Capítulo 50

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AMANDA


_Uma ligação Amanda! – grita mamãe furiosa – Você não fez uma ligação pra desejar feliz natal pra sua família! Estou muito magoada com você!

_Eu já expliquei mãe – murmuro com remorso, droga de celular com volume alto! – Eu sinto muito.

_O que diabos anda acontecendo com você? – pergunta ela alterada – Essa não foi à filha que eu criei.

_Eu não sei – confesso cansada – Não sei mais quem eu sou talvez papai esteja certo.

_Sobre? – questiona ela.

_Vir para a Colômbia foi o pior negocio da minha vida – declaro.

_Amanda – começa ela, mas já era tarde de mais.

Desligo o telefone sabendo que minha caixa de mensagens iria lotar em segundos. Mamãe provavelmente planejaria vir à Colômbia me matar pessoalmente se soubesse metade das coisas que já passei. Suspirando deixo meu corpo encaixar perfeitamente no vasto colchão. Seria apenas loucura da minha cabeça sentir o cheiro de Maluma em meu travesseiro? Talvez eu esteja mesmo louca – cheiro o travesseiro novamente – não havia nada ali, nenhum mero traço de perfume e mesmo assim – respiro novamente – consigo lembrar do cheiro exatamente igual.

A noite tinha chegada trazendo com ela o peso da solidão. De todo o tempo em que estive nesse país nunca tinha me sentido assim. Sozinha. Assumo uma posição fetal e tento chorar, mas era incrível como as lágrimas não saiam, será que era essa a sensação que os poetas diziam sobre "a alma chorar"? Uma pequena batida na porta me faz afastar a cabeça de meus joelhos. A batida volta novamente e suspiro, quem quer que seja – olho a hora em meu celular – pra me visitar faltando dois dias para o ano novo às nove horas da noite, deveria ser algo bem serio.

Amarro meu cabelo enquanto caminho descalça em direção a porta, não me dou o trabalho de olhar no olho magico e devido a isso vejo-me encarando surpresa meu visitante.

_Que cara de decepção – J Balvin comenta – Estava esperando o príncipe encantado?

_Fala serio – respondo – Esse homem nem deve saber meu endereço.

_Você tem certeza que está olhando bem pra quem está em sua frente? – pergunta ele fazendo um bico e movendo suas mãos indicando a si mesmo.

Apoio-me no marco da porta e sinto um sorriso brotar em meu rosto. _Visão perfeita – confesso e olho para os lados chamando-o como se fosse contar um segredo – Na verdade eu não acredito nisso.

_Por que não? – sussurra ele continuando nosso cochicho – Conheço um cara bem maneiro que é seu tipo.

_Serio? – pergunto fingindo surpresa – Me apresenta?

_Olá prazer – diz ele num tom sedutor oferecendo a mão, o qual pego e dou uma ligeira balançada – Sou Jose, amigo do J Balvin prazer em conhece-la senhorita.

_Você não tem jeito mesmo – rio soltando sua mão e continuando com a brincadeira – O que você quer Jose?

_Conhecê-la um pouco mais, um café quem sabe – comenta ele.

_Às nove horas da noite? No meu apartamento? – questiono com meus braços cruzados. Observo J Balvin dar uns passos para trás segurando seu coração.

_Você duvida da minha boa fé? – diz ele com seu teatro – Eu que vim aqui apenas por um café e boa conversa.

_Gostaria de uma xicara de café? – pergunto girando os olhos e ele sorri aproximando-se.

Livro 1 - Doce TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora