Capítulo 59

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MALUMA

_Vai ficar com essa cara de bunda até quando garoto? Te criei pra ser melhor que isso – a voz da Tia Yudy chega até mim desviando meus olhos da televisão. Apesar de estar encarando a TV de 80 polegadas há horas eu não poderia dizer com certeza do assunto tratado.

_Como? O que você está fazendo aqui? Depois do natal pensei que estivesse com Londoño – resmungo trocando os canais para distrair-me daquela sensação de traição.

_Não seja burro Maluma – grita ela arrancando o controle de minha mão – Você é como um filho pra mim, fiquei ao lado de Londoño apenas para manter um olho nele sobre você.

Um som incompreensível sai de minha garganta. _E o que você está fazendo aqui se devia estar vigiando-o como diz?

_Por isso – diz ela ao colocar no Jornal.

O enorme galpão em que fui criado estava em chamas passando no enorme televisor.

_Sangre Latina – rosno e respiro profundamente – Onde está Londoño?

_No inferno, queimando com o diabo – diz Tia Yudy e arrepio-me com o pensamento, aquele homem nunca morria, não era possível.

_Ele vai aparecer – resmungo debochado ao cruzar os braços e encarar a postura firme da minha tia.

_Seus primos estão chegando – avisa Tia Yudy – Pedi para Yandel traze-lo, ficaremos por aqui por um tempo, eu tenho... tenho dois recados pra você.

_Pois diga – pergunto sem interesse.

Ela me entrega um papel, às letras escritas em sangue não me fazem estremecer e sim tremer de raiva. Aquela letra – fecho os olhos para segurar a raiva – filho da puta do J Balvin!

Londoño está no inferno e foi o primeiro. Todos que você ama irão em segundo. Eu vou por você em terceiro.

_Onde estava isso? – pergunto levantando-me – Quero todos vocês em minha casa.

_Onde você está indo Maluma? – grita tia Yudy indo por mim e segurando-me pela cintura - Não faça nada precipitado.

Respiro fundo e solto seus braços encarando a mulher que eu considero minha mãe.

_Qual o segundo – rosno as palavras para fora de minha garganta.

_Carlos ocupou o lugar de líder da Leon de Sangre, revogou sua saída e quer marcar um encontro para definirem seus novos termos – disse ela e posso ouvir meu próprio peito chiar de raiva.

_Eu já sai dessa merda – grito batendo em minha própria cabeça.

_Você se afastou Maluma – diz tia Yudy – Você nunca passou pelo final.

_Eles nem sabem se Londoño está morto ou não – encaro o rosto de Tia Yudy pálido e respiro fundo antes de perguntar – Me diga o que está escondendo, onde diabos estava isso?

_A cabeça de Londoño estava na frente do galpão em chamas Maluma, o bilhete... dentro de sua boca – Tia Yudy consegue dizer antes de que saia rapidamente pela porta – Maluma onde você vai? Volte aqui menino!

_Amanda – rosno pela noite antes de ganhar velocidade nas ruas.

Livro 1 - Doce TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora