Capítulo 54- A guerra é uma arte - Revisado.

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O Crocodilo sorriu de modo maníaco e desceu do céu, como um relâmpago. Seus pés tocaram o chão com uma força tão grande que senti o terreno tremer. Ele estava usando apenas calças e todo o seu corpo estava com uma tonalidade preta, muito mais preta que a noite. A escuridão subia pelas suas veias e percorria o seu sangue, até metade do nariz. Os olhos e a testa ainda estavam marcados sobre a pele branca levemente bronzeada. Dava pra ver os capilares que se ramificação ao longo da pele, levando o sangue negro para cima enquanto a escuridão subia, subia e subia devagar. Logo o crocodilo estaria dominando tudo e então não teria mais volta.

Onde os pés dele haviam tocado o chão havia uma mancha escura na terra. Era o mesmo tom que havia nele e na ilha, como uma doença contagiosa que se espalhasse só com o toque.

Ele avançou na minha direção com a adaga afiada mirando no meu pescoço. Desviei por um triz ouvindo o zunir da lâmina do meu ouvido. Em seguida ele se virou girando o braço para trás com a esperança de que a lâmina pegasse rasgasse a minha bochecha. O fogo no meus dedos começou a formigar mas eu recuei com um pulo para trás. Então ele avançou mais e mais. Continuei recuando com pulos e desvios sem atacá-lo. A adrenalina no sangue fazia a magia que corria em mim entrar em combustão. Eu poderia queimá-lo e seria tão fácil.

Mas mesmo assim, se há uma parcela de chance de que o Peter ainda esteja ali dentro... Não posso machucá-lo, não enquanto houver esperança.

Ouço o barulho dos gritos ao meu redor, os tiros e o cheiro de fumaça misturado com sangue, mas tudo o que eu faço é desviar.

- Já que você não quer atacar eu não vou ficar brincando.- falou o Crocodilo, dando um impulso pra cima. Voando alto sobre a minha cabeça. Então o filho da puta sacou a flauta que carregava e tocou uma melodia breve.- Espero que se divirta. Tenho mais o que fazer.

Gritos soaram mais fortes quando uma orda de monstros surgiu correndo, derrubando as árvores e passando por cima de todos que estavam na clareira.

Tinham uma pelagem retinta da noite, corriam rápido apoiando o corpo robusto e monstruoso sobre as quatro patas gigantes, pisoteado todos que vissem pela frente. A cabeça era composta inteiramente por uma boca com fila e filas de dentes afiados que dilaceravam qualquer coisa.

Essas criaturas eram como tanques de guerra, sua chegada em bando derrubou as árvores, seus corpos pisoteado os sobreviventes, a boca cortando a carne dos guerreiros. As poucas linhas de defesa que tínhamos haviam sido destroçadas. Flechas voavam pelo céu atingindo o couro das costas sem nenhum efeito aparente.

O pior é que eles eram só a comissão de frente. Os goluns os seguiam com seu corpo retorcido, eram as almas que haviam perdido suas sobras para o Crocodilo. Seres bípedes que andam como animais, de corpo seco e retorcido. Eram criaturas cegas mas se guiavam pelo cheiro do medo.

Depois deles vinha o bicho papão. Eram seres que naturalmente vagavam pela floresta morta se alimentando de pesadelos. Sombras negras que se disfarçava de feras belas com poderes hipnóticos. Aprisionavam as mentes frágeis nos próprios pesadelos e se alimentavam do terror até que a pessoa definha-se.

Derish passou correndo por mim, suas patas ensaguentadas e o corpo animal, com cortes. Em seguida um anão, e um dos homens-árvore e mais e mais deles.

-RECUAR! - gritou Derish o mais alto que pôde tendo os seus gritos ecoados pelas gargantas dos sobreviventes.

Um baque me pegou de surpresa, um empurrão nas costas que me fez tropeçar para frente. Max surgiu ao meu lado e pegou a minha mão puxando-me para mais perto do coliseu. Todos corriam para dentro da clareira, limitando nosso espaço de ação.

Me Leve Para A Terra Do Nunca ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora