AMANDA
_Aposto que sim – concordo – Mas eu preciso ir agora.
_Deixe-me acompanha-la ao menos – insiste ele sorridente ao colocar meu braço no seu – Longe de mim alguém ir dizer a minha mãe que não sou um perfeito cavalheiro.
_Com essas tatuagens e cabelo rosa? Realmente, está bem longe de alguém confundir você com um reggaetonero em vez de cavalheiro – desconverso escutando sua risada já familiarizar-se com a minha.
Descemos a escada para o segundo andar e novamente saio para o camarote VIP do teatro. Resolvo dar uma ultima olhada a baixo, para a vista das cadeiras ordenadas e do palco maravilhoso fechado com as cortinas. Quem sabe quando eu teria outra oportunidade de ver algo assim? Sinto a todo o momento a presença de J Balvin em minhas costas. É de certa forma, tranquilizante. O lugar apesar de estar iluminado tem muitos pontos escuros onde fantasmas – tremo com a ideia ridícula – ou melhor, pessoas más podem se esconder em cantos como estes.
_Eu não estou brincando Maluma! – reconheço a voz de Anitta.
Aproximo-me da beirada e olho para baixo, Anitta está gritando com Maluma. Eles estão próximos e Maluma está com uma cara de doente.
_A gente transou sem camisinha! – grita ela e sinto que estou ficando pálida – Faça as contas, dois meses! Eu estou gravida de você, seu maldito! Pare de agir como se eu tivesse enfiado o dedo na minha vagina e ter me engravidado sozinha!
_Isso não está acontecendo – murmuro tremula sentindo minhas costas encontrarem-se com o peito de J Balvin.
Sentindo minha presença Maluma olha para cima e encontra seu olhar com o meu.
_Amanda! – grita ele e me afasto.
_Me tira daqui, por favor – imploro para J Balvin que me conduz pelo lugar.
Um bebe. Ela vai dar um bebe pra ele. Ele transou com ela. Me deixou. Transou com ela e volta pra mim. Não. É um pesadelo.
Sirenes são disparadas no teatro e água começa a cair do teto.
_Droga, o prédio esta pegando fogo? – ouço J Balvin dizer.
A saída está interditada com várias cadeiras, bloqueando a passagem. Uma pichação em vermelho com um símbolo estranho está por todos os lugares. O que está acontecendo?
_Londoño – xinga J Balvin.
Ele pega minha mão e arrasta-me aturdida pelo caminho. O que Maluma tem haver com isso? Gritos vêm do andar de baixo e paro em choque quando escuto sons de tiro. Tiros. Existem pessoas armadas atirando aqui!
_Droga! – ouço J Balvin xingar chutando uma porta de madeira a nossa frente – Merda! Pense, pense desgraçado!
J Balvin olha para meu cabelo e pega dois grampos. Sinto meu cabelo soltar-se chegando a meus ombros. Ele enfia meus grampos dentro do buraco da chave e após movimentar algumas vezes, um suave clique é ouvido. Quando J Balvin abre a porta escutamos um silvo.
Olho para trás a tempo de ver um homem de preto com um capuz no rosto apontar a arma para J Balvin e dar um, dois, três tiros e sair correndo.
_Isso não está acontecendo – tremo virando-me de volta a J Balvin que está caindo no chão – Calma, calma, vai ficar tudo bem – gaguejo abaixando-me até ele.
A lente de contato incomoda-me devido às lagrimas acumulando em meus olhos. Minhas mãos estão tremendo quando verifico seu peito.
_Vou morrer – gagueja ele cuspindo sangue. Seu rosto está ficando pálido. As instruções que aprendi no curso de técnico em enfermagem no Brasil invadem minha cabeça rapidamente.
_Não vou deixar você morrer – deixo a profissional em mim voltar com força e tomar conta das minhas ações.
_Minha... mãe – força ele, manchando minhas mãos de sangue – Diga... a ela...
_Você mesmo vai dizer a ela, eu não vou deixar você morrer – prometo.
Abro sua camiseta e encontro os dois locais de tiro. Ligo para a ambulância e para o hospital já preparando-os para a emergência e informando sobre nossa localização. Uma bala perfurou seu rim esquerdo, fêmur direito e uma está tão próxima a seu coração – se não tiver atingido realmente o órgão – ele precisava de cirurgia e raio x.
Faço compressão nas feridas a fim de diminuir o processo hemorrágico e estou realizando a reanimação cardíaca há vinte minutos quando a equipe de resgate chega até nós. Minhas mãos estão manchadas de sangue e meus braços doem tudo doe. Sigo a equipe pelos corredores e ajudo a enfermeira tremula nos primeiros procedimentos.
_Amanda! – ouço a voz de Maluma chamar-me quando saio para fora daquele lugar. Minha aparência deve estar péssima.
_A senhora quer acompanhar o paciente na ambulância? – pergunta a enfermeira tímida.
Concordo com a cabeça ao segui-la. Entro na ambulância tendo um ultimo vislumbre de Maluma sendo levado algemado por quatro policiais que tentam segura-lo. Anitta está chorando agarrada ao quinto policial e fosse o que fosse que tivesse acontecido entre aqueles dois eu não queria saber o que aconteceu.
Fiz uma promessa mais importante que aquele casal, que se merece.
_Raio x - começo dando as orientações a equipe a respeito do que deve ser feito e onde estão localizado as balas. O médico houve com atenção e já começa a fazer a retirada da bala menos agressiva ao paciente.
Agora só faltam duas.
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Livro 1 - Doce Tempestade
FanfictionAmanda é uma garota brasileira de 20 anos que acabou de ganhar uma bolsa de estudos na Colômbia. Viver em um alojamento com outras brasileiras que só pensam em festas e homens estava prejudicando e deixando a decidida e certinha univer...