Alec

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 Estava no carro junto a Maryse indo em direção ao hospital para alguns exames antes de finalmente darem "alta" para ela e ela com a maior felicidade do mundo, poder ir embora de casa. E não fazia muito tempo desde que tínhamos chego ao carro, foi só o tempo de eu virar a esquina e ela já havia bufado pelo menos umas dez vezes. Engoli em seco para não fazer comentário algum porque sabia que quem tinha insistido para vir fui eu enquanto ela xingava falando que não queria então o que me restava fazer era fingir que nada estava me incomodando.  

 Parei no sinal vermelho e enquanto esperávamos resolvi ligar o rádio, porque por incrível que pareça a cidade estava confusa, o trânsito estava insuportável e chegaríamos ao hospital mais tarde do que o planejado.  Ok, não era a morte ficar em silêncio, até apreciava um bom silêncio, só que o clima estava totalmente tenso e confesso ter ficado um pouco apreensivo, não sei, tudo relacionado á Maryse me deixava um pouco apreensivo, mesmo que eu já tivesse aprendido controlar grande parte desse nervosismo desnecessário.

 Comecei a bater com os dedos no volante no ritmo da música para tentar me distrair e então, ela apenas desligou o rádio. Arqueei a sobrancelha e olhei para o lado, encontrando uma Maryse totalmente emburrada.

 - Tudo bem então, nada de música. - Murmurei e então o sinal abriu. - Sabe, já que vamos ficar num completo silêncio até chegarmos ao hospital, não acho que deveria nos privar de algo para distrair. 

 - Parece que não aprecia o silêncio. - Ri. - O que foi?

 - Interessada? - A ouvi bufar.

 - Nenhum pouco.

 Voltamos a ficar no mais completo silêncio. Depois de mais meia hora chegamos ao hospital, assim que estacionei o carro Maryse saltou do próprio e começou a caminhar em direção à entrada do lugar, revirei os olhos com tamanha maturidade e desci do carro. Tudo bem, era óbvio que ela não iria me esperar só que também não era de se esperar que ela praticamente corresse em minha frente. Fui atrás dela e assim que entrei a avistei conversando com Lily, uma médica amiga de Magnus. A garota me viu e acenou, fui em direção à elas e logo percebi o desconforto de Maryse.

 - Alec, como você está? - A garota veio me abraçar.

 - Bem e você?

 - Ah, me acostumando com a correria daqui. - Rimos. - E Magnus?

 - Já está ansioso para voltar. 

 - Ah, todos estão sentindo a falta dele aqui. Acho que você já imagina o porquê. - Ri e então viramos para Maryse que estava extremamente séria ao meu lado.

 - Bem, acho que já estamos atrasados o suficiente para ficar aqui conversando. 

 - Ah claro, meu pai está os esperando na sala dele. 

 - Obrigado Lily.

 - Disponha e mande lembranças ao Mag. - Assenti e ela saiu sorrindo. Quando dei por mim, Maryse já estava indo em direção a sala do médico e então fui atrás dela e antes que entrássemos ela se virou me parando.

 - Eu não quero que você entre. - Arqueei a sobrancelha. - Consegue respeitar pelo menos isso?

 - Ah, que seja. - Dei de ombros e sai deixando ela sozinha. Maryse já era grandinha o suficiente para tomar partido e agora, já tinha notado uma enorme melhora em seu estado desde que o tratamento tinha começado e fazia algum tempo que as alucinações já haviam parado. E é claro que assim, consegui não parar para pensar duas vezes antes de concordar com ela e deixar que ela falasse a sós com o médico.

  Comecei a andar pelo hospital até a ala das crianças, fazia um tempo que não via Mel e Liv e como sabia que provavelmente a consulta demoraria um pouco, resolvi ir visitá-las. Assim que olhei pelo vidro da sala das crianças avistei as duas brincando com os ursinhos que eu e Mágnus  demos. Sorri observando-as de longe. 

Os opostos realmente se atraem? (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora