Capítulo 6- Respostas para perguntas ainda não feitas. - REVISADO

6.3K 657 324
                                    

Sinto que ainda estou completamente dopada pelos acontecimentos dessa tarde

Aqui deitada na minha cama olhando quase sem piscar para o teto branco, tento me convencer de que aquilo tudo foi real. Depois daquela pequena conversa com Peter Pan, segui andando devagar até minha casa, como se nada tivesse acontecido. Ele parecia nervoso pela minha falta de reação ou pela minha teimosia em continuar acreditando que aquilo não tinha passado de uma ilusão, Pan apenas bufou sem paciência e me alertou sobre alguma coisa - a qual eu não prestei atenção- e saiu voando alto para longe. Quando sua imagem desapareceu no horizonte, quando meus olhos já não conseguiam ver sua sombra, me atrevi a pensar se tudo aquilo tinha realmente acontecido.

O brilho do medalhão, a aparição dessa figura voadora memorável que vem há gerações acompanhando os membros da minha família. Como provar que tudo isso é real? Por que vovó nunca falou disso pra mim? Será que isso tudo não é só uma alucinação e todas aqueles rumores sobre a maldição dos Darling são reais? E se a loucura aparentemente for genética?

Só há uma chance de provar que não estou alucinando. Levo minhas mãos ao medalhão no meu pescoço, dedilhando com cuidado o fio de metal e tiro o mesmo pousando o objeto na minha cama.

Já é noite e mesmo tendo certeza de que vovó já trancou a porta do meu quarto, eu insisto em conferir. Me aproximando da cama onde está o medalhão me ajoelho no chão, apoiando meu corpo no colchão e abaixando a minha cabeça até que meus olhos fiquem na altura do medalhão.

Pronto. O que eu faço agora? Devo dizer alguma palavra mágica? Bater três palmas? Usar a força do meu pensamento?

- Vamos lá coisinha, me mostre o que você consegue fazer - digo para o medalhão e começo a encará-lo fixamente tentando de uma maneira muito estranha direcionar meus pensamentos pra ele.

Brilha.Brilha.Brilha.Brilha.Brilha.

Acende.Acende.Acende.Acende. Irradia. Irradia.

Irradia.Irradia.

Resplandece.Resplandece.

Uso todos os sinônimos que eu conheço da palavra "brilha" repetindo-os com força, gritando na minha cabeça enquanto eu estreito os olhos para objeto e tento direcionar os meus pensamentos de alguma forma, o que obviamente dá errado porque tudo o que consigo obter é uma dor de cabeça.

- Vai, não me desaponte...Você vai provar que eu realmente não sou louca certo? - claro que você não é louca, Adaline Darling, está só falando com um objeto inanimado. Imagina.

A seguir tento todas as outras possibilidades que me vieram a cabeça. Quem me visse agora diria certamente que eu havia fugido de um hospício.

- Alakazam!- grito.

- Abracadabra!

- Piripimpim!

- Bibidibobidibu!

- Avadra Kedrava!

- Abre-te Sésamo?- testo todo o meu conhecimento com palavras mágicas (retiradas exclusivamente do meu vasto repertório de filmes) e nada aconteceu.

- Vamos lá, você anda muito exigente - reclamo como uma criança fazendo birra no quarto.

Minha próxima tentativa de invocar a luz mágica daquele objeto é um tipo de dança ou ritual que criei justamente para essa ocasião. É bem complicado. Tento começar pulando, fazendo uma sequência de polichinelos que não duraram muito devido ao meu sedentarismo. Assim, em seguida começo a me mover pelo quarto na ponta dos pés tentando imitar a leveza de uma bailarina. Levanto as pernas na ponta e projeto os braços para frente e para trás como em um remake bem podre de o Lago dos Cisnes.

Me Leve Para A Terra Do Nunca ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora