MALUMA
Sinto-me um pouco desorientado ao despertar e demoro um pouco a abrir os olhos, aproveito as incríveis sensações a minha volta, não acreditando muito que pela segunda vez na minha vida - desde que eu me lembro ao menos - eu esteja sentindo-me bem, pela manhã.
O cheiro de cravo e jasmim logo se abate em meu sistema causando uma rápida ereção, aquele cheiro me lembrava muito dela - Sirena - a segunda mulher que estava ferrando com a porra da minha cabeça - de novo - em menos de um mês e isso por si só já tinha estragado meu dia. Lembrar que ela foi a pessoa que fez-me dormir melhor ferrou com o resto do meu humor. Não conseguia descobrir se minha raiva era por ainda não saber qual era seu nome ou o controle que ela mantinha no meu pau. Eu tinha passado de novo a noite com aquela mulher?
Ao abrir os olhos estou furioso pronto pra acordar Sirena e obriga-la a dizer-me algumas verdades e o choque que levo ao estar encarando a cena mais bizarra que já vi na minha vida, faz-me sentir nauseado. Minha empregada - Amanda - está dormindo no que parece ser 20 cm da cama king zine, seu cabelo está bagunçado apesar de estar preso numa espécie de nó, seu corpo está praticamente em uma posição fetal enquanto uma mão paira muito próximo de sua boca - e ela está babando - por sinal. Em vez de sentir repulsa sinto-me estranho por categorizar a cena como "fofa".
A cena toda gritava tanta inocência que nem precisei notar o horroroso conjunto de moletom verde musgo que ela estava vestindo para sentir meu pau encolher-se de remorso. Eu sou um maldito pendejo na cama de uma menina inocente. Reparo que seu espaço de 20 cm foi imposto pelo meu tamanho maior ao ocupar metade da cama e pelo obvio motivo de que ela não queria chegar perto de mim.
A bondade daquela menina me assustava e fascinava ao mesmo tempo. Não tinha como esconder de ninguém que eu era um desastre, alguém que ela nunca deveria ter conhecido. Sinto as cenas da noite passada voltando lentamente em minha cabeça e o real motivo por ter ido na casa dela ainda me era estranho, apesar de todas as mentiras que eu vinha falando-me ao encostar o carro em sua rua, não posso me arrepender de ter feito a escolha que fiz, pela segunda vez em um mês eu tinha dormido bem sem relembrar meu inferno noturno, o qual tenho me acostumado desde sempre. E saber que Amanda e Sirena haviam feito-me dormir melhor deixava-me sem saber o que pensar, eram garotas muito diferentes que chegavam a ser gritantes apesar do perfume ser o mesmo.
Uma pequena parte de mim, sente-se arrependido por ter dormido com o maior espaço da cama, mas na próxima vez era melhor ela ficar com o canto. Após concluir aquele pensamento fico horrorizado e irritado. Era mais que obvio que eu não estaria dormindo na cama da minha empregada de novo. Sou um merda, um bastardo egoísta e a não tenho consideração por nada a não ser meu trabalho, meus fãs - com a exceção de algumas pessoas irritantes - e minha família - que não suportava mais minhas merdas - fora isso, todo o resto era resto. E mesmo tendo a consciência de tudo isso, ao menos a parte "boa" em mim sabe que eu jamais corromperia uma menina inocente, não Amanda pelo menos. Eu jamais iria tocar naquela mulher. Esse pecado eu não levaria pro caixão.
Saio da cama sem acorda-la e pego minha blusa enquanto entro em seu banheiro, o cheiro de cravo e jasmim está exalando de uma vela aromática e a lembrança da minha mãe espalhando aquelas merdas por todo o canto me fez socar a porra da parede. Droga, eu estava começando com aquilo de novo, logo quando achei que isso iria ser um bom dia. Preciso sair daqui. Eu estou perdendo o foco.
Após ficar uns cinco minutos com a cabeça de baixo d' água, calço meus tênis e minha blusa e saio daquele lugar. O porteiro - Arthur eu acho - está sorrindo feito um idiota patético quando saio daquele prédio, estou um pouco surpreso por ele não ter denunciado minha presença para alguma revista de fofoca, sem mais paparazzi para revelar minhas merdas - mesmo que essa não tenha sido uma, minha consciência me diz - mas alguma coisa me dizia tambem que Lorenzzo ia comer meu rabo naquela manhã.
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Livro 1 - Doce Tempestade
Hayran KurguAmanda é uma garota brasileira de 20 anos que acabou de ganhar uma bolsa de estudos na Colômbia. Viver em um alojamento com outras brasileiras que só pensam em festas e homens estava prejudicando e deixando a decidida e certinha univer...