Destino

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Os dias estavam correndo depressa, nossa casa estava quase pronta. O quarto de Duda ganhou detalhes novos, além de seus móveis nas cores que ela escolheu e, finalmente, seu guarda-roupas.

O quarto dela tinha uma janela enorme, pois ela adorava as janelas, mas não era uma sacada, era apenas uma janela grande e bonita. Ela dava para o jardim, e se olhasse bem, dava pra ver o nosso esconderijo secreto.

— Mamãe, olha meu quarto de pincesa! — ela disse, pulando de alegria.

— Lindo, igual você. — toquei a ponta de seu nariz.

— Tô entrando! — Vitória gritou do andar de baixo.

— Estamos aqui em cima! — gritei de volta.

— Henry! Vem ver meu quarto de pincesa! — ela o puxou pela mão assim que ele chegou lá em cima.

Vitória veio logo atrás um pouco mais devagar.

— A que devo a sua ilustre visita? — falei.

— Eu vim me despedir. Mas volto para o seu casamento, eu prometo. — Vitória disse.

— Faça boa viagem minha amiga. — a abracei — Toma conta do nosso pequeno.

— Cuida da nossa pequena. E não deixa ela namorar ninguém, porque os nossos filhos foram feitos um pro outro! — ela sorriu.

— Bom, eu acho que isso não vai ser possível, porque logo logo ela vai crescer e se apaixonar por um idiota que vai partir o coração dela. Adolescentes e suas surpresas.

— Eu que o diga! Mas falando em surpresas... — ela sorriu e pegou a minha mão — Tem uma novinha bem aqui. — colocou minha mão em sua barriga.

— Ai meu Deus! Você vai ter outro bebê? Que coisa maravilhosa Vitória! Meus parabéns, mamãe. — a abracei.

— Eu descobri hoje, ainda não contei para o Bruno. Será que ele vai pirar ou ele vai super pirar? — ela brincou.

— Com certeza ele vai mega pirar. — sorri — Já pensou no que vai fazer quanto a sua mãe?

— Eu não sei, mas ela não vai tirar o Henry de mim.

— Mas é claro que não vai! Ele é o seu bebê.

— Eu estou com um pouco de medo, mas não vou deixar isso atrapalhar a minha vida, porque eu estou feliz com o Bruno e  agora, cos meus dois bebês. — ela colocou a mão em sua barriga novamente.

— Você está certa! Não deixe que ela atrapalhe a sua felicidade.

— Bom, agora eu tenho que ir. Vamos Henry, dê tchau para sua madrinha e para Duda.

— Tchau, dinda! — ele me deu um abraço apertado.

— Tchau, meu príncipe, vou sentir saudades. — falei.

— Espera Henry! Eu tenho pesente pra você. — Duda o entregou seu urso favorito, que ganhou de Alissom quando ainda era bebê.

Alissom ficou furioso quando soube que ela era alérgica à bichinhos de pelúcia, então ele rodou meio mundo pra encontrar um que era hipoalergênico. E desde então, ela nunca mais dormiu sem ele.

— Mas é o Sr. Urso, você não dorme sem ele. — Henry disse.

— Mas você é meu melhor amigo, e não quero que você se esqueça de mim. Você pode ficar com ele se pometer que nunca vai arrumar uma outra melhor amiga. — ela mostrou o mindinho.

— Eu pometo. — seus dedos se entrelaçaram. Eles fizeram um pacto de mindinho, ouvi dizer que é um dos mais fortes.

— Ai, eu vou sentir tanta saudade de vocês! — Vitória começou a chorar.

— Vitória, eu sei que você está com os hormônios muito alterados, mas a gente não vai morrer, vamos continuar aqui e você vai nos visitar. Para de drama, vem aqui. — a abracei — Vai ficar tudo bem.

— Vocês vão me ligar todos os dias! — ela limpou as lágrimas — Agora eu tenho que ir, até o casamento.

— Até.

Vitória saiu com Henry no colo, e cuidei eles até entrarem no carro do Bruno. Era estranho ver que tudo tinha mudado, minha casa não era mais a mesma e meus planos haviam mudado, só que pra melhor. De algum jeito, todas aquelas tragédias tinham seu momento de terminar para dar lugar às coisas boas.

— Não fica triste, meu amor. Henry teve que ir embora com a mamãe dele, mas ele volta pro meu casamento. — a peguei no colo.

— Mas eu pensei que ele ia morar com a gente pra sempe! — ela cruzou os braços.

— Lembra quando o papai teve que ir embora? Aí ele ficou longe um tempão, e nós morremos de saudade?

— Sim.

— Ele voltou, não voltou? E ele nunca mais vai ir embora. Com certeza, o Henry vai ficar com tanta saudade, que vai voltar e nunca mais vai ir embora.

— Será mamãe?

— Tenho certeza, minha pequena.

Duda não queria que Henry fosse embora, eu sei o que estava sentindo, pois eles foram criados juntos, assim como eu e o Bruno. Mas e se o destino estivesse preparando algo para eles mais para frente? Era imprevisível, ninguém podia controlar o que iria acontecer a seguir.

Mesmo que não fosse uma coisa boa.

O irmão da minha melhor amiga 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora