Apenas um olhar

1.1K 95 5
                                    

Não sabia de onde eu tinha tirado tanta vontade, mas pude perceber que não era somente eu que estava queimando de desejo. Alissom me ergueu pela cintura, me colocando em cima da bancada da pia. Trabalhei com os dedos trêmulos em sua camisa, tentando tirá-la a todo custo, mas havia botões demais.

— Kate, a gente não deveria fazer isso na cozinha. — ele disse, mas já estava envolvido demais para sair dali.

— Eu sei, mas as crianças estão lá em cima. — falei, estava ofegante.

— E se alguém entrar? — ele perguntou, puxando meu cabelo como sempre fazia para beijar meu pescoço. 

Não conseguia formular respostas quando ele me beijava daquela maneira, então só enrolei minhas pernas em sua cintura, para dizer "que se exploda".

— Aaaaaaaaah! — ouvi Duda gritar.

Saí correndo no mesmo segundo, subindo as escadas como uma maluca. Alissom veio logo atrás de mim.

— O que foi? O que houve? — cheguei até a porta do carro, ofegante. Em parte por ter saído correndo, e em parte...

— Olha o que tio Buno me deu! — Duda disse, mostrando a caixa cheia de furos em meu quarto.

Era um filhote de cachorro branco com manchas marrons. Duda olhou pra mim, aliás, os três olharam pra mim com uma cara esquisita.

— Vocês estão me olhando assim por quê? — perguntei.

— Porque você é a dona da casa e tem que autorizar... — Alissom disse, tentando não me olhar nos olhos. 

Demorei alguns segundos para formular uma resposta, meu cérebro ainda estava registrando os toques de Alissom pelo meu corpo, precisava de alguns segundos para as palavras saírem. 

— Claro que ele pode ficar, imagina se eu não vou deixar essa coisa mais linda ficar aqui! — falei, por fim.

Duda comemorou, abraçando o filhotinho junto com Henry. Vitória e Bruno nem se deram ao trabalho de subir as escadas, estavam muito ocupados conversando sobre sei lá o que. Fechei a porta, antes que o cachorrinho começasse a se aventurar pela casa e acabasse caindo da escada. Alissom me olhou, abotoando sua camisa novamente, ele ainda não tinha voltado a respirar normal.

— Vamos conversar no quarto da Vitória? — indiquei a porta, ele assentiu.

— Eu queria me desculpar, não deveria ter deixado isso acontecer. Você estava visivelmente abalada e eu acabei me aproveitando da situação. — ele começou, assim que fechei a porta do quarto.

— Alissom, não sou mais criança. Eu beijei você porque eu quis, e só por isso. Não tem nada a ver com eu não estar bem, ou abalada. — falei.

Algo nos olhos de Alissom começou a brilhar, era desejo. Dei alguns passos até a porta.

— Espera, não vai embora ainda. — ele disse.

— Não disse que iria embora. — girei a chave, trancando a porta.

Não estava certa do que estava fazendo, mas sabia que se não fizesse logo, iria acabar me matando. Alissom me olhou, confuso.

— Você tem certeza? — ele perguntou, segurando minha mão.

— Não, mas se não fizer isso agora, eu vou morrer. — sussurrei em seu ouvido.

Em resposta, ele me beijou lentamente, explorando cada centímetro do meu corpo, desvendando as curvas novas que eu havia adquirido com o tempo. Comecei a desabotoar sua camisa novamente, sem paciência, acabei puxando e arrebentando alguns botões. Parei o beijo por um segundo, para examinar a parede de músculos que estava a minha frente, pelo visto havia tirado tempo para malhar, estava ainda mais forte do que antes. Fui andando de costas em direção ao colchão, me desequilibrei e acabei caindo, mas ele me ajeitou delicadamente, antes de continuar a me beijar loucamente. 

— Kate, se você não me parar agora... — ele disse, seu tom demonstrava desespero.

— Eu não... — comecei a falar, mas o celular de Alissom começou a tocar. 

Ele o atendeu rápido, e a julgar por seus olhos, já sabia o que era: ele tinha que voltar. Era exatamente por isso que queria acabar logo com aquela agonia, porque sabia que ele iria embora a qualquer momento, e ficar me fazendo de difícil nunca funcionava. Infelizmente, não tinha mais forças pra continuar aquilo, por mais que eu o quisesse ali, também o queria todas as noites e todos os dias. Não apenas por um instante, não apenas por um momento, mas por toda vida. E ele acabara de me negar isso.

O irmão da minha melhor amiga 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora