Capítulo 53

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AMANDA

J Balvin está em meu quarto de hotel faz algumas horas. Ele é muito atencioso – levando em consideração que estou com a cara inchada de tanto chorar por Maluma – e está sentado a meu lado na cama enquanto assistimos uma serie qualquer no canal de filmes pago.

Minha cabeça está encostada em seu ombro e minha respiração acompanha a sua, lenta e reconfortante. Algumas vezes sinto um "soluço-choro" explodir em meu peito e ele acaricia meu cabelo murmurando palavras de conforto, mas eu duvidava muito que um "Vai ficar tudo bem" fizesse as coisas dar certo naquele momento.

Era engraçado como eu poderia ficar a noite inteira em claro e não conseguir lembrar do conteúdo da prova que eu iria fazer e conseguir lembrar de detalhes da cena – estremeço aproximando-me do calor confortante de J Balvin – de Maluma com Anitta. Aqueles dois se merecem – ou não choraminga meu cérebro – até a pior parte de mim, estava sofrendo com aquilo e eu nem tinha direito algum – claro que você tem direito! Grita meu cérebro irritado, deveríamos ter socado a cara dela – bem que eu deveria mesmo.

_Acho que é uma péssima ideia ela entrar na casa mal assombrada – comenta J Balvin e encaro a televisão novamente. A mocinha loira está distanciando-se do grupo e entrando sozinha na casa amaldiçoada, as mocinhas eram sempre tão burras.

Meu celular começa a tocar e eu e J Balvin desviamos nosso olhar para minha bolsa no criado mudo, vejo-o fazendo um sinal de "você quer que eu veja quem é?". Aceno com a cabeça e me ajeito melhor no edredom ao qual estou enrolada, apesar da noite estar com um clima bom eu me sentia gelada.

_Droga – ouço-o dizer e volto meus olhos para seu semblante irritado. Ele ameaça começar a falar uma, duas, três vezes antes de me mostrar o nome que aparecia na tela do celular.

Lorenzzo.

O que Lorenzzo queria uma hora dessas? Balanço a cabeça positivamente e seguro tremula o telefone. Eu sei que tenho total autonomia para ignorar a ligação, mas a parte de mim, aquela que quer verdadeiramente saber se ele está me ligando por causa de Maluma é mais forte que meu amor próprio. Pergunto-me, o que Maluma vai precisar fazer para que eu desista de uma vez?

_Oi – falo e sinto minha voz sair quase muda no telefone.

_Amanda – diz ele preocupado – Maluma precisa de você, infernos, eu sei que ele é uma merda ambulante e não merece o chão que você pisa, mas pelo amor de Deus me ajuda a tirar ele desse lugar.

_Lorenzzo eu não posso – sinto que estou tremendo ao segurar o celular próximo a meus ouvidos – Eu não, eu...

_Amanda, ele está fora de si, não sei o que diabos ele vai fazer – diz Lorenzzo passado. Ouço o som forte de musica e estremeço ainda mais me encolhendo em minha própria bolha – Ele vai acabar se machucando ou machucando alguém ou entrando em um coma alcoólico.

Ele já me machucou – eu queria dizer – ele acabou comigo.

_Onde ele está? – pergunto sabendo que eu iria arrastar meus cacos e deixar o homem que me despedaçou seguro. Isso não deveria se chamar amor, eu tinha que ser masoquista.

_Em uma boate chamada Latinas – ouço-o dizer e desligo o telefone antes de responder.

_Só me diz que você não vai fazer isso? – J Balvin pergunta e não consigo encara-lo nos olhos.

Arrasto-me até sair da cama e calço minhas pantufas.

_Ele precisa de mim – murmuro pegando minha bolsa e focando-me na porta de saída.

Livro 1 - Doce TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora