Alec

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Abri os olhos de vagar, olhei para frente e Magnus parecia estar concentrado em um livro em cima do balcão da cozinha. Ele estava com uma blusa de frio cinza brilhante, acho que essa era a peça mais discreta que já o vira usar. Abri um sorriso enquanto ainda o observava. Durante manhã e uma parte da tarde estudei algumas coisas e depois recebi uma ligação de Clary preocupada, a tranquilizei e ela falou que ainda viria me visitar. Por sorte, meu celular estava bem, não inteiro mas, ainda pegava. E depois, o resto da tarde até pegar no sono fiquei pensando em Magnus Bane e ele estava mexendo comigo de uma forma inexplicável...

Meu celular começou a tocar e estiquei o braço para o pegar em cima da mesinha de centro.

-Alô?

-Alec? - Sorri na hora, reconheci a voz de meu irmãozinho mais novo.

-Max, que saudade de você. Aconteceu alguma coisa? - Me ajeitei no sofá com um pouco de dificuldade e olhei para Magnus que tinha olhado para mim mais que depois voltou sua atenção para seu livro.

-Alec quando você volta para casa? - Suspirei, ele estava com a voz triste.

-Vai demorar, só que eu vou visitar vocês no fim de ano. E a gente vai se ver nesse final de semana, se anime!

-Eu sinto muito a sua falta.

-Eu também pequeno... Por que você ligou? Aconteceu alguma coisa?

-Não, eu só... Não quero ver a mamãe, quero aproveitar o tempo com você.- Sorri.

-Max você sabe muito bem que primeiro temos os deveres e depois a diversão, você tem a obrigação de ir vê-la e eu preciso te levar até lá. Depois, com o tempo que sobrar eu prometo que a gente pode tentar fazer algo divertido.

-Ahhhh... - Ele fez manha como sempre fazia quando não queria fazer algo. - Mais por que só tentar?

-Porque estou com a perna quebrada só que não conta para Izzy e nem para o papai ok?

-Aham... Mais é você que vai me buscar no aeroporto né?

-Sim.

-E você que vai viajar comigo até a casa da mamãe né?

-Sim.

-E você vai ficar lá comigo? - Suspirei, Max sabia que não conversava com a nossa mãe. Depois que contei que era gay para ela, ela me rejeitou totalmente e me falou coisas tão duras que eu achei melhor me afastar. Não insistiria em ter relação alguma com Maryse.

-Eu preciso fazer algumas coisas enquanto você fica com ela. Prometo que vou te buscar na hora, sem atraso.

-Ok. Preciso desligar, papai e Isabelle chegaram com comida mexicana!- Percebi que ele estava sorrindo pelo seu tom de voz e sorri também. - Tchau Alec, te amo.

-Eu também te amo Max. - E encerramos a ligação. Me sentei e gemi um pouco com a dor que senti na costela, fazendo com que Magnus me olhasse.

-Você está bem? - Assenti e ele se virou para fechar o livro em sua frente. - Comentei com Clary que você não iria essa semana para a faculdade...

-Eu sei, ela me ligou - Comentei o cortando. - Obrigado. - Ele deu de ombros se levantando com seu livro e vindo até mim, na verdade até a sala, ele colocou seu livro em cima da mesinha de centro e depois se sentou em uma poltrona.

-Também falei com seus professores, eles aceitaram sem problemas me passar o conteúdo para eu lhe trazer e você não ficar tão atrasado, estou com algumas folhar para você na mochila e também todos se disponibilizaram para você, se houver alguma dúvida sobre o conteúdo. - Magnus parou de falar e eu só conseguia prestar a atenção em sua boca e depois olhei para ele que me encarava.

-Não sei o que faria sem você, obrigado! - Dei um meio sorriso mais ele não retribuiu.

-Talvez pedisse para Clarissa. - Magnus estava estranho, ele parecia bravo com alguma coisa e não estava entendo.

-Aconteceu alguma coisa?

-Não Alexander, não aconteceu.- Ele então se levantou voltando para a cozinha. - Está com fome?

-Pode deixar que eu preparo algo. - Estava prestes a levantar quando ele negou.

-Pode deixar, eu quero fazer alguma coisa, assim me ocupo.- Ele estava sendo seco, nenhuma brincadeirinha, nada. Tinha acontecido alguma coisa com Bane e ele estava descontando em mim, me irritei.

-Olha, você realmente não precisa ficar aqui, não pedi para cuidar de mim e até falei que não havia necessidade para tanto. - Magnus se virou para me encarar.

-Está me dispensando?

-Só estou falando que não precisa, posso me virar sozinho sem problema algum. Hoje fiquei a maior parte do dia sozinho e deu tudo certo, ou seja? Consigo fazer as coisas sozinho. - Depois que parei de falar ele parecia ainda mais irritado só que também magoado com o que tinha ouvido. Magnus então veio até a sala e pegou suas coisas.

-Tudo bem então. Tchau Alexander... - Ele foi em direção a porta e a fechou. Nesse momento eu fiquei no sofá encarando o nada pensando na merda que tinha feito, Magnus só estava tentando ser legal comigo e era assim que estava agradecendo ele?

Me levantei com muita dificuldade e praticamente me arrastei o mais rápido que podia até a porta do apartamento, a distância não era grande só que eu não estava muito bem, minhas pernas doíam e ao menor esforço que fazia meu peito doía. E o pior, as vezes sentia um pouco de tontura só que não tinha falado absolutamente nada para Magnus, ele estava aparentemente muito preocupado, mesmo eu falando que estava bem, se falasse o que estava sentindo ele provavelmente entraria em desespero, bem, acho que agora não mais. Abri a porta a tempo de ver o elevador se fechando.

-Magnus? - Chamei alto o suficiente para o andar inteiro ouvir só que ele já tinha ido, era tarde demais e as dores pelo meu corpo tinham aumentado na medida em que eu me movimentava. A tontura ficou insuportável e resolvi voltar para dentro, não iria atrás de Magnus, não agora. Mas depois daria um jeito de falar com ele.

Cheguei no sofá e eu estava morrendo de frio, me enrolei na manta e fechei os olhos esperando que assim melhorasse, que a dor minimizasse e que a tontura passasse.

Os opostos realmente se atraem? (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora