Capítulo 33- O que sobrou de nós.

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Estavam gritando no meu ouvido e eu já não aguentava mais.

Levantei-me da onde estava sentada e peguei a minha mochila prostrada no chão, encaixando-a confortavelmente nas minhas costas. O sinal tocou como um grito de puro êxtase. Quase como um orgasmo pras mentes cansadas dos alunos impacientes.

Apressando os passos e ignorando todos aqueles que gritavam o meu nome, tratei logo de me meter dentro da massa difusa e desconexa de alunos que se dirigiam mecanicamente para a entrada da escola, do meio hipertônico para o hipotônico.

Biologia explica quase tudo, é tão maravilhosamente lindo.

Atravesso a porta e a massa de alunos se dispersa. Piso na rua como o coração aliviado como quem sai de uma prisão. Poderia virar a esquerda e chegaria naquele apartamento caro em menos de vinte minutos, mas os genitores só chegariam as oito e agora não passa de quatro da tarde.

Tendo isso em vista eu sigo reto pelas ruas idênticas de Londres, os mesmos prédios altos em tons de cinza e marrom claro que não se diferenciam nada um do outro. É fácil se perder por aqui, se você não é da cidade.

Avisto o ponto de ônibus ao longe. Ainda vai demorar uns dez minutos pro 447 passar então decido dar uma passadinha na confeitaria ao lado. É pequena e tradicional e não passa de um cubículo minúsculo com as paredes pintadas de rosa pastel com um acabamento rústico de madeira. Há uma vitrine pequena com um balcão em cima que exibe alguns bolos e cupcakes. Quadros na parede de paisagens bucólicas ao por do sol e de alguns doces.

Me apoio no balcão e sorrio para a mulher ao lado que sorri de volta. Aponto para um bolo de chocolate com morango lindamente decorado com glacê e peço que me dê dois pedaços. Saio feliz da loja de volta para a rua carregando a caixa com os pedaços de bolo. Espero no ponto e pego o tradicional ônibus vermelho e subo até o primeiro andar, me sentando ao lado da janela na primeira fileira. Observo o céu rosa do entardecer. Já é primavera e as flores estão mais coloridas do que nunca.

O ônibus para e um grupo de garotos suados sobe, segurando uma bola de futebol, rindo e fofocando. Um deles, o mais velho olha pra mim como se me reconhecesse. Carrego seu olhar por mais alguns segundos antes de desviá-lo a janela, sou só mais uma garota mimada do Saint Marie e ele um garoto de rua qualquer.

Desço quarenta minutos depois no metrô e pego o mesmo que me leva até os arredores da cidade. Por que ela quis morar tão longe? Bufo. O bolo já deve estar se desfazendo com todo esse chacoalhar. Mais vinte minutos a pé e finalmente chego na estradinha de terra batida. Apesar da Inglaterra ser um país de primeiro mundo parece que o cimento não chegou aqui.

A estrada sem saída é cercada dá para um casebre rústico de pedra e madeira,no quintal uma árvore imensa, centenária talvez milenar, chega acima até do telhado. Paro em frente a porta de madeira e aperto a campainha. O lugar é tão simples que me sinto quase ultrajada por não a ver um gárgula ali, não combina com o figurino, se é que me entendem.

A porta se abre rangendo e revela a figura da mulher idosa de cabelos prateados meticulosamente arrumados num coque. Ela dá um sorriso, os olhos azuis se iluminando.

-Mabel!- diz com a voz cheia de alegria. Não é de se surpreender sou a única pessoa que vem visita-la em quase um ano.- Vamos entre!

Ela chamou-me fazendo movimentos com as mãos para que eu entrasse enquanto dava passagem pela porta. Usava um vestido cinca e um colar discreto de pérolas, poderia ser muito bem a rainha da Inglaterra com aquela roupa.

Me Leve Para A Terra Do Nunca ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora