Magnus

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Eu não fazia ideia do que estava se passando na cabeça de Alexander, ele do nada tinha me falado para eu me trocar que me apresentaria ao meu sogro. Sabe o que é do nada? Então, foi do nada! Fiquei inconformado, meio boquiaberto e totalmente confuso com ele, foi de uma hora para a outra. Duvidava que o próprio estava usando a razão hoje, muita coisa para apenas um dia.

Enquanto procurava alguma roupa Alexander ficou na cama folheando um dos meus livros da faculdade, estava enrolando de propósito esperando que ele mudasse de ideia só que, isso parecia não acontecer. O observando sorrateiramente e ele estava calmo demais ou, estava fingindo muitíssimo bem uma tranquilidade enlouquecedora porque eu estava praticamente arrancando os cabelos

- Você... Tem tempo de mudar de ideia. - Comentei pegando uma camisa purpura.

- Por enquanto não cogito essa ideia.

- Mas deveria.

- Por quê?

- Você deve estar confuso, tomou essa decisão abruptamente. - Olhei para trás e ele estava me encarando com uma sobrancelha arqueada.

- Você está com medo de conhecer Robert? - Revirei os olhos.

- Estou com medo do que você anda tomando pela manhã.

- Café. - Ele comentou dando de ombros, comecei a abotoar a camisa enquanto o observava. - Por enquanto pode ser que não esteja pensando racionalmente mas, quem se importa?

- Eu me importo!

- Magnus... - Ele se levantou e veio em minha direção.

- Nada de Magnus, não vou falar mais nada se essa é sua decisão mas, pense. Não vou me importar nenhum pouco de você desistir no meio do caminho, só me importo com você e as consequências que terá que enfrentar... - Ele suspirou indo em direção da janela. Alexander ficou um momento ali observando o lado de fora em silêncio. Suspirei também, como ele podia ser tão incompreensível?

Ah tinham tantas pessoas fáceis nesse mundo, que eram simples de decifrar ou que eram mais fáceis do que um livro de contos de fadas para entender e haviam pessoas como Alexander, na verdade, ele conseguia ser pior do que as do tipo dele. Haviam muitos "muros" construídos para eu atravessar, quando pensava estar tudo bem, acontecia alguma outra coisa e aparecia um outro para eu tentar derrubar e atravessar. Revirei os olhos. Ótimo Magnus!

Fui até Alexander e coloquei a mão em suas costas, ele estava quente e seu olhar perdido. Ele se virou e começou a me encarar.

- Só, vamos tentar... - Ele passou os dedos em meu rosto acompanhando o desenho, fechei levemente os olhos sentindo seu toque.

- Tudo bem.


Estávamos no elevador, quando chegamos no prédio de Alexander de mãos dadas o porteiro nos olhou com cara de poucos amigos. Ignorei, haviam poucas pessoas ainda que davam olhares como esses e senti quando Alexander ficou desconfortável mas, ele não soltou minha mão. Quando o elevador se abriu e saímos eu meio que travei, não tinha ideia do quão nervoso estava até chegássemos aqui. Estava tentando controlar minha respiração e esperava que ele não percebesse.

Quando Alexander abriu a porta e entramos, percebi uma movimentação na cozinha e ele ficando tenso. Ele soltou minha mão o mais rápido possível e não me senti desconfortável com isso, sabia que seria algo difícil para ele e não forçaria a barra, na verdade, achava que ele ainda não estava preparado. Ele olhou para mim, ia me dar a mão de novo mas recuei assim que seu pai veio até nos. Robert era alto, seus olhos eram duros e ele não me lembrava tanto assim Alexander, a não ser pela cor de seus olhos.

Os opostos realmente se atraem? (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora