Cama elástica

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— Parabéns pra vocêêêêêêêêê!!!! — cantarolei alto para acordar a aniversariante.

— O papai já chegô? — ela disse assim que abriu os olhos.

Minha alegria então se desmanchou em pedacinhos. Caquinhos onde eu pisava e cada vez mais me machucavam.

— Ainda não minha pequena... mas não se preocupe, sabe, ele está trazendo um grande presente.

— Mas o papai develia tá aqui. — ela fez biquinho.

Não tinha respostas, não tinha reação. O que eu diria?

— Feliz anivesálio Duda!!! — Henri disse entrando no quarto com um cupcake nas mãos.

Obigada, Henri. — ela disse voltando a ter aquele belo sorriso com duas covinhas.

— Eu tuxe esse bolinho pa você, eu que fiz — ele disse orgulhoso.

Ele estava coberto de farinha nas mãos e no nariz. Duda ficou com a sobrancelha levantada, como se estivesse desconfiando que realmente tivesse sido ele.

— Vamos, levante, temos muitas coisa pra fazer hoje. Sua festa vai começar em... — olhei para o relógio — cinco horas!

— Eu vou pimeiro! — Henri gritou.

— Quem chegar por último é a mulher do sapoooooo! — ela gritou disparando na frente.

Henri disse que havia deixado Duda ganhar por causa do aniversário dela, mas eu sabia que não era verdade. Ele sempre deixava ela ganhar em tudo, ele a amava demais pra deixar que ela perdesse algo. Queria que alguém também tivesse tido esse cuidado comigo...

— Kate, você ainda não disse para ela? — Vitória perguntou.

— Não, eu não vou contar. — eu disse, saindo da porta do quarto.

— E o que acha que vai acontecer quando ela ver que ele não está aqui? — ela me seguiu.

— Vitória, você pode parar de encher meu saco? Eu sei o que ela vai sentir quando vir que ele não está aqui, mas eu não vou deixar que ela fique triste agora, porque ela não vai aproveitar a festa. É aniversário dela, Vitória, não vou deixar que Alissom estrague isso.

A campainha tocou, salva pelo gongo. Ao abrir a porta, o carteiro. Não aguentava mais pagar contas.

— Kate Almeida? — ele perguntou com uma pequena caixa nas mãos.

— Sim, sou eu.

— Pode assinar aqui? — ele esticou uma prancheta e eu assinei.

— Vitória você pediu alguma coisa pela internet? — gritei.

— Não.

— Deve ter algum engano, eu não pedi nada pelo correio. — falei, o carteiro olhou de novo em sua prancheta.

— Seu nome e endereço estão escritos aqui. Foi mandado por Alissom Moura, de São Paulo. — seu nome ainda fazia cócegas no meu estômago.

— Tá, me dê aqui que eu assino.

Peguei aquela caixa com o maior ódio do mundo, provavelmente era o presente da Duda que ele resolveu dar, já que ele não vai vir para o aniversário dela.

Havia uma carta, e tinha o perfume dele. Maldito perfume!

Não espero que este presente compense minha falta, mas espero que ela goste.

Com amor, Alissom.


— Idiota.

Deixei o presente em cima da cama de Duda, eu não iria  que era do Alissom, ela ligaria os pontos na hora. Se ela perguntasse, o prente era meu.

O irmão da minha melhor amiga 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora