Capítulo 3

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AMANDA

O sol rompeu as persianas da janela me acordando de supetão, Deus queira que eu não esteja atrasada. Tirei um caderno do meu rosto e uma caneta incomoda que marcava minha perna, com a mão tremula verifiquei a hora em meu celular, 6 horas da manhã.

_Graças a Deus – murmurei.

Já passava das 4 da manhã quando eu peguei no sono em meio ao estudo de fisicoquímica. Eu esperava sinceramente que alguma coisa da matéria ainda estivesse impregnada em meu cérebro. Certamente havia pessoas mais desesperadas do que eu naquela matéria, mas não me sentia muito confiante em iniciar provas bimestrais com notas vermelhas.

Olhei meu pequeno apartamento, depois da semana de provas eu teria tempo de torna-la um lugar mais especial. Ainda não conseguia pensar em como sobreviveria aos exames trabalhando para um Bad Boy, mas mesmo exausta não conseguia tirar o sorriso de meu rosto.

Vestindo um camisetão e uma calça legging, calcei minhas sapatilhas e estava prestes a escovar os dentes. Então, eu iria para a UNAL faria minha prova e provavelmente iria comer Patacones de queijo com Yasmin.

_Oi – falei atendendo meu telefone imediatamente enquanto olhava minha escova de dente.

_Por tudo que é mais sagrado Amanda – gritou Yasmin desesperada –Faltam 30 minutos para as 7 horas e você não está na UNAL.

Senti meu coração parar de bater por um momento.

_Por favor – pedi antes de sentir uma crise de desespero vindo – Só não me diga que...

_A prova começa 7 horas Amanda! – gritou Yasmin fazendo-me catar a mochila e sair correndo.

Cheguei 10 minutos atrasadas para a prova, isso provavelmente afetou meu discernimento e desempenho, as formulas pareciam girar em minha mente. Eu tentei varias vezes parar de bater a caneta na folha e ignorar o olhar irritado do meu professor, mas no final eu acabava colocando a caneta lentamente na mesa e dando um sorriso sem graça para o doutor colombiano formado em Harvard.

Existe um momento na vida de um estudante que você não sabe o que fazer e aquele momento na minha vida era agora. Comecei a realizar o exame batendo irritantemente meu pé na quina do ferro da cadeira da frente e quando entreguei minha folha para meu professor tinha certeza que havia zerado.

_E então como você...

_Não Yasmin – falei fazendo um "pare" com as mãos – Eu preciso de patacones, patacones infinitos.

_Seu trabalho está te afetando – disse Yasmin ao tirar um caderno da minha mão e empurrar-me pelo corredor – Você tem bolsas ao redor dos olhos, se tivesse um namorado eu diria que você foi agredida.

_Nós podemos denunciar meu namorado agressor amanhã – respondi a Yasmin ganhando olhares assustados de umas garotas que passavam no corredor – Ele disse que foi por amor!

_Cala a boca, mensa! – disse Yasmin batendo em minha cabeça – Elas agora provavelmente pensam que você é maluca.

_Ou uma vitima! – gritei ganhando outro tapa.

_Por que eu ainda falo com você? – riu Yasmin ao descermos as escadas.

Enfrentar uma fila lotada de pessoas no Café Borges não era exatamente divertido. Eu era provavelmente a vigésima quinta pessoa tirando Yasmin que andava na minha frente. Então, quando chegou minha vez, tive que explicar detalhadamente para a senhora Felicia como eu precisava de muito queijo no meu patacones e tive que ouvir a pobre senhora rir muito sobre as palavras confusas que saia da minha boca como "prova", "deu ruim", "mau agouro" e "boladona".

Livro 1 - Doce TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora