Alec

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 Já faziam alguns dias que estava vindo para o hospital e que o tratamento de Maryse tinha começado, tinha feito a última prova da faculdade e já parado de ir porque no momento estava priorizando o estado de minha mãe e depois, porque faltava apenas uma semana para o final e como não tinha faltado tanto durante todo o ano, poderia faltar agora que compensaria. 

 Maryse no momento estava dormindo, desde que o tratamento começou, comer e dormir era o que ela mais fazia, continuava fraca por causa da mudança nos remédios e ainda não trocava uma só palavra comigo, a não ser é claro, quando ela queria me criticar por causa de algo. Estava distraído com um dos meus livros e ouvi batidinhas na porta, quando olhei era Hodge com um ramalhete nas mãos e um envelope. Me levantei colocando o livro do lado e meio que por instinto arrumei meu cabelo que não deveria estar num dos melhores estados. Ele sorriu.

 - Você está ótimo Alec. - Dei um meio sorriso e olhei para a cama. - Isso é  para quando ela acordar. - Ele entrou no quarto e me entregou as flores. Quando fui as pegar, nossos dedos se tocaram e ele meio que paramos por um momento para nos encararmos. - Ah, isso... Isso também é para ela. - Hodge pareceu por um momento nervoso, só que logo passou e ele me entregou um envelope. - Fiz o que você me pediu.

 - Eu nem sei como agradecer. - Peguei o envelope de sua mão, levei as flores para cima da mesinha de canto e abri o envelope, pegando o papel de lá de dentro para ler. Tinha pedido para que ele entrasse com um pedido de guarda para Maryse, comentei sobre algumas coisas que estavam acontecendo para incrementar em sua petição deixando é claro, algumas coisinhas de fora e ele aceitou, sem fazer objeção alguma de entrar num processo contra meu pai.

 - Um jantar talvez. - Tinha terminado de ler, olhei para Hodge e fiz careta.

 - Você sabe que namoro.

 - Infelizmente. - Hodge pareceu dar de ombros. - Só que, estou propondo apenas um jantar Alexander. - Estávamos falando baixo por causa de minha mãe, olhei para ela e a mesma  ainda parecia estar em um sono profundo

 - Hodge...

 - Converse com ele, fale que é só um jantar. Estou fazendo algo que não faria para uma pessoa qualquer, só vou entrar com essa ação porque é por você. - Suspirei derrotado, estava cansado de tudo o que estava acontecendo e assenti derrotado.

 - Vou falar com ele. - Ele assentiu.

 - Fale para ela ler e se concordar com tudo o que está ai, assinar, hoje as oito no restaurante da rua principal você me entrega assinado. - Antes que pudesse reclamar ele me deu as costas. - Estimo melhoras. - E então Hodge se foi, suspirei e voltei para o sofá. Uma das enfermeiras entrou e pareceu envergonhada quando olhei para ela então, decidi voltar a me concentrar em meu livro.

 Antes que a mulher saísse, olhei para as flores e decidira pedir algum recipiente para eu poder colocá-las, para que não murchassem. Ela pareceu ficar sem graça com minha aproximação e pedido, chegando até a ficar vermelha e confesso que fiquei um pouco constrangido por conta de seu desconforto.

 - Desculpa eu...

 - Imagina, eu já trago algo. - E então ela saiu sorrindo, arqueei a sobrancelha enquanto a observava se afastar e depois voltei para o quarto e o livro. Ela voltou mais rápido do que imaginei, com um jarro com água, agradeci e ela se foi. Fui até a mesinha e ajeitei as flores nele.

 - Espero que não esteja querendo me... Me agradar. - Ouvi a voz fraca e rouca de Maryse atrás de mim e me virei.

 - Não estou. - Olhei para as flores e depois para ela novamente. - Hodge as deixou para você junto com um papel para que você assine. - Ela arqueou a sobrancelha.

Os opostos realmente se atraem? (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora