Livro 1 - Doce Tempestade

Capítulo 18

AMANDA

Quando chego no condomínio fechado os seguranças me deixam entrar imediatamente, consigo pegar um relance de um bilhete anotado na mão do segurança que dizia "Autorizar a entrada imediata de Amanda Resende". Aquilo por si só já me tem assustada. Entro na casa de Maluma escutando varias coisas sendo quebradas. Ao entrar na sala encontro as duas bolas de pelo branco que haviam me matado de saudade.

_Vocês – choramingo ao vê-los reticentes em vir em minha direção – Bonnie, Clyde, sou eu.

Após alguns segundos olhando-me, Bonnie se aproxima e cheira meu cabelo para logo pendurar suas pernas em meu pescoço. Clyde vem correndo após Bonnie latir entusiasmada com minha chegada.

_Amanda – chama-me Lorenzzo. Levanto a cabeça e encontro-o olhando-me com evidente surpresa – Obrigada por vir.

Volta a ficar de pé e afasto-me de Bonnie que está tentando puxar minha calça e arrastar-me na direção de seus brinquedos. _Onde ele está?

_Ele está no quarto – responde Lorenzzo afastando-se da escada para deixar-me subir – Se você não se importa de ir sozinha eu... eu não sei se posso vê-lo assim de novo, obrigado por vir ajudar.

Assim como? Quão transtornado havia ficado aquele homem?

_Tudo bem – suspiro ao subir o primeiro degrau – Não sei bem o que estou fazendo aqui e nem como posso ajudar, só posso esperar que ele me jogue escada a baixo.

Sinto Lorenzzo segurar minha mão e viro minha cabeça para encontrar seus olhos. _Eu não consigo entender o que está acontecendo entre vocês dois, ele estava gritando seu nome e já bebeu um pouco... Amanda... não desiste dele.

_Não posso desistir de algo que eu não tenho Lorenzzo – respondo engolindo em seco sentindo meu coração bater pela primeira vez em oito dias.

_O fato dele não conhecer o amor, não signifique que ele não o sinta – respondeu Lorenzzo deixando-me em pé sozinha na escada enquanto some para a cozinha dos funcionários.

Vou andando na direção ao quarto de Maluma e quando chego a abrir a porta vejo-o virando-se em minha direção. Seus olhos estão vermelhos e ele está com olheiras escuras e profundas, sua barba está sem fazer e seu cabelo tinha crescido desde a ultima vez que eu tinha lhe visto. Sua cara passa de surpreso para logo fechar-se outra vez. Sua expressão está sombria. Ele está vestido com calça jeans, all star e uma regata preta tornando minha vontade de sair correndo mais intensa.

_O que você está fazendo aqui? – grita ele ao encostar-se na cortina que estava entortada para um lado ameaçando cair no chão a qualquer momento – Agora você resolveu imitar outro papel? A emprega decente? A Sirena travessa? E a Morticia Adams do século XXI?

_Lorenzzo me ligou... ele – assim que começo a falar Maluma começa a gritar.

_Assim... Maluma está enlouquecendo e destruindo a própria casa! Então ele liga pra você porque acredita nessa teoria maluca de que estou apaixonado! – grita ele surpreendendo-me ao jogar um abajur do outro lado da parede – Quando na verdade você só veio aqui pra foder ainda mais com a minha cabeça porra!

_Eu vim aqui ajudar você! – grito correndo em sua direção antes dele tacar uma guitarra na parede. Quando minhas mãos tocam em seu corpo sinto um choque passar entre meus dedos no contato com sua pele e recuo um passo ao encarar seus olhos.

Maluma para por um momento e vejo seu corpo aproximar-se do meu, nossos narizes estão tocando-se e escuto o abajur cair no chão. Com o barulho dou um passo para trás mas Maluma enlaça seu braço em minha cintura puxando-me para ele. Nossos corpos estão tocando-se e não sei se ele quer beijar-me ou torturar-me em antecipação.

_Você não deveria estar aqui – sussurra ele próximo ao meus lábios – Nunca se aproxime de mim novamente sem saber das consequências.

_Explique-as então – respondo de volta sentindo meus seios encolhendo-se ainda mais quando Maluma roça nossos narizes.

_Vou fazer mais do que isso bebe – diz ele antes de selar nossa sentença – Irei mostrar a você.

Esei que a partir dali não tinha como voltar atrás.