Magnus

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 - Por que não nos avisou que viria? Eu e seu pai iríamos o buscar no aeroporto.

- Queria fazer surpresa! - Disse sorrindo levantando os braços, minha mãe riu e veio me abraçar.

- Sinto tanto a sua falta Mag... - Estávamos abraçados, dona Diana era bem mais baixa do que eu e se encaixava perfeitamente em baixo de meus braços.

- Eu também mãe... - Depois de um tempinho entramos em casa.

Tinha o mesmo cheiro de incenso que me lembrava. Olhando ao redor percebi que a mesma não tinha mudado absolutamente nada desde a minha infância. Dentro a decoração era minimalista, a maioria dos artefatos eram antigos, os móveis eram diferentes, coloridos e todo o conjunto da decoração me trazia um misto de tranquilidade e alegria, as energias daqui sem dúvidas são as melhores do mundo.

- Leve suas malas até seu quarto, vou ligar pro seu pai. - Falou ela enquanto fechava a porta.

- Onde ele está?

- Foi ao mercado e também à floricultura, pedi que ele trouxesse algumas flores para a casa. - Arqueei a sobrancelha e olhei para o jardim de inverno, lá tinha flores de todos os tipos coloridas e bem cuidadas, não estava vendo a necessidade de ainda mais . Minha mãe revirou os olhos. - Ah criança vai levar suas malas e depois dessa para tomarmos um chá. Sei que você deve estar cansado mas, tem coisas que precisa me falar.

- Têm? - Ela fez careta vindo até mim.

- Não se faça de desentendido mocinho, eu e seu pai queremos saber como foi o seu encontro com o amor da sua vida, você nem se quer nos ligou para contar.

- Ei, não falei nada de "amor da minha vida"! - Ela começou a rir.

- Nem precisou né filho? - Revirei os olhos, peguei minha mala e subi para meu quarto. Antes de descer provavelmente tomaria um banho.

O quarto também continuava o mesmo, era uma mistura de cores vibrantes maravilhosas. Coloquei a mala no pé da cama e fui olhar alguns dos quadros, a maioria era da minha infância brincando no jardim com Diana e meu pai. Sorri enquanto peguei um de cima da estante encarando uma foto onde eu estava no balanço em pé com Diana sentada rindo e meu pai me balançando. Coloquei o quadro de volta no lugar e fui para o banho.

Quando era pequeno, depois da morte de minha mãe, meu pai decidiu me levar ao psicólogo porque ainda era muito novo quando ela se foi e poderia ficar com sequelas por causa da perda. Em minha primeira consulta meu pai ficou na sala de espera lendo enquanto eu entrava com um pouco de medo na sala, ele me tranquilizou antes mas quando entrei, estava totalmente assustado, iria falar com um desconhecido! Antes mesmo de sair correndo e implorar para que meu pai entrasse vi Diana que apenas sorria me encarando, ali ela já me passou uma tranquilidade sem explicação, respirei e fui até ela.

Depois de várias consultas, cada vez mais eu gostava dela e nos tornávamos mais próximo e em um belo dia resolvi a convidar para um jantar em casa, alegando que se ela não fosse eu ficaria muitíssimo chateado. No dia do jantar ela e meu pai conversaram um pouco mais saindo do lado profissional, depois começaram a sair, pegaram um pouco mais de intimidade e... Estão juntos até hoje.


- Magnus!! - Cheguei na cozinha e meu pai veio me abraçar. Depois de um tempo Diana também se juntou ao abraço e fechei os olhos, estava sentindo tanta a falta deles, eles me traziam uma sensação reconfortante, com eles tudo parecia ficar mais sereno. Nos afastamos e fomos até a sala conversar sobre algumas coisas triviais, faculdade, trabalho, aquelas fofocas básicas de cada dia... Até que resolveram preparar um jantar especial por causa da minha chegada e fomos todos até a cozinha, ao som de um bom jazz e com vinho tinto.

Os opostos realmente se atraem? (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora