Alec

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" - Alec, você tem que falar para eles.

 - Não sei Izzy... E se eles reagirem mal? - Minha irmã deu de ombros sentada em minha cama enquanto me encarava.

 - Ai meu Deus! 

 - Não surte.

 - Eu não vou...

 - Que bom, porque eu estou! - Senti minhas mãos suando, estava andando de um lado para o outro e o nervosismo que me consumia era terrível. Não sabia o que tinha me dado para contar a Isabelle sobre mim, não estava preparado. Foi tudo muito rápido, ela entrou em meu quarto enquanto estava surtando e acabei contando. Falando tudo de uma só vez enquanto ela apenas me encarava abrindo um sorriso tonto. E assim que terminei, a única coisa que minha irmã fez foi me abraçar, me reconfortando por alguns momentos mas claro que logo depois se foi e eu comecei a surtar novamente.

 - Calma, ok?

 - Não tem como Izzy!

 - Crianças, vamos comer? - Olhei para a porta do quarto que tinha sido aberta pela minha mãe, sorrindo. Fiquei parado boquiaberto a encarando e a própria entrou. - Aconteceu alguma coisa?

 - Não! - Isabelle se levantou sorrindo e caminhou para fora do quarto, antes de sair, piscando para mim sem que nossa mãe visse.

 - Alec? - Olhei em direção a mulher que agora estava séria. - Aconteceu alguma coisa?

 - Não mãe. - Ela se aproximou.

 - Alguma nota baixa? - Neguei com um aceno e então ela assentiu. - Tudo bem então, vamos? - Assenti, ela passou o braço em torno de meus ombros e saímos do quarto indo em direção a sala de jantar.

  Todos estávamos a mesa e continuei me sentindo desconfortável sem conseguir encarar meus pais por um minuto se quer. Estava encarando a comida, sem a mínima vontade de comer, passando o garfo de um lado para o outro no prato e como já disse, evitando olhar para meus pais, que no momento estavam concentrados com Isabelle e Max que não queriam comer.

 Senti um toque em minha mão, olhei para o lado e percebi que era a mão de minha mãe. Sorri para a mesma que estava me olhando com uma expressão preocupada e estava tentando a tranquilizar, não iria falar nada, ela não precisava saber ainda.

 - Você está bem? - Ela sussurrou enquanto meu pai conversava com Isabelle sobre suas notas. Assenti. - Alexander...

 - Estou bem mãe. Não se preocupe. - E então ela assentiu.

                                                                                                             ...


 Minha respiração estava pesada, não conseguia acompanhar o ritmo dos meus batimentos cardíacos enquanto caminhava em direção ao escritório de minha mãe. Estava novamente nervoso, mas precisava contar para mais alguém, pelo menos para ela. Porque sabia que minha mãe me apoiaria, era minha mãe, não poderia esconder algo tão importante dela. Ela entenderia.

 Dei algumas batidas na porta do escritório e esperei até que ela mandasse entrar.

 Maryse estava sentada olhando para umas papeladas, assim que entrei ela levantou a cabeça tirando seus óculos de leitura para me encarar.

 - Alexander?

 - Eu preciso conversar com a senhora. - Ainda estava na porta, me apoiando na maçaneta e por um momento, um breve momento, me passou um calafrio de arrependimento mas, já que estava aqui, precisava ir até o fim. - Está ocupada? - Ela negou com um aceno e então entrei. Fui até sua mesa me sentando na cadeira em sua frente e permaneci em silêncio enquanto olhava para minhas próprias mãos.

Os opostos realmente se atraem? (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora