Alec

487 31 2
                                    

 " O amor do século XXI

 É efêmero, mesquinho, mentiroso.

 As pessoas amam por solidão, por medo de estarem sozinhas, por prazer, mas nunca por amor. O verdadeiro amor.

 Aquele amor de achar lindo cada partícula do outro. De querer possuir a alma de alguém e morar lá. O amor de se sentir capaz de mover o mundo por ele (a).

 As pessoas se tornam tão inexatas.

 Dizem te amar mas no seu primeiro vacilo te abandonam.

 Não se sente mais.

 Não se é permitido.

 Eu sinto tanto e amo tanto que as vezes nem cabe em mim. Não me encaixo aqui.

 O mal da geração é o desamor.

 Desdém.

 Desinteresse.

 Tá tudo uma bagunça aqui.

 E só os destemidos amam, sentem, buscam, e lutam de verdade.

 (Eles são preciosos demais para esse mundo)" 


 - Alec, está na hora de acordar. - Abri os olhos devagar, não tinha dormido mal e nem bem. Estava no sofá da sala dos meus pais e não tinha visto Magnus, desde a noite passada e o pior, não tinham deixado nós nos comunicarmos nem pelo celular. O que me deixou levemente irritado, talvez tivesse uma certa dependência de humor em relação á meu futuro marido.  Me virei no sofá e me deparei com minha mãe que estava radiante, com um sorriso de orelha a orelha e me permiti a observar um pouco. 

  Por mais que todos esses anos tenham se passado, ela continuava a mesma porém, seus olhos azuis estavam mais brilhantes do que antes, as roupas que minha mãe usava já não eram tão sérias como de costume, seus cabelos antes longos, agora estavam um pouco acima dos ombros... Ou seja, tudo agora estava a favorecendo para que parecesse muito mais jovem do que realmente era e o melhor, não era só a aparência dela que tinha melhorado, Maryse agora era a mãe que eu me lembrava da infância, na verdade era ainda melhor, o que fazia com que eu me enchesse de felicidade só de tê-la por perto depois de tempos repletos de ódio.

 - Bom dia. - Resmunguei com a voz um pouco rouca, minha mãe se abaixou ao meu lado no sofá e começou a afagar meus cabelos com a mão enquanto me observava ainda com um sorriso nos lábios.

 - É hoje! - Ela disse animada e eu abri um sorriso sabendo muito bem do que ela estava falando. - Como você está se sentindo?

 - Ainda não deu tempo para pensar em nada. Acordei agora.

 - Ah claro. Meu Deus, Alexander você precisa ir tomar o café, depois ir cortar esse cabelo e sair com a sua irmã para o SPA. - Minha mãe se levantou num salto. - Vamos filho, é para hoje. - Me levantei do sofá com muita preguiça, ela tinha mudado o humor calmo da manhã para a agitação/animação/ fervor. - Vai lavar esse rosto e escovar os dentes enquanto arrumo a mesa para o café e aproveite e se arrume.  - Franzi o cenho.

- Ei vamos com calma, nem são sete horas ainda. - Ela fez careta. - A pressa é inimiga da perfeição.

 - Não venha com frases feitas para cima de sua mãe, agora anda, sobe e se arruma.

 - Acho melhor ouvir ela. - Olhei para trás e meu pai apareceu com o que pareceu algumas caixas nos braços. - Bom dia.

 - O que é isso?

 - Alguém decidiu colocar toda a sapateira a baixo. - Ele disse e continuou andando calmamente. Olhei para a minha mãe e ela deu de ombros.

 - Por que ainda está aqui? - Sorri depositei um beijo em sua bochecha e depois subi as escadas, indo fazer minha higiene matinal e me trocar, antes que Isabelle chegasse e que minha mãe surtasse.

Os opostos realmente se atraem? (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora