AMANDA
Não posso mais lidar com isso.
Maluma e Yudy pareciam esconder algo muito grave e se não fosse pela cena da cozinha hoje pela manhã eu até fingiria que não estava acontecendo nada e esperaria que ele viesse me contar o que diabos era aquilo tudo. Mas não ia rolar. Maluma não facilitaria as coisas pra mim.
O lugar em que estávamos era gigante, Romeo está saltitante puxando minha mão e a de Maluma por todo o caminho dentro do shopping. O shopping em que estávamos era realmente imenso, quatro andares, rodeado de lojas que prometia te oferecer exatamente aquilo que você estava querendo. O ar condicionado já estava causando-me arrepios – por que demônios eles deixavam aquilo naquela temperatura? – sinto a mão de Romeo escapar-se das minhas e observo-o correndo em direção ao bom velhinho. Vestido de verde.
Maluma posicionou-se a meu lado com os braços cruzados, desde o seu "Não faça perguntas que você não está pronta para ouvir a resposta" ou algo semelhante, não estávamos conversando. Realmente não conseguia imaginar o motivo de sempre haver uma pedra entre nós. Será que Deus pode cansar-se de dizer "menina cai fora enquanto eu ainda te dou chance?" Porque honestamente a burrada de deixar minha mãe para vir para cá estava começando a morder minha bunda.
_Você não deveria estar lá? – pergunto obtendo um som incompreensível como resposta – Como vai saber o que ele quer de presente? Maluma você tem que ir lá!
_Ele vai nós dizer – responde Maluma, falando pela primeira vez desde que saímos da Casa Arias.
Sinto minha veia pulsar na testa quando ao longe algumas mulheres cochicham sobre ele, aquilo não me cheirava bem. Olho de relance para ele a fim de perceber como estava vestido. Calça saruel branca, blusa cinza com touca e óculos Ray Ban espelhados em prata, a pequena parte do meu cérebro alfineta-me dizendo – você está parecendo à empregada que sempre foi – eu poderia ter me vestido melhor, mas meu humor de "sangrando até as células da beleza chorarem" não estava deixando. Na verdade eu queria ter ficado deitada.
_Ele falou que vai me dar o caminhão vermelho e o Wolverine, grr... – rosnou Romeo mostrando as garras.
Um pequeno sorriso surge em meu rosto e um pouco do peso em meu coração diminui. Aquela criança era tão linda.
_Ai meu Deus! – ouço uma voz estranha perto demais do meu ouvido – É você mesmo.
_A não – escuto Romeo dizer baixinho – Vai acontecer de novo.
Viro-me em direção da estranha e vejo um grupo de mulheres rodear a garota que tinha se pronunciado.
Fãs.
_Eu sou sua fã – disse uma agarrando-o. Mas que porra é essa?
Genes pré-históricos estão fazendo meu corpo reagir, a vontade de gritar e joga-las para longe dele, reivindica-lo, dizer "queridas ele é meu" estava deixando-me um pouco maluca.
_Baby – diz ele tomando uma personalidade sensual e travessa – Acalme-se uma de cada vez.
A primeira coisa que percebi foram os peitos. Peitos esfregando-se nele. Beijos em suas bochechas e até em seus lábios. E ele lidava com aquilo tranquilamente. Estremeci quando ele começou a rir com elas enquanto eu tinha sido empurrada para longe pela massa de progesterona ambulante. Fico sentada na poltrona do shopping observando a cena de longe. Talvez eu devesse ir embora. Respiro duas vezes quando me aproximo da massa de mulheres excitadas novamente.
_Não empurra espera sua vez! – diz uma ruiva tatuada rosnando para mim.
_Maluma!- grito com raiva. Que Deus o proteja.
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Livro 1 - Doce Tempestade
ФанфикAmanda é uma garota brasileira de 20 anos que acabou de ganhar uma bolsa de estudos na Colômbia. Viver em um alojamento com outras brasileiras que só pensam em festas e homens estava prejudicando e deixando a decidida e certinha univer...