Capítulo 41-Por que não Capitão?

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Lorenzo gostava mais de Alexandre do que de si mesmo. Depois do drama no convés nenhum dos outros marinheiros voltaram a olhar-nos até o final do dia.

A muito custo consegui fazer com ele viesse em meu encalço até meu quarto. Trixie me ajudou a nina-lo na cama até que dormisse e finalmente parasse de chorar.

Quando sai do quarto era eu quem me sentia tonta e doente. Minha cabeça girava e cambaleei para fora do quarto as tropeços tentando não acordar Lorenzo. Abri a porta do quarto e se não fosse pela mão enorme daquele pirata que guardava a minha porta eu provavelmente teria quebrado meu nariz no chão.

-Cuidado menina. Você não passa de um graveto. Deveria comer mais do que só as frutas que aquela bruxa lhe dá. - Max disse segurando-me pelo braço evitando a minha queda magistral.

-Aquela bruxa está ouvindo.- Trixie falou saindo do seu quarto, que era ao lado do meu.

Surgindo no corredor de repente como se escutasse tudo atrás da porta. - Não precisa se incomodar em cuidar dela. Eu lido com a garota a partir daqui.- ela falou elevando o tom de voz, segurando com força no meu outro braço e me puxando para perto de si.

- O pirata aqui recusa a sua oferta. Gancho me incumbiu de cuidar da garota e é exatamente isso que eu vou fazer. -disse Max ríspido me puxando com força para perto de si como se eu fosse uma espécie de um cabo de guerra.

-O que te faz pensar que é melhor do que eu para cuidar da menina?-Trixie disse, assim que soltou o meu braço com medo de me machucar. Max me envolveu nos seus braços e me jogou por cima do ombro direito como se eu fosse um saco de batatas.

-Ei!-grito surpresa pela atitude dele. Max começa a caminhar comigo nas costas ignorando os xingamentos e os protestos de Trixie.

-O que te faz pensar que você é melhor do que eu para cuidar dela?- ele indagou repetindo a resposta da bruxa com fogo nos olhos.

-Ela é minha... aprendiz, minha responsabilidade.- Trixie falou com ácido pingando da língua

-Bom-retrucou Max focando sua atenção total ao rosto da bruxa, o seu tom de voz parecia tão áspero quanto o dela. - ela é a minha tarefa e sendo assim, minha responsabilidade.

Os dois atravessaram o deque completamente absortos no bate-boca ignorando quaisquer que fossem os meus protestos, estavam tão envolvidos naquela bolha de xingamentos que mal prestavam atenção em mim.

Desceram as escadas do lado oposto e caminharam até o refeitório, um pouco abaixo do deque. O local estava cheio, recheado de tilintares de metal dos copos, risadas e gritos. Tinha cheiro de ensopado de carne recheado de gordura. Era um salão médio com mesas de metal, pratos e talheres de igual composição. No fundo, duas portas com círculos de vidro separavam o local da cozinha.

Já era a noite e eu não fazia ideia de que horas eram.

Max me colocou em um canto vazio de uma mesa e Trixie sentou -se ao meu lado de maneira possessiva, aproveitando o fato do pirata não estar perto de mim para marcar sua posse.
É estranho a implicância que ela tinha com o pirata que não fazia nada além de tentar ajudar. Chegava a ser irritante a briga ridícula dos dois. Pareciam duas crianças. Se olhavam com raiva que não era essencialmente verdadeira, como namorados brigados. Trixie iria me contar. Eu faria ela me contar.

Max foi até a cozinha e gritou em alto e bom som por um homem chamado Artur que lhe trouxesse a melhor carne de bode já feita.

O pirata voltou até nossa mesa e se sentou a nossa frente. Seus olhos passaram vagando entre mim e Trixie analisando nossos rostos como se reconhecesse traços comuns ali. Abriu e fechou a boca prestes a puxar algum assunto mas os olhos nada convidativos de Trixie o fuzilaram e ele resolveu conversar com outros marinheiros no salão.

Me Leve Para A Terra Do Nunca ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora