O irmão da minha melhor amiga 2

Se apagam as luzes

O que era pra ser apenas um almoço, se tornou um café da tarde. Nenhum deles  pareciam ter notado que as horas já haviam passado, pois estavam muito preocupados com as histórias mirabolantes daquela tal de Anna.

É, o que eu podia fazer? Ela era completamente perfeita, bonita, boa de papo, viajada, aventureira e vários etc.

— Eu já voei de asa delta, foi muito emocionante. — ela me despertou do momento raivoso, contando mais algum fato super interessante da vida dela.

— Existe alguma coisa que você não tenha feito? — Alissom perguntou, sorrindo para ela.

— Bom, eu já fui escoteira, já fui paraquedista, fui alpinista e quando eu tinha onze anos eu quebrei meu dente, porque eu subi em cima da minha cama beliche e me joguei. — ela contou, sorrindo.

Ah, que interessante, Anna Júlia! Com onze anos eu quebrei o braço de um menino que bateu no meu irmão mais velho, olha que interessante.

— Com onze anos eu mal sabia amarrar o cadarço do tênis — Alissom fez graça, e ela explodiu em uma gargalhada, tocando seu braço.

— Pensei que com onze anos você tava ocupado tentando me tirar da cabeça. — me ouvi dizer. Todos da mesa olharam para mim, meu rosto queimou.

Droga, Kate!

— O que você disse? — Anna Júlia perguntou, curiosa sobre o que eu havia acabado de dizer.

— O... Alissom — comecei, tentando achar uma mentira que fizesse sentido — tinha ciúmes de mim e da irmã dele, e com onze anos ele só pensava em como me afastar dela.

— Vocês são amigos de infância, então? — ela levantou a sobrancelha.

— Não. — dissemos ao mesmo tempo.

Meu peito estava prestes a explodir, acho que não conseguiria sustentar aquela conversa por mais tempo. Levantei da mesa, recolhendo os pratos, mas Anna segurou meu braço.

— Espera, eu estou confusa. Vocês são pais da menina e se odeiam?

Ela continuou segurando meu braço, mesmo depois de terminar a pergunta. Aquilo foi literalmente de propósito, pra que eu ficasse e escutasse a resposta de Alissom.
Ele me olhou, cansado, clareando a garganta antes de falar.

— Bem, a gente não se odeia. — ele começou.

— Então vocês se amam? — ela sorriu divertida, Alissom e eu nos olhamos — Gente, eu tô brincando. — ela finalmente soltou meu braço.

— A gente conversa sobre isso outra hora, Anna. — ele sussurrou para ela, mas eu estava perto, consegui ouvir.

— Então vai ter outra hora? Vou começar a constranger você mais vezes. — ela tocou o pescoço dele, dando um sorriso malicioso.

— Pode apostar que sim. — ele sorriu de volta.

Deixei os pratos caírem no chão, deixando cacos por toda parte. Todos me olharam, o que eu iria dizer? Fiquei encarando a mesa por alguns segundos, até as crianças virem correndo para ver o que havia acontecido. Alissom me olhou, esperando que eu tivesse alguma reação... eu não conseguia me mexer!

— Duda, Henri, é melhor vocês ficarem lá no quarto, tudo bem? — Vitória disse, pegando as crianças pela mão.

Bruno fez uma cara de confusão, pois ainda estava parada no mesmo lugar há 2 minutos. Enquanto isso, Alissom e Anna juntavam os cacos do chão.