Capítulo 49-O amor

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O silêncio se fez na sala. Pensei que Trixie ou Max fossem me questionar. Talvez Killiam ou Lorenzo. Entretanto ninguém disse uma única palavra.

-Eu vou lutar pela Terra do Nunca. Vou matar o Peter Pan.- repito e minha voz ecoa pelos cantos da casa. Engulo em seco frente a seriedade das palavras e o que elas de fato significavam.

Não sei se sou capaz de fazer isso, mas devo.

-Essa é a minha garota!- Lorenzo grita e pula do seu lugar na adeira correndo para o meu lado e expulsando Killiam.- Eu não vejo a hora!

Ele me abraçou e me deu um beijo na testa, antes de voltar a pular de alegria. Killiam rosnou mas Lorenzo estava tão animado que nem sequer reparou. Parecia uma criança que havia acabado de ganhar um cachorro no natal e não alguém que havia acabado de descobrir que mataria seu pior inimigo.

-Então...tudo bem?-indago para o restante da mesa que permanecia calada.

-Eu vou estar com você independetemente da onde esteja.-Trixie falou me oferecendo um sorriso terno.

-Eu vou seguir a sua mãe.- Max disse por sua vez pousando sua mão na dela que retirou-a rápido.

-Lutar?- a voz fina da fada foi a discórdia. - Vocês estão loucos? NÃO TEM COMO DERROTAR O PAN!

Eu queria não ter percebido mas Killiam permaneceu calado.

-Talvez haja um jeito. O Pan concentra toda a energia negra certo? Se matarmos ele podemos fazer com que a magia pare de avançar. - concluo, sentindo-me inteligente por ter chegado aquilo sozinha.

-Esse não é o problema Adaline.-disse Sininho que passava os dedos pelo cabelo freneticamente para mantê-los alinhados.- O problema é que é impossível se aproximar do Crocodilo.

-Eu posso me aproximar dele.-digo convicta, desafiando a fada.

-Ah,é mesmo Adaline? E como você pretende fazer isso?-ela indagou irônica arqueando uma sobrancelha.

-Eu vou conseguir fazer, porque ele me ama. - digo de volta e vejo a fada ficar vermelha de raiva por um segundo e depois voltar ao normal.

-Tudo bem.-ela suspirou se rendendo.- Mesmo que ele te ame e deixe você se aproximar. Como pretende vencer todas as criaturas deformadas? Nós temos um pedaço de terra com floresta fechada e estamos em menor número.

-Bom, talvez, se vocês me permitirem eu possa ajudar.- disse Mabel que se levantava da mesa.

Todos a olhavam com as sobrancelhas arqueadas desacreditados de que a ruivinha estática tivesse de fato uma ideia genial.

-Ajudar como bonitinha?- indagou Lorenzo que seguia cada passo dela pela sala.

-Bom, se o que Adaline me contou está certo, não existe um povo que saiba mais sobre guerras do que nós estáticos. - ela disse direcionando um olhar sério e desafiador para todos na mesa.- E quando se trata de uma guerra de poucos contra muitos, de armas contra gravetos-respondeu ao se direcionar a estante enorme de livros no canto da sala. - Os vietnamitas tem muito a nos ensinar.-disse ao tirar um livro grosso da estante onde se podia ler em letras garrafais " A Guerra do Vietnã."

-Tá bom gracinha, e quem era esses tais vietnamitas? - Indagou Lorenzo para Mabel que segurava o livro firmemente apoiando-o na cintura.

-Eles eram apenas fazendeiros, camponeses que ganharam da maior e mais mortal nação que existe hoje.- respondeu Patrick saindo do seu estado de inércia no sofá.- Os Estados Unidos.

-Isso! Tudo começou muito antes com a invasão da França a região do Vietnã em 1850.-começou  Mabel, como boa estudante de história, animada para contar  tudo o que estudava na faculdade.

Me Leve Para A Terra Do Nunca ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora