Capítulo 15-O Ursinho Pooh

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" ... Não há ninguém melhor
Que o Ursinho Puff
Ele é tão querido
Que sempre é divertido
Até quando pinta o perigo
E se estou sozinho
Nessa hora o ursinho
Surge na frente
Provando que é amigo
O ursinho barrigudinho
Tá sempre comigo
Não vai me abandonar ..."


-Merda!- grito e mordo o lábio com força. Isso não pode estar acontecendo comigo, não pode. É simplesmente inaceitável.

Certo. Respire fundo Adaline, você vai dar um jeito. Sempre dá.

Não vai.

Não tem como.

Dessa vez não tem jeito.

-Peter! Peter!- grito alto desesperada, ele sempre veio ao meu socorro quando eu precisei, talvez dessa vez ele venha de novo. Saio da borda do rio e me embrenho na mata correndo e gritando desesperadamente até a minha garganta doer e a voz não sair.

-Ele não vai vir garotinha.- Sininho diz no meu ouvido.

-Meu Deus! Sininho que bom te ouvir!- digo e suspiro aliviada, tinha esquecido completamente da presença dela no meu ombro.- E-eu to perdida, por favor você precisa me ajudar a achar o Pan ou quem sabe Donkor, Yakecam, até Takashi ou –sou interrompida pela voz de Sininho me censurando e as palavras estavam jorrando da minha boca e eu não sabia controlar, isso sempre acontecia comigo quando eu ficava nervosa.

-PARA!-ouço ela gritar, mas é engraçado porque ela é minúscula e sua voz é esganiçada e fina, o que não faz com que ela pareça brava.- Eles não vão vir, nenhum deles e faça menos barulho, estamos no limite da floresta encantada perto... Bem, você não vai querer o que tem perto daqui.

-Por que eles não vão vir? Você acha que eles simplesmente vão me largar aqui nessa floresta e me deixar morrer?- digo sem acreditar nas palavras dela. Eles não podem fazer isso, podem?

-Mais ou menos.- ela responde e meu coração para de bater.

- Como assim? O que você quer dizer com isso?

-Você não prestou atenção em nada do que  o Peter falou?- ela indaga voando de um lado a outro sem sair do lugar realmente, igual fazem os beija-flores.

Faço que não com a cabeça e ela suspira decepcionada.

-Você está participando da provação, pra entrar e ser oficialmente uma menina perdida.- demoro para raciocinar que tinha que passar por algum tipo de teste. Que teste de merda é esse que vai dizer se sou apta ou não?

-Princesa, achou mesmo que era só chegar aqui e pronto? Que a vida iam ser brincadeiras de criança na maior parte do dia e que de noite você só ia sentar na fogueira e comer a caça do dia?- fico quieta porque sim, por mais estúpido que pareça agora, eu realmente achei no momento que seria assim.

Ela soltou uma gargalhada exagerada.

-Tá achando o quê? Que vai viver de hóspede pra sempre? Os meninos perdidos são um sistema de cooperação, cada um tem a sua função e ajuda de alguma maneira. Se for ficar aqui vai ter que cooperar afinal você não é a Wendy... Não tem esse privilégio.

Mordi a parte inferior da minha bochecha. Okay eu já entendi ela não precisa continuar a falar desse jeito como se quisesse me humilhar, forçando os meus erros como se eu fosse uma garotinha mimada, se não bastasse ela ainda esfrega na minha essa superioridade da Wendy, na sua relação com Peter.

Aparentemente ela tinha algum tipo de relação especial com ele, não quero pensar em que tipo de relação seja essa, talvez eles sejam apenas bons amigos de infância e tenham boas lembranças. De qualquer forma ela é minha bisavó e já está morta. Não é nenhuma ameaça certo?

Me Leve Para A Terra Do Nunca ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora