O irmão da minha melhor amiga 2

Folha em branco

Kate

Abri os olhos, opa, não deveria ter feito isso. Minha cabeça estava latejando, que luz forte é essa? Tentei abrir meus olhos novamente.

Espera, tem um homem olhando pra mim. Onde que eu tô? E por que minha cabeça tá doendo?

— Kate, eu sou o Dr. Brandão, sente alguma dor? —  o homem perguntou.

— Quem é Kate? — meus olhos estavam quase fechados.

— Você. —  ele arqueou a sobrancelha e pegou a ficha que estava na beira da cama — Pode me dizer qual seu nome completo? — ele colocou uma lanterna no meu olho.

— Meu nome é... — é? Qual é meu nome? Por que eu não sabia meu nome — eu não sei. — eu não estava entendendo.

— Bom, seu nome é Kate Almeida, tem vinte e três anos, e está no hospital pois teve uma concussão, por isso está tendo dificuldade de lembrar as coisas. Mas não se preocupe, vamos te levar para fazer uns exames pra ver se não podemos reverter logo isso.

— Tá bom. —  não entendi nada.

— A enfermeira vai te trazer comida após os exames, combinado?

— Ah, que bom! Eu tô morrendo de fome, só que eu não sabia se era educado interromper o seu discurso pra pedir comida. — que vergonha!

— Tudo bem, não é problema nenhum dizer que está com fome.

Ele saiu da sala, meia hora depois voltou e me levou para os exames. Depois voltei para o meu quarto, aguardando minha comida.

Aí um menino entrou no meu quarto, e ele não estava com o meu pudim que a Glória, a enfermeira, me prometeu.

Ele era bonito, será que era meu namorado? Ah, óbvio que não! Era bonito demais pra mim. Quando vê, tinha se confundido com o número dos quartos.

Sua voz era rouca, meu nome saindo da boca dele me causou arrepios, a barba estava por fazer, o que deixava seu rosto ainda mais bonito. Podia sentir seu perfume amadeirado de onde eu estava, e desejei poder senti-lo mais de perto.

O nome era bonito também, Alissom, fazia jus ao rosto.

Então ele disse me conhecer, e eu quis conhece-lo também. Como eu pude me esquecer de um rosto como aquele?

Algo dentro de mim se agitou, senti um leve frio na barriga quando ele sorriu.

— E você tem medo de borboletas. — ele disse.

— Eu não me lembro o que são borboletas, mas com certeza devem ser mortais.

— Elas não tem nada que possa te causar dano, você tem medo exclusivamente dos desenhos nas asas, teima que são assustadores.

— Devem ser mesmo!

— A Duda não acha isso. Ela acha elas fascinantes.

Um nome feminino. Duda.

— E quem é Duda? — não seja a namorada dele, não seja a namorada dele.

— É a sua filha.

Oi?

— Eu tenho uma filha? —  engasguei—  Espera, eu tenho uma filha de quantos anos?