E a minha pizza?

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Então estávamos em casa. Duda, Alissom e eu. Finalmente alguma coisa boa nessa história doida.

— Mãe — Duda me chamou, enquanto eu acariciava seus cabelos.

— O que?

— Por que você e o papai nao se casaram que nem a tia Agnes e o tio Gabriel? — ela disse, fazendo Alissom engasgar com o café.

— Eu não sei. — sorri, nervosa — Talvez um dia, minha pequena. Somos muito novos ainda.

— Um dia Duda, nós iremos nos casar e teremos onze filhos; onze irmãozinhos pra você brincar — Alissom sentou no sofá.

— Não sei não, Duda. Acho que não quero me casar com ele, sabe? Ele é muito metido — brinquei.

— Mas você ama ele mamãe — Duda choramingou.

— Ama nada. Essa aí é uma falsa!

— Ah, é? Vamos ver quem é falso aqui! — falei, e pulei em cima dele.

Ele estava sufocado por mim, e então se deu por vencido.
E depois de alguns minutos, ele saiu para ver Anna Júlia no hospital.

Com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, acabei me perdendo nas contas do mês, e nas compras do mês, e no emprego que eu não tinha mais e em todo o resto.

Peguei meu computador e tracei meu novo currículo, agora, com experiências profissionais na área pedagógica. Deveria servir pra alguma coisa, certo?

Imprimi alguns e outros eu mandei por e-mail.
Eu e Duda saímos para largar os currículos pelos lugares próximos.

— Mãe, e ali no hospital? — Duda perguntou, apontando.

— O que eu poderia fazer ali? Atender telefones?

— Mas atender telefones é legal. Vamos mamãe, por favor! — ela insistiu.

Suspirei. Tá, valia pena tentar.

Larguei meu currículo para uma mulher muito mal humorada, que eu tinha quase certeza  de que não iria dar a mínima pra ele.
Cheguei em casa, cansada e com fome.  Desejando comer coisas que nem existiam na minha geladeira.

— Querida, cheguei! — Alissom gritou da porta.

— Ah, que pena! Eu tava torcendo pra você ser atropelado.

— Eu trouxe comida!

— Alissom, você sabia que amo você? Porque eu amo!

— Aham. Ama.

— O que você trouxe, papai? — Duda perguntou.

— Eu trouxe pizza. Muitas pizzas na verdade! Só que eu esqueci no carro

— Eu pego! — falei e saí correndo. Pizza é pizza.

Cheguei no estacionamento e procurei pelo carro do Alissom. Normalmente ele fica perto do elevador, pois a gente não precisa caminhar muito, mas hoje ele estava lá na ponta. Ele fez isso de propósito.

Contornei o carro e adivinha? Ele tava trancado.

— Ótimo! Será que tem como arrombar, sem quebrar nada?

E de repente, o Gabriel aparece correndo.

— Kate, você precisa vir comigo! — ele disse, ofegante.

— Como assim?

— É a Agnes!

Eu nem pensei muito, eu só corri. Corri como se a minha vida dependesse disso.
Quando cheguei na casa deles, Agnes não estava lá.

O irmão da minha melhor amiga 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora