Capítulo 39

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AMANDA

O celular de J Balvin está tocando loucamente em minhas mãos e a palavra "mãe" nunca foi tão assustadora como nesse momento. Atendo ou não? Meu cérebro não consegue acompanhar a rapidez de meus dedos. Sinto o metal frio encostar-se a minha orelha e preparo-me para lidar com aquela situação.

_Olá? – ouço uma melodiosa voz falar.

_Olá – sussurro pesadamente. Aquilo era mais difícil do que eu pensei que seria.

_Oh – a mulher ri e meu mundo ilumina-se por um momento – Pensei ter ligado para o meu filho, devo ter me enganado de novo com o numero de telefone. Essa velha cabeça não funciona mais como antes.

_Você é a mãe de J Balvin? – gaguejo em minha tentativa de falar.

_Essa sou eu, então não errei o numero – concorda ela rindo deixando o peso em meu peito pior – Onde está meu filho?

_Houve um problema – começo sentindo as lagrimas escorrem por meus olhos.

_O que aconteceu querida? – escuto-a perguntar em quanto me quebro entre soluços de choro – Meus Deus querida, o que aconteceu?

_Um tiroteio – consigo dizer – Ele foi baleado. Estamos no hospital.

Um silêncio perdura a linha e agora eu seria culpada do infarto cardíaco de uma mulher.

_Passe-me o endereço – escuto sua voz decidida – Estou a caminho.

Não demorou nem uma hora para que uma mulher magra entrasse no hospital que eu agora mantinha plantão. Apenas tinha dado tempo de lavar minhas mãos, meu rosto e prender meu cabelo antes dela chegar. Olho-a ir em direção à secretaria. Seu rosto estava pálido e seu caminhar era lento. Seu couro cabeludo está coberto com um tecido de seda. Ela aparentava estar cansada mas mantinha-se em pé.

Aproximo-me da mulher.

_Sou a mãe de José Álvaro Osorio Balvín - ouço-a dizer.

_A noiva do senhor Balvin já deu entrada nos procedimentos – sorriu a mulher simpática – Ele está em cirurgia ainda.

_A noiva dele? – ouço-a dizer.

_Olá – respondo, vendo-a voltar-se para mim – Sou Amanda a n...

_Senhorita Resende? – escuto o medico chamar-me, volto-me rapidamente em sua direção – Tenho noticias sobre o estado do senhor Balvin.

_Essa aqui é a mãe dele – apresento vendo-a apertar a mão do medico.

_Como está meu filho doutor? – ouço-a perguntar.

A cara do medico não me parecia boa.

_Tenho boas e más noticias – começou ele.

Nunca era bom quando os médicos começavam por aquela parte.

Livro 1 - Doce TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora