Magnus

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  Estava perto da janela observando o gramado coberto de neve  ao lado de fora. Ainda estava preocupado com Alexander, desde seu pesadelo. Ele tinha me contado enquanto fomos dar um passeio e confesso até ter ficado um pouco desesperado. Tive uma vontade enorme de poder abraçar Alexander de alguns anos atrás falando que iria ficar tudo bem, que ela não sabia o que estava falando, queria poder ter o poder de evitar tudo o que aconteceu, queria poder voltar no tempo e ter a oportunidade de poupar meu menino, ele não merecia todo esse peso. Sabia que ainda lembrava nitidamente sobre o dia em que se assumiu, pela riqueza dos detalhes dado, tinha certeza disso, ninguém esqueceria tão facilmente poderia passar o tempo que fosse, ainda mais da forma que foi. 

 Pensei no momento em que ele tinha terminado, seu olhar permanecera vago até o entardecer, quando começamos a nos preparar para ajudar nossos amigos. Só que, mesmo ele tentando me tranquilizar a todo o tempo e sempre, sempre sorrir, não conseguia me convencer de que estava bem. Conhecia Alexander muito mais do que ele mesmo se dava conta e percebia a tensão sob seus ombros e muitas vezes o olhar vago, principalmente quando ele se distraia um pouco mais, perdido em seus próprios pensamentos. Ah, meu menino...Ele simplesmente não merecia nada do que estava acontecendo e me preocupava ainda mais com a possibilidade dele voltar a se fechar como antes. Era uma alternativa a se pensar e eu odiava que essa ideia me recorresse, porque não suportaria o ver novamente se fechando para todos ao seu redor. 

 - Magnus, você veio para me ajudar ou ficar olhando pela janela? - Me afastei de onde estava e me virei para dar uma boa olhada em Raphael que tinha ido se trocar. Não tinha percebido o tempo se passar e nem meu amigo já praticamente ao meu lado no quarto. Me virei o olhando  de cima a baixo,  Raphael estava com um belo terno slim carmen, um colete da mesma cor aberto por cima de uma camisa branca e em volta do pescoço uma gravata preta solta. Arqueei a sobrancelha.

 - Por que raios ainda não está pronto? - Ele ficou por um momento em silêncio, percebi algo de diferente e então Raphael bufou e se sentou na beirada da cama. - Rapha?

 - Eu não sei duas coisas, primeiro, se estou fazendo a coisa certa e fazer um nó nessa maldita gravata! -  Ele saiu de perto e se sentou numa cadeira que tinha no local. Abri um pequeno sorriso de lado e caminhei até ele, me abaixei e coloquei uma mão sobre sua coxa. Raphael me olhou, seus olhinhos já estavam brilhando antes de falar qualquer coisa, porém já tinha uma ideia do que estava sentindo mesmo sem ele proferir uma palavra se quer, era seu casamento!

 - Ah Rapha, você está nervoso porque é seu casamento, isso é normal! E essas neuras de "será que está fazendo a coisa certa?", só você pode dizer porque é daqui de dentro que vem essa resposta. - Levei a mão até seu peito. - Você ama ele não ama? - Ele assentiu. - E quer ter uma vida com ele não é? - Ele assentiu novamente. - Então, não resta dúvidas que está fazendo algo certo, caminhando para o futuro que é muito provável já ter idealizado com ele.

 - Não sei Mag, estou um pouco inseguro.

 - Não precisa ficar, sabe tão bem quanto eu que ele também te ama e muito! - Sorri. - E a prova o suficiente desse amor é o fato de ter conseguido fazer aquele turrão escolher um belo de um terno e ficar na frente de umas duzentas pessoas enquanto declaram o amor um para o outro. Coisa que ele não faria, não se você não fosse o amor da vida dele. - Acabei por conseguir tirar um lindo sorrido dele e me alegrei um pouco mais, me sentindo vitorioso com isso. Raphael se inclinou e me abraçou, ficando por um tempo com os braços ao redor do meu pescoço e então depois de um tempo se afastou ainda com as mãos sob meus ombros e ficou me encarando por um tempo.

 - Tudo bem, agora me ajude com isso. - E então se levantou o mais rápido que pode e me entregou a gravata para que o ajudasse.Passei a gravata ao redor do pescoço de meu amigo e comecei a fazer um nó perfeito na mesma, quando terminei parei para encarar Raphael por um tempinho, ainda não tinha caído minha ficha que baby Santiago iria casar. Quando me afastei ele começou a fechar seu colete e foi até o espelho que ficava em uma das paredes, ficou se observando por um tempo e depois, começou a andar de um lado para o outro no quarto. Fiquei o observando em silêncio, dando um tempo para ele mesmo, mas, Raphael em menos de dois minutos andou pelo menos umas vinte e cinco vezes pelo quarto, vinte e cinco para cada lado, algo que começou a me irritar um pouquinho. 

Os opostos realmente se atraem? (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora