Levei Magnus até sua casa depois de nossa conversa no elevador, ainda estava um tanto incomodado e totalmente envergonhado com o ocorrido. Por mais que ele tivesse tentado me tranquilizar e tudo mais, eu ainda me sentia um completo idiota, o que tinha me dado para eu querer apresentar ele para o meu pai?
Assim que cheguei de volta no prédio e porteiro correu até mim, antes que entrasse no elevador.
- Senhor Lightwood? - Me virei, o porteiro era um senhor de mais de meia idade, tinha rugas pelo rosto queimado de sol e olhos cinzas desbotados, estatura baixa e parecia bem rechonchudo para sua própria saúde.
- Sim Charles?
- O senhor está bem? - Arqueei a sobrancelha e ele pareceu ficar sem graça, começou a mexer as mãos sem parar. - Sei que não é da minha conta mas... - Ele levantou os olhos para me encarar. - Acabei vendo pelas câmeras do elevador e... Queria saber se o senhor está bem? - Fiquei sem nenhuma reação enquanto encarava o senhor em minha frente, ele que antes tinha encarado com uma cara estranha eu e Magnus, agora estava se preocupando comigo? Fiquei em silêncio enquanto o olhava. - M-me desculpe senhor, eu não deveria, nunca mais vou...
- Er... Está tudo bem, não precisa se preocupar e... Obrigado. - Dei um meio sorriso para o velhinho em minha frente e ele deu um passo em minha direção colocando a mão em meu ombro.
- Vocês parecem ser boas pessoas. - Assenti meio sem jeito e ele voltou para o seu posto.
Se as coisas estavam estranhas hoje? Com absoluta certeza sim. Meu porteiro preocupado depois de eu ouvir algumas coisas de Magnus; meu namorado que provavelmente estava chateado com a minha falta de senso, só que era uma pessoa amável o bastante para não me falar isso...
Entrei no apartamento de cabeça baixa, não estava muito afim de voltar para cá mas, tinha pensado melhor. Como sempre eu iria me afugentar em algum de meus livros durante horas rezando para que ninguém me atrapalhasse. O único problema seria onde ficar lendo sem que meus queridos hóspedes passassem e me atrapalhassem de qualquer forma possível.
- Alexander Gideon Lightwood no que você estava pensando quando o trouxe até aqui? - Levantei a cabeça e me deparei com minha irmã parada com os braços cruzados em frente ao peito.
- Izzy, hoje não... - Passei por ela indo até o quarto, precisava ficar um pouco sozinho. Ouvi o barulho dos saltos dela vindo atrás de mim.
- Hoje não? Alec você iria apresentar Magnus para nosso pai? - Me joguei na cama de barriga para baixo e fechei os olhos.
- Não quero falar sobre isso.
- Mas eu quero.
- Izzy... - Suspirei.
- Alec você ainda não está pronto, sinto em falar isso só que é a verdade.
- Eu já sei, parece que todos acham a mesma coisa sobre isso. - Senti ela afagando minhas costas.
- Ah Alec... - Senti a pena em sua voz e me irritei, tudo bem que Isabelle só estava querendo me ajudar mas, odiava quando sentiam pena de mim. Não me virei, depois de alguns minutos ela saiu do quarto fechando a porta atrás de si e me senti aliviado.
Estava desapontado e frustrado o suficiente comigo mesmo, deixei que algumas lágrimas escorressem. Qual era o maldito problema comigo? Tinha medo do meu próprio pai e por causa disso sabotava a mim mesmo. Fechei os olhos, isso era uma coisa que deveria parar mas, não seria fácil. Nem um pouco fácil.
O que Magnus me falou no elevador sobre minha família era a total verdade, eu os amava mais do que a mim mesmo e quando Maryse passou a me odiar por conta de minha sexualidade e se afastou... Quando senti que a perdi foi uma dor insuportável, não sabia como lidar com isso, não queria afastar mais ninguém de mim. A lacuna que minha mãe deixou fora grande demais, não conseguia suprir a falta que tinha dela de forma alguma e agora, agora com Magnus tenho inseguranças o suficiente para não o apresentar ao meu próprio pai por conta do que tinha acontecido comigo no passado.
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Os opostos realmente se atraem? (Malec)
FanfictionAlexander Lightwood um garoto responsável que não curte muito festas e que no momento está focado em sua vida acadêmica, não querendo se envolver com ninguém pelo fato de poder perder seu foco, algo que seu pai Robert não aprovaria e ele não queria...