-Mais que droga Santiago, por que você fez aquilo? - Perguntei enquanto entrávamos em casa com as compras.
-Sei lá, só queria me apresentar.
-Não me fale que você também se encantou pelo garoto. - Raphael começou a rir enquanto eu guardava algumas compras nos armários.
-Bane, estou ótimo em meu relacionamento com o seu tio. Aliás, eu tecnicamente também sou seu tio então, se você quiser pode...
-Nem me venha com a ideia ridícula de eu te chamar de tio! Daqui a pouco vão me pedir para ser a dama de honra do casamento de vocês. - Estava revirando os olhos já com a ideia.
Depois que terminei de guardar as coisas com a ajuda de Raphael, fui para o quarto ler um dos livros que o professor pediu. No começo eu até que me concentrei bonitinho, grifei as partes que achava mais importantes com umas canetas coloridas que achei o maior sucesso quando comprei só que depois de uma hora, perdi minha total concentração e parei para pensar no ocorrido no mercado. Alexander não estava com Clary, confesso que estava vomitando fogos de artifícios enquanto pensava nele e nas futuras possibilidades.
Já faziam semanas que só via Alec pela janela da biblioteca enterrado em seus livros, como esse garoto conseguia? E a vida social onde ficava? Do lado de fora da biblioteca estava criando coragem para entrar e convidar o garoto para sei lá, tomar um suco...Por favor estava sendo ridículo, eu estava precisando criar coragem para convidar alguém para sair? O que estava acontecendo comigo?
-Sim pai, vou...Não acho que será necessário, ela... - Alexander saiu da biblioteca falando ao celular e eu disfarcei enquanto dava uma ouvidinha básica na conversa alheia. - Levo Max até lá, só que não vou ficar... Tchau. - E então ele encerrou a ligação, ele parecia distraído com algo quando me virei novamente para olhá-lo e então fui até ele.
-Oi.
-Ah, Magus... Oi. - Ele estava realmente avoado.
-Você está afim de beber alguma coisa? - Estava bem esperançoso enquanto esperava sua resposta.
-Ah, obrigado mais tenho que estudar. - Uma recusa educada e o pior ele sempre usava os estudos para ficar em sua casa longe de tudo e todos.
-Você só vive com os livros Alexander, quase quem nem o vejo mais pelos corredores com Clary - Ele estava um pouco desconfortável e então decidi deixá-lo em paz. - Bem, então tudo bem. Ainda temos um bom tempo para eu continuar insistindo e você por fim aceitar sair comigo. - Sorri e pisquei para o garoto enquanto saia vitorioso por ver que o deixei envergonhado.
-Magnus, espera! - Opaaaaa. Parei com tudo e me virei.
-Sim?
-Acho que eu aceito tomar algo com você. - Abri um sorriso, como ele é maravilhoso.
Estávamos num café, Alec parecia nervoso com algo e não estava entendendo, nós estávamos conversando sobre a universidade, perguntei sobre o que ele estava achando da cidade pois tinha me falado que era novo aqui e sobre morar sozinho, não entramos em assuntos polêmicos.
-Por que você não se deixa vencer e sai um pouco? Faculdade não é só livros e estudo. Sei de várias pessoas que gostariam de ter uma chance de poder tomar algo com você. - Ele pareceu enrubescer, mais logo passou.
-Eu não... Acho que deveria as informar que, não tenho muito tempo para isso. - Ele bebericou seu café enquanto o observava calado.
-Sabe, você deveria dar uma chance para as pessoas. - Ele pareceu pensar por um momento sobre o que falei.
-Não agora, preciso concluir o curso sem desviar minha atenção com outros assuntos.
-Alexander, você passou por algum trauma amoroso? - Perguntei incrédulo e ele riu, era a primeira vez que o via rindo e era tão lindo. Sua risada era leve, rouca e seus olhos se fechavam enquanto ele ria de verdade. Quando ele parou, ele olhou para minha cara ainda com a lembrança de um sorriso brincando em seus lábios, lindos e rosados.
-Não, esse não é meu problema. - Assenti com um aceno de cabeça, ficamos só mais uns minutinhos conversando até que ele por fim falou que precisava ir estudar. Nos despedimos e o fiquei observando enquanto se distanciava.
Estou começando a achar que caí nos encantos de um bicho e seria um desafio fazer com que ele colaborasse comigo e aceitasse pelo menos um outro encontro para nos conhecermos melhor. Fui para casa ainda pensando em Alexander e deitei no sofá com uma xícara de capuccino na mão, estava friozinho e eu não parava de beber isso. Meu celular começou a vibrar no meu bolso o peguei e atendi.
-Magnus, acho que você adoraria vir para o hospital . - Reconheci a voz de Raphael.
-E por que eu largaria meu capuccino para ir até aí com você, agora?
-Porque seu anjinho de olhos claros está aqui.
-Alexander? - Perguntei assustado, fazia menos de uma hora que tinha o visto pela última vez e ele estava bem.
-O próprio.
-Mais o que houve?
-Um acidente...
-Um o que? Ele está bem? O que houve?
-Calma, vem para cá e te explico tudo.
Acho que nunca cheguei tão rápido no hospital que fazia estágio, logo na entrada vi Raphael vindo em minha direção.
-Ele estava atravessando a rua com alguns livros e então a linda da Camille, irresponsável como sempre não prestando a atenção no semáforo acabou o acertando. - Iria perguntar como ele estava, realmente estava preocupado com o garoto e nem sabia porque de repente fiquei tão acelerado em ver Alexander. - Calma, ele está bem, só com uma perna quebrada e precisa de cuidados, pois teve uma concussão. O choque entre ele e o chão depois da batida foi forte de mais, ele está com alguns arranhões também. Não parece ser nada grave mas mesmo assim é bom que alguém fique de olho. Ele vai ter que ficar o resto da semana inteira em casa de molho.
-Eu preciso ver ele. - Ele assentiu e comecei a seguir Raphael pelos corredores.
-Olha, não sabia mais para quem ligar e ele está querendo ir em bora. Pensei em pegar o número de Clary só que o celular dele não está ligando. - Assenti, Raphael bateu na porta de um quarto e entrou comigo em seguida.
-Como você está se sentindo? - Fui até seu lado na cama o analisando, ele estava com alguns hematomas nos braços e arranhões. - Meu Deus, está doendo muito?
-Eu estou bem. - Ele olhou para Raphael.
-Eu não sabia para quem ligar, você quer ir em bora e não consegue dirigir então...- Falou Raphael dando de ombros. - Preciso ir, as coisas de Alec estão ali em cima -Ele apontou para uma mesinha no canto do quarto. - Tchau.
-Tchau e obrigado Raphael. - Falou Alec e então Rapha saiu.
-Bem, então vou te levar para a casa. - Comentei e ele olhou para minha cara com um sorriso envergonhado.
-Não quero te incomodar sério, posso chamar um táxi. - Falou o garoto preocupado e eu neguei.
-Claro que não, vem comigo.
Me aproximei de Alec para ajudá-lo se levantar, ele estava com um pouco de dificuldade e resmungou um pouco por causa da dor. Estava tomando o máximo de cuidado para não o machucar ainda mais, senti uma série de descargas elétricas com a aproximação, nunca tinha ficado tão perto dele, ele tinha um reconfortante de café e perfume amadeirado. Peguei em sua cintura passando um de seus braços pelos meus ombros para ele se apoiar e irmos em bora.
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Os opostos realmente se atraem? (Malec)
FanfictionAlexander Lightwood um garoto responsável que não curte muito festas e que no momento está focado em sua vida acadêmica, não querendo se envolver com ninguém pelo fato de poder perder seu foco, algo que seu pai Robert não aprovaria e ele não queria...