MALUMA
O apartamento de Amanda estava vazio. Sem uma maldita porra de móvel no lugar! Antônio alegou não ter visto nada e ao obriga-lo a repassar as únicas três câmeras naquele prédio assistimos juntos Sangre Latina levar Amanda inconsciente para fora do prédio pela escada de emergência.
Quando eu colocasse as mãos em J Balvin – ouço os ossos de meus dedos estralarem – ele não ficaria vivo, não dessa vez. Caminho no apartamento de Amanda tentando encontrar um foco, uma pista de algo para seguir, mas apenas consigo gritar como um louco e socar as malditas paredes. Se ele fizesse alguma coisa com ela – imagens de Amanda sendo machucada deixam-me louco – eu iria acabar com aquele desgraçado. Filho da puta. Quando minhas mãos tocassem naquele pendejo de mierda.
Só havia uma maneira de resolver aquele desastre e eu teria que começar justamente pelo lugar que eu deixei. Voltar a Leon de Sangre, jamais me imaginei voltando para a gangue colombiana mas não restava outra forma. Com o galpão em chamas só restava um lugar para meu povo se alojar.
A antiga fabrica de tecidos abandonada estava igual ao que eu me lembrava. Estaciono meu carro de qualquer forma e desço caminhando a passadas largas para a entrada da fabrica. Sete homens, meus antigos companheiros – pensar que já fomos...amigos – estão com os braços cruzados e me olham com nojo e raiva. Eles querem vingança por Londoño – o sangue se paga com o sangue – e eu quero pegar Amanda de volta e proteger minha família, os dois objetivos poderiam se interligar facilmente. Ninguém precisava saber de minhas motivações enquanto eu cumprisse a deles.
_Quero falar com Carlos – informo ao cuspir no chão.
Jonathan descruza os braços e solta um sorriso voltando a olhar-me seriamente.
_E você acha que ele vai querer falar com você? – esnoba ele – Quem você acha que é Maluma?
Aproximo-me lentamente e nos encaramos frente a frente, sinto-o recuar para trás e o acompanho.
_Acho melhor você abaixar o tom amigo – sussurro em um tom baixo – Porque eu adoraria uma distração nesse momento e te ensinar novamente ao que eu sou capaz me parece uma ótima forma de terminar este dia de merda.
_Maluma – ouço a voz de Carlos parar-me momentaneamente e assumo uma posição ereta encarando o homem que um dia foi meu mentor.
_Me disseram que você quer restabelecer os temos – sorrio vendo sua cara enrugar – Vim reivindicar meu lugar de direito e para isso eu ofereço uma prenda.
_Você não tem esse direito – rosna Carlos – Você saiu da gangue.
_Assim pensava eu mas vejam só – meus braços se abrem com a evidente ironia – Não foi justamente você que alegou que eu era e que deveria reestabelecer os termos? Essa é minha oferta Carlos.
Encaro os profundos olhos pretos junto do cabelo enrolado azeviche, ele deveria ter dois metros de altura e mais músculos do que eu tinha exercitado há muito tempo. Mas diferente de mim ele não estava com a faca apontada para seu coração negro maldito.
_Você pode aceitar a prenda ou fugir como uma cadela amedrontada – rio um pouco louco – Dessa forma eu teria que matar você e isso só provara para todos o quão covarde você pode ser.
_Eu aceito sua prenda – cospe Carlos no chão – Mas será do modo como sempre foi Maluma, do inferior até o topo.
_Não esperaria nada menos de você – concordo e entro de uma vez no galpão não temendo absolutamente os homens armados atrás e em minha frente.
Tiro minha blusa e a jogo de um lado chutando meus tênis para fora de meus pés, torço meu pescoço e sorrio para o circulo de homens que estava a minha volta. Quantos deviam ter ali? Duzentos? Trezentos? Com quantos eu teria que lutar até chegar ao Carlos?
_Senhores – limpo minha boca com uma das mãos e sorrio para todos os filhos da puta seguidores de Londoño e agora de Carlos – Quem será o primeiro?
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Livro 1 - Doce Tempestade
FanficAmanda é uma garota brasileira de 20 anos que acabou de ganhar uma bolsa de estudos na Colômbia. Viver em um alojamento com outras brasileiras que só pensam em festas e homens estava prejudicando e deixando a decidida e certinha univer...