Capítulo 17

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Eu estava cansada. A viagem havia sido longa e eu estava com fortes cólicas. Resolvi deixar as malas pra amanhã ou talvez pra depois do jantar se eu melhorar. Alguém bateu na porta e eu bufei me levantando lentamente de onde estava e indo em direção a mesma. A abri e quase a fechei novamente quando vi a figura de Sirius com um largo sorriso.

– O que quer, Sirius? Não estou bem no momento... - disse indo até a cama e me sentando na mesma.

– O que houve? - perguntou entrando e fechando a porta atrás de si.

– Coisas de mulheres. - disse simplesmente pondo um travesseiro no colo.

– Ah... Bem, eu só vim conversar. - diz se sentando ao meu lado.

– Sobre...? - perguntei depois de alguns segundos de silêncio.

– Não sei... Só não queria continuar sozinho naquele quarto. - respondeu olhando um ponto fixo no chão.

– Mas e o James? - perguntei.

– James sumiu. Não sei onde ele está desde que chegamos. - disse e eu fiquei pensativa.

– E o Remo? - perguntei novamente.

–  Está dormindo.. Parecia bem cansado. - respondeu dando de ombros.

– Emfim... Não vai me beijar ou algo do tipo, não é? - pergunto e ele ri.

– Acredite, tenho vontade de fazer isso a todo momento mas não, não vou. - diz e ficamos em silêncio.

Até que ultimamente a presença de Sirius tem sido suportável. Ele tem sido legal, não tem me provocado tanto e se mostrou um garoto bem mais divertido do que eu pensei.

– Então... O que pretende fazer depois de Hogwarts? - pergunta e eu o olhei.

– Ah.. Não sei. Temos dois anos pra pensar sobre isso ainda... Mas e você? - pergunto de volta.

– Eu acho que queria ser auror.. - ele disse.

– Mas não é perigoso? - perguntei franzindo o cenho.

– Nunca tive medo do perigo. - diz sorrindo.

– Mas eu sim.

– Então está com medo por mim? - seu sorriso cresceu mais ainda.

– Bem.. Talvez. Sempre tive muito medo pelos meus pais, acho que por você não seria diferente. - disse balançando os pés.

– É bom conversar com você quando não me bate.. - ele disse e eu ri.

– É bom conversar com você quando não me beija ou não me irrita.. - dessa vez ele riu. – Eu queria perguntar uma coisa que me intrigou bastante mais cedo...

– Pergunte.

– Você disse... Que não queria ter saido no meio da noite aquele dia. E que tinha medo por causa dos seus pais. Como assim? - perguntei meio hesitante.

– Não conhece nada mesmo sobre nossa familia, não é? - perguntou e eu neguei. – Os Black são uma das mais preciosas familias sangue puro. Os Black, os Potter, os Weasley e etc.

– E o que isso tem haver? - perguntei franzindo o cenho.

– Irei te contar tudo... - disse soltando um suspiro. – No mundo da magia, existem muitas pessoas a qual prezam o sangue puro e desprezam os nascidos trouxas, mais conhecidos entre eles como "Sangues-ruins".

Ele deu uma pausa olhando a frente como se pensasse em algo e então voltou a falar.

– A família Black é uma das mais antigas famílias puro sangue. Minha família tem estado na casa sonserina por muitos e muitos anos, e eu fui o único a ir pra Grifinoria. Segundo eles, isso foi um desgosto seguido de vários outros. Quando tia Dórea se casou com tio Charlus, nossas familias se uniram completamente. Ela não foi julgada totalmente por seu pai ser sangue puro, mas Andrômeda... Pobre Andrômeda... Teve que fugir pra se casar com Tedd só porque ele era nascido trouxa. Invejo ela que agora é feliz e tem uma bela família, a invejo por ter tido coragem de fugir.

Novamente ele parou e me olhou tirando uma mecha de cabelo do rosto. Seus olhos estavam mais escuros e não brilhavam como antes.

– Nas férias do ano passado, eu vim pra cá com James, Remo e Pedro pois não aguentava mais minha mãe enchendo minha cabeça. Estava tudo maravilhoso! Era mil vezes melhor ficar com meus melhores amigos a voltar pra casa. Mas... Minha mãe adivinhou onde eu estava e mandou uma carta dizendo que se eu não voltasse pra casa, os Potter sofreriam as consequências. Eu não entendi o porque de minha mãe estar se importando com onde eu estava mas a obedeci. Avisei a James e Remo, peguei minhas coisas e sai no meio da noite. A partir dai, meus dias foram sem graça e escuros naquela casa até o dia de voltar pra Hogwarts. - ele terminou com um suspiro e eu fiquei sem saber o que dizer.

– Eu... Sinto muito. - disse olhando as mãos e ele sorriu.

– Não sinta.. Me sinto melhor longe deles. Tia Dórea me trata como um filho, tio Charlus é como um pai pra mim, James, Remo e Pedro são meus irmãos de mães totalmente diferentes e você... Bem, eu ainda não sei o que você é mas, com certeza, não é minha irmãzinha mais nova. - seu sorrisinho me fez olhar as mãos novamente.

– É... Bem, melhor descermos para o jantar antes que minha mãe precise vir chamar a gente. - disse me levantando mas ele segurou meu pulso levemente.

– Obrigada. - disse se levantando também.

– Pelo quê? - perguntei confusa.

– Por tudo... Você é uma garota incrível. - disse beijando minha bochecha e saindo do quarto.

Eu fiquei parada por um tempo até lembrar que tinha que descer. Caminhei até a porta e desci as escadas lentamente pensando. Sirius Black faz eu me apaixonar por ele cada dia mais... Isso vai acabar me deixando louca. Balacei a cabeça e sorri. Talvez os próximos dias fossem longos mas não tão ruins como o imaginado.

Continua...
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FINALMENTE! Bem, houve um pequeno problema com o capítulo anterior e eu pensei ter postado mas na verdade não tinha ido. Maaaas finalmente foi postado e ficou tudo bem :) Espero que gostem desse também. É pequeno mas prometo fazer o próximo maior. Obrigada por todo apoio, amo vocês, pasteizinhos! Com amor,

Ray

PS: Desculpem se tiver algum erro :)

A Marota (Marauders Era)Onde histórias criam vida. Descubra agora