AMANDA
Maluma passou a cerimonia de casamento inteiro com os braços cruzados, as vezes eu chegava a pensar que ele iria dar um grito e sair arrastando-me para fora da igreja. Foi quase um alivio o casamento ocorrer sem algum problema, meus olhos ainda estavam úmidos ao relembrar a troca de palavras de carinho entre Lorenzzo e Diana, quase fizeram-me esquecer as "picuinhas" das madrinhas e suas especulações do meu "não relacionamento" com Maluma.
Estávamos na festa a algum tempo e todos estavam dançando, era apenas um homem aproximar-se em minha direção que Maluma parecia metamorfosear-se atrás de mim como um capeta encarnado. Eu já estava ficando confusa com essa "obsessão" dele em me deixar sozinha, ele já tinha deixado mais claro que água que "ele não estava dançando" e isso parecia declarar que eu também não poderia.
A noiva estava anunciando que jogaria o buque e vejo várias mulheres – com uma grande variação de idade, desde as de dez quanto as de 60 anos – posicionando-se atrás dela. Diana estava muito linda com seu vestido branco e véu com mais de 10 metros. E apesar de estar em sua festa ela não tinha tirado aquela coisa ainda.
_Amanda – diz Lorenzzo ao se aproximar de mim e de Maluma – Você não vai tentar pegar o buque?
_Ela não quer – responde Maluma antes que eu possa proferir se quer uma palavra.
Ele não podia tomar decisões por mim e estava cansada de tentar descobrir o bicho que tinha lhe mordido. _Você tem razão, eu vou sim.
Escuto Maluma engasgar e sinto que Lorenzzo está com um sorriso estranho no rosto e de má vontade me aproximo do mar de mulheres enlouquecidas ao gritar a contagem do buque. Eu não queria o buque mas também não queria que ele ficasse tomando decisões por mim.
Não estava com vontade nenhuma de ficar gritando por um ramo de flores, mas vim apenas para infernizar Maluma. Era obvio que ele não estava interessado por mim então o motivo dele estar com aquela atitude cada vez que eu me envolvia em uma frase com um outro homem, ou não seguia seus desejos, era estranho. Eu jamais iria entende-lo e esperava que a minha vida voltasse ao normal quando entregasse meu pedido de demissão ao Senhor Lorenzzo, já havia encontrado outras vagas de emprego ao qual pretendia me candidatar só faltava...
_Três... La vai! – grita Diana empolgada e vejo o buque voar em minha direção, eu não estava pegando aquela arma de casamentos. Tento desviar de um mar de mulheres que estão atacando-me na tentativa de chegar ao buque primeiro quando me vejo tropeçando no véu de Diana.
O grito que sai da minha boca foi antecipado á minha queda no chão. Estou escutando outras pessoas caindo ao meu redor e me vejo ainda mais enroscada entre o véu. Meu óculos parece estar preso e uma parte do meu cabelo também,não consigo mover meus braços e sinto que estou entrando em panico.
_Amanda – grita Maluma. Não consigo vê-lo com todo aquele negocio ao meu redor, mas logo sinto seu perfume masculino picante invadir meu espaço pessoal, tranquilizando-me um pouco. Suas mãos estão desenroscando o véu de meus braços e cabelo e quando ele tira o véu de meu rosto sinto o óculos sair também. Finalmente posso respirar!
Não consigo enxergar a expressão de seu rosto já que não posso ver nada sem óculos, minha miopia é alta e não consigo distinguir borrões de sua expressão. Começo a tatear minhas mãos pelo chão na intenção de encontra-los quando escuto Maluma.
_Você – rosnou ele ao agarrar-me com força pelo braço –Você sua desgraçada.
O que? O que demônios estava acontecendo? Cade meu óculos?
_Maluma – disse Lorenzzo ao vir em minha direção – O que raios você está fazendo? O braço de Amanda está ficando roxo.
Ouço uma risada alta sair de Maluma e a dor em meu braço esta ficando pior, mas perco a coragem de gritar para que ele me solte quando ouço sua voz ao responder.
_Amanda? Ou devemos dizer Sirena? – eu estava tão na merda, cade o meu óculos?!
_O que? – pergunta Lorenzzo ao olhar para mim, seu rosto está tão borrado quanto o de Maluma e estou sentindo-me cada vez mais aflita e com medo por não conseguir enxergar nada.
Como enfrentar um furacão furioso sem poder vê-lo? Ele ia me matar. Maluma puxa-me em sua direção e sou jogada por cima do seu ombro, ouço as vozes das pessoas ao redor e tudo esta borrado com faixas de cores estranhas. Não sabia para onde estava sendo levada e meu coração queria sair pela boca. Minhas mãos estão tremendo enquanto seguro-me no terno de Maluma com medo de cair.
_Droga! - ouço Lorenzzo proferir a distância.
_Eu posso ex-explicar – sussurro conforme vamos afastando-nos do salão de festa.
_Pode apostar que você vai – disse ele em um tom de voz carregado de ódio.
Ao passarmos pelo que deduzi ser uma porta sou praticamente jogada para dentro do lugar enquanto a ouço ser fechada com um baque altíssimo.
_Estamos sozinhos agora então porque você não começa a me dizer que porra é essa? – diz ele ao final.
Como se tudo fosse tão simples.
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Livro 1 - Doce Tempestade
FanfictionAmanda é uma garota brasileira de 20 anos que acabou de ganhar uma bolsa de estudos na Colômbia. Viver em um alojamento com outras brasileiras que só pensam em festas e homens estava prejudicando e deixando a decidida e certinha univer...