E não podia abandonar Lizzy, nunca! Nem mesmo pelo possível (eu disse possível!) amor da minha vida.

Crônicas da Floresta- Livro 1- A Árvore FlamejanteOnde histórias criam vida. Descubra agora