Magnus

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 Alexander e os irmãos já tinham chego, eu e meu garoto não tínhamos trocado mais do que curtas frases e não falamos absolutamente nada sobre o que tinha acontecido na casa do seu pai. Ele estava um pouco distante, totalmente perdido em seus próprios pensamentos e o fato de estar impotente diante a isso me irritou, queria poder conversar com ele, saber direito o que tinha acontecido, o que ele tinha decidido e poder confortá-lo. Enquanto o o observava, percebi que ele estava tentando agir naturalmente, como se nada tivesse acontecido e tudo isso pelos irmãos, ele estava tentando passar segurança para eles, tentando mostrar que tudo estava sob controle. 

 Max e Isabelle estavam abatidos pela casa, eles também não estavam agindo normalmente, ambos ficavam amoados num canto com seus próprios pensamentos. Estava sentindo um certo desconforto com toda essa situação mas, não iria comentar nada e respeitar o momento deles, não tinha ideia de como deveria estar sendo difícil para ambos tudo o que estava acontecendo.

 Max estava no chão da sala brincando com Presidente Miau, fui até ele e me abaixei.

 - Quer jogar alguma coisa? - Perguntei numa tentativa falha dele se animar, o garotinho negou. Suspirei. - Max, sei que deve ser uma situação ruim a que você está passando mas, tente não pensar tanto nisso quanto você deve estar. As coisas vão se ajeitar.

 - Você acha mesmo isso? - Ele perguntou, via refletindo de seus olhos algo bem próximo de esperança, de que algo realmente bom acontecesse e eu assenti. Me levantei o deixando com Presidente Miau, Isabelle estava no sofá com o celular, ela olhou para mim e me deu um sorriso fraco.

 - Obrigada. - Dei um meio sorriso e fui até o quarto, Alexander tinha ido para lá depois que tinha preparado o jantar. Entrei e ele estava de costas para mim encarando a rua pela janela, não se virou mas, sabia que estava aqui. Encostei a porta atrás de mim e fui até ele em silêncio. Ainda não sabia bem se deveria intervir nesse momento dele então, andei em passos lentos até o outro lado do quarto onde ele estava.

 Ele se virou e parecia a primeira vez que ele realmente olhava para mim durante o tempo em que tinha chego, seus olhos estavam totalmente cravados nos meus e sustentei seu olhar. Ele estava precisando de mim e eu sentia isso, só que não sabia como poderia lidar com sentimentos tão intensos, a família, principalmente para Alexander era um assunto delicado. Sentia sua respiração em meu rosto e assim ficamos até que ele se abaixou e me beijou. Não foi um beijo totalmente efervescente igual a tantos outros, ou desesperado foi só... Ele estava precisando de mim, naquele momento percebi que estava totalmente desamparado, toda a calma, todo o autocontrole não passava de apenas fingimento para não desesperar os irmãos, mas comigo, comigo ele sabia que poderia mostrar a verdade. 

 Alexander afastou nossas bocas mas continuou com a testa colada na minha com os olhos fechados e uma mão em cada lado de minha face,  ele escorregou as mãos por mim e me abraçou, ambos estávamos sentindo a necessidade dessa aproximação. Passei meu braço em torno de sua cintura o apertando.  Ficamos no mais completo silêncio por minutos, longos minutos em que fiquei prestando a atenção em sua respiração e em seus batimentos cardíacos.  Ele suspirou.

 - Estou perdido Magnus... - Alexander sussurrou enquanto ainda estávamos abraçados. Nesse momento eu percebi o quanto ele estava parecendo uma criança amedrontada e ele tinha esse total direito, algo dentro de mim se apertou pela sua voz, a maneira com que ele sussurrou essas palavras e a única coisa que consegui fazer, foi o abraçar ainda mais forte. - Estou tentando entender a frase "tudo tem uma razão para acontecer" e... E não estou conseguindo, não vejo motivos para isso estar acontecendo com eles. Max e Isabelle não merecem.

 - E nem você. - Complementei. Nos afastamos, Alexander passou a me encarar em silêncio. - Nenhum de vocês merece passar por tudo o que está acontecendo.

Os opostos realmente se atraem? (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora