Livro 1 - Doce Tempestade

Capítulo 10

MALUMA

Amanda esta extremamente irritada e não parece perceber que inconscientemente está com as mãos próxima a uma frigideira. Sua insinuação que só venho visitá-la quando preciso de algo era muito ridícula eu já tinha vindo aqui outras vezes quando... quando... quando tinha vindo busca-la pra ir para a universidade ou leva-la ao trabalho. E apesar de encontrar uma resposta para jogar em sua cara eu preciso de sua ajuda naquele momento e deixa-la com mais raiva não era um bom caminho.

_Lorenzzo irá se casar hoje e te convidou para o casamento – comentei. Não era uma mentira, ele disse que tínhamos que estar meio dia naquela igreja de merda, então era uma espécie de convite.

As mãos de Amanda aproximam-se ainda mais da frigideira e já estou trocando o peso em minhas pernas. Realmente ela pensava em me jogar aquela coisa?

_Não fui informada – respondeu ela entredentes com a cara fechada. Essa vai ser uma longa conversa.

_Ele me pediu para te informar – resmungo malcriado. Não tenho paciência para ter conversas civilizadas. Mas me arrependo logo da maneira que falei ao ver a cara de Amanda ficar mais irritada.

Ela vem em minha direção e cutuca com o dedo o meu peito, sinto sua unha machucar-me mas, não digo nada e escuto sua voz alto fazer pulsar as artérias em minha cabeça.

_Sabe o que eu acho? Acho que você está mentindo! Seguramente você precisa de uma acompanhante e deve ter falado pro coitado do Senhor Lorenzzo que eu iria com você, por que é isso que você faz! Você mente e manipula as pessoas!

Apesar de continuar com a mesma expressão a apunhalada que aquela pequena garota me deu estava... doendo. Ela tinha acertado na mosca e isso somente mostrava que ela conseguia enxergar o quanto eu era uma pessoa ruim.

_Vou "informar" a sua opinião a Lorenzzo sobre o motivo de você ter recusado o convite – respondo ao ir em direção à porta.

Eu poderia inventar outra coisa para explicar o porquê estava indo sozinho, não foi à própria Amanda que disse que estava doente? Uma gripe? Tudo seria esclarecido.

_Maluma – escuto Amanda chamar-me no momento em que coloco a mão na maçaneta.

Viro-me em sua direção e ela está um pouco abalada, eu sou o inferno de um problema e nós dois sabemos que eu estou mentindo.

_Eu vou com você nesse casamento – diz ela por fim.

Sinto um alivio imediato mas eu já deveria saber. Aquela mulher não aguentaria um desaforo da minha parte, nunca.

_Eu vou com você nesse casamento, mas não pense que faço isso por você, estou indo porque Lorenzzo é um bom homem e apenas isso – diz ela dando-me as costas. Vejo-a entrando em seu quarto e levanto a cabeça em direção ao teto sem acreditar que ela estava indo comigo. Pelo menos algumas coisas pareciam estar começando a funcionar pela manhã.

Andar com Amanda no que pareciam horas pela rua enquanto ela escolhia um vestido para usar no casamento, me deixou deslocado e culpado. Não importa o quanto eu me esforçava para falar com ela, era só abrir a boca que Amanda já trancava a cara e me deixava a ver navios.

Tinha levado ela a uma loja caríssima já que por fim havia conseguido "explicar" o nível das pessoas que iriam no casamento o qual ela respondeu com um "hm". A vendedora estava olhando-me a cada cinco minutos por eu estar sem camiseta e de moletom, sentado em um sofá confortável enquanto Amanda continuava no provador. Eu estava pouco me importando, sempre fui confiante e confortável com meu corpo. Mas a cara que Amanda fez quando a loira da recepção me passou um cartão escondido com seu numero aumentou um pouco meu humor.

_Já escolhi – disse ela ao sair do provador, vestida com a mesma roupa que saiu de casa.

_Pensei que você iria perguntar minha opinião – confessei vendo um homem de terno sorrir para mim como se já houvesse passado por minha situação.

_Ela não é relevante – respondeu Amanda ao olhar a loira da recepção voltar com um enorme sorriso.

_Vocês já decidiram? – perguntou ela.

Amanda entrega o vestido verde longo para a loira ainda evidenciando sua irritação, penso em irrita-la um pouco mais e vejo-me desistindo da ideia, pensar em causar mal estar a Amanda me parecia errado. Entreguei meu cartão de debito a loira e alguns minutos depois vejo-a voltando com uma enorme sacola. Amanda tinha comprado um vestido e um sapato, levando uma bolsinha que a loira chamou de um nome "totalmente fora do meu entendimento".

_Aqui está, nós agradecemos pela preferencia e esperamos seu retorno – sorriu a loira – Seu irmão é realmente um bom homem.

Irmão? Olho para a cara de Amanda e por um minuto penso que ela vai comer a mulher viva. Sorrindo de lado aproximo Amanda de meu corpo enquanto falo.

_Seguramente minha mulher pode pensar em voltar aqui outra vez? Certo baby?

_Vou pensar – rosnou Amanda, mas vejo seus olhos piscarem com ironia para a loira que se encolhe um pouco em seu uniforme impecável.

Estousaindo da loja com uma Amanda que não tinha visto ainda, ela é uma garotadecidida que está divertindo-se com a raiva e confusão da vendedora. Dou umtapa em sua bunda e vejo-a proferindo um perfeito "O" com seus lábios e apósalguns segundos vejo-a abrindo um sorriso imenso em minha direção. Não possoexplicar a sensação que estendeu-se em meu peito mas a minha vontade era fazercom que ela sorrisse de novo.