Capítulo 20

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MALUMA

Mãos suaves acariciam meus cabelos e permaneço em silêncio tentando descobrir quem diabos estava em meu quarto. Pergunto-me se a ruiva com quem sai ontem estava em minha cama ainda. Droga. Eu tinha ficado tão bêbado a ponto de não lembrar de avisá-la para cair fora depois?

Imagens vêm em minha cabeça e lembro-me de Lorenzzo sentado na cadeira do escritório com uma expressão séria. Papeis de demissão estão jogados na mesa e o nome de Amanda vêm em minha mente como uma bomba. Ela estava me deixando, porra nenhuma! Sento-me na cama e o cheiro de cravo e jasmim invadem minha mente, as mãos suaves voltam a tocar minhas costas e estou virando-me furioso para mandar a mulher embora quando os olhos de Amanda encontram os meus.

Ela está com as bochechas coradas e seu cabelo está revolto. Ao fixar minha visão em seu cabelo, vejo minha mão automaticamente segurando sua madeixa. Que porra de cor era aquela? Roxo? Violeta? Onde estava o mar achocolatado de antes? Desço meu olhar em desespero, sinto como se tivesse perdido alguma coisa. Mas que caralho havia passado na cabeça daquela mulher? Que corte era aquele? Ela pagou por aquilo?

_Maluma está tudo bem? – diz ela suave ao segurar meu rosto com as mãos. Não porra! Olha o cabelo dela cadê meus cachos? Vejo seu semblante fechando-se e ainda não consigo encontrar minha voz – Oh meu Deus! Você não lembra?

De que? Abaixo meu olhar e sinto-me pálido ao perceber que ela está apenas com uma de minhas camisetas. O que tinha acontecido? Meu quarto está uma revolta, alguns moveis estão quebrados e a cortina mal aguenta sustentar-se por si mesma. Amanda está ficando irritada e Deus me livre da fúria daquela mulher.

_Eu não acredito nisso eu sou tão burra! – grita ela levantando-se da cama.

Seguro seu braço antes que ela consiga ir embora. Meu coração havia ficado extremamente gelado ao vê-la partindo e não sei o que estou sentindo.

_Eu lembro – minto e sua cara se fecha.

_Você mente mal – diz ela tentando soltar seu braço.

Vou fazer você gritar meu nome sem parar. Aquele fala veio em minha mente e a imagem do rosto de Amanda ao alcançar o prazer deixa meu pau duro imediatamente.

_Me solta – grita Amanda soltando o braço, antes dela poder mover-se viro-a e a tenho presa a baixo de mim.

_Eu lembro Amanda – respiro em seu pescoço – Posso não lembrar de muitas coisas, mas não esqueceria seu rosto no prazer...

Sinto seu tapa no meu braço e suas bochechas começam a avermelhar-se, estou excitado e que Deus me perdoe mas eu quero tê-la. Algumas batidas na porta me fazem afastar-me de Amanda, vou rapidamente abri-la e encontro Lorenzzo. Ele está com uma cara péssima e seu nariz parece quebrado.

_Como você está? – pergunta ele ao tentar olhar para dentro do quarto. Deixo meu corpo ocupar a maior parte da porta e cruzo os braços. Penso em Amanda com metade das pernas a mostra na camiseta preta e tranco a cara, o diabos que ele ia entrar ali.

_Bem – respondo vendo-o levantar a cabeça. Arqueio as sobrancelhas e movo meu corpo junto com o seu. – Procurando algo?

_Amanda – diz ele e meu semblante tranca – ela veio aqui ontem depois que você...

Ele deixa a questão ficar no ar e estou a ponto de explodir novamente. _Ela esta... bem?- pergunta ele.

_Ela está ótima – rosno e ele da um passo atrás – É incrível como as pessoas continuam entrando na minha casa sem me dizer.

Mãos estão agarrando minha cintura e olho para trás sentindo um sorriso abrir em minha cara. Francamente, Amanda pensava que iria conseguir mover-me com aquela força?

_Estou bem – responde Amanda conseguindo escapar e tomando minha frente, Lorenzzo olha para suas pernas e tomo sua frente empurrando-a para trás – Hey! O que você pensa...

_Estou vendo metade da sua bunda com essa camiseta – respondo vendo-a ficar pálida e entrar no quarto rapidamente. – Como você pode ver ela está ótima.

Lorenzzo suspira e vejo-o afastar-se pelo corredor. _Não estrague a única coisa boa que aconteceu na sua vida – diz ele.

_Vá transar com sua esposa e deixa que da minha vida cuido eu – não espero por sua resposta quando entro novamente em meu quarto. Amanda está fechando o zíper de sua calça jeans e para ao ver-me olhar para ela.

_Estou indo embora – diz ela e não digo nada. Ela nota o silêncio e olha novamente para mim. – Bom, eu... sobre o que aconteceu, não se repetira mais.

Ela parece bem confiante quando começa a falar e a vontade de provar que ela está errada é tentadora.

Amanda olha pra mim e fecha a cara. _Por que você está me olhando assim?

_Estou com fome – digo e retiro minha calça indo para o closet, sei que Amanda está olhando para minha bunda marcada pela cueca boxer e olho para trás encontrando-a de boca aberta – Não se preocupe, você já disse que não vamos repetir a dose. Não transaria com uma mulher a força.

Entro no closet e pego a primeira roupa que vejo. Ao sair novamente para o quarto finjo que não vejo Amanda parada com a mesma cara. Tomo uma chuveirada no banheiro e escuto os passos de Amanda no corredor indo embora. A risada que me corta faz-me desligar a ducha. Conto três segundos antes de ligar para o segurança.

_Rafael – saúdo quando ele atende a ligação.

_Maluma – ouço sua voz grossa responder-me – Aconteceu alguma coisa na casa?

_Não, esta tudo bem – rio e sei que o ex-general do exercito deve estar estranhando minha súbita mudança de humor - Rafael a senhorita Resende está indo para o lado de fora da residência, tranque os portões e não a deixe sair. Você entendeu?

_Sim, senhor Maluma – responde Rafael e logo após, desligo a chamada.

Estava contando os minutos para saber a reação de Amanda, ao enrolar a toalha em volta da minha cintura volto para o meu quarto com a intenção de fazer uma cena. Amanda estava jogando um jogo perigoso comigo, ela alimenta o animal em mim e agora que ele tinha resolvido sair para brincar, não havia nada no mundo que o faria parar.

_Para já o que você está fazendo! – grita ela ao invadir o quarto, levanto minhas mãos deixando a toalha cair quando me viro em sua direção, seu grito faz-me rir e logo vejo-a jogando-me travesseiros e cobertas enquanto continuo parado – Se veste!

_Você é muito indecisa mulher – brinco vendo-a dar-me as costas – Quer ver-me parado, depois quer que eu me movo, vamos ter que conversar sobre as ações.

_Maluma! – grita ela chocada fazendo-me rir ainda mais.

Estou saindo novamente do quarto indo buscar a roupa que deixei no banheiro, mas não deixaria a oportunidade de irrita-la por isso dou meia volta e paro no marco da porta, escondendo a parte da cintura para baixo a fim de evitar novamente seu constrangimento.

_Acalma-se Amanda, já estabelecemos os termos, aquilo não voltara a acontecer.

Suacara volta a tornar-se irritada e pisco em sua direção. O abajur estámuito próximo de sua mão quando me afasto rindo para o banheiro.    

Livro 1 - Doce TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora