MALUMA
Estou mudo enquanto vejo Amanda sair-se com a sua, afastando-se após dizer-me tais palavras, parte de mim sabe que ela fez apenas para me irritar e a outra – aquela que foi atingida pelo comentário sagaz – estava irritada por ela conseguir me irritar. Ela tinha achado aquele cara sexy? Olho para o idiota em questão e fico de cara quando o vejo olhando para Amanda.
Ela francamente esperava que eu tirasse uma foto? Estou prestes a ir em sua direção e tirar satisfação quando caio na real. Ela não me deve nenhuma, era uma garota divertida, inteligente, solteira, bonita... estava disponível no mercado de relacionamentos – não gostei dessa observação – mas prefiro ignorar o que estou sentindo no momento. Prometi para Lorenzzo que não corromperia aquela garota e a mim mesmo, eu... "gostava" da Amanda e não iria transformar "isso" que tínhamos apenas por uma foda. Mas isso não significava que eu deixaria qualquer cara passar a mão nela.
_Maluma! – escuto o grito de Lorenzzo chamando-me de longe, os padrinhos estão ao seu redor e era obvio que a maioria estava de cara trancada por eu ainda estar "seminu" em uma igreja com mulheres "puras" ao redor.
Não me importava de ser chamado de cretino, diabo, cafajeste, delinquente, entre tantos outros xingamentos ao qual fui categorizado. Sempre fui um garoto sujo com um rosto bonito e já dizia a bíblia, o diabo era um anjo e não que eu me considerava uma pessoa ruim mas certamente eu não era um cara bom.
Estou parado vestindo um terno feito sob medida – o qual havia usado uma única vez – e o calor que estou sentindo está fazendo-me sufocar com a gravata, minha vontade é de arrancar aquela coisa e enforcar o pastor com ela que não parava de balbuciar que "o arrependimento nos leva de volta a Deus" e que eu preciso "me salvar". Lorenzzo deve ter percebido que minhas mãos estavam em punho fora o sorriso sarcástico que eu sustentava no lábio, porque quando abri a boca para proferir algo ele estava ao meu lado arrastando-me para o altar.
Amanda está atrasada dez minutos e já estou frustado pensando que ela pode ter me deixado aqui sozinho. Quando vejo-a entrar na igreja de braços dados com o franguinho fecho os olhos respirando fundo, Deus sabe que ela está fazendo aquilo para me irritar. Sei que estou aproximando-me do "feliz casal" com um sorriso debochado e não importo em falar com sarcasmo evidente quando chego próximo dos dois.
_Parece que vocês estão se dando muito bem – comento vendo Amanda fechar a cara. Ela não pode estar realmente afim desse cara.
_Estávamos sim obrigada pela sua preocupação – sorriu Amanda – Estefan esse aqui é meu amigo Maluma, estou acompanhando-o nesse casamento, de ultima hora ele percebeu que não tinha ninguém para vir com ele e me compadeci.
Era assim que ela queria jogar então? _Ainda bem irmão que Deus fez-me dormir em sua casa ontem, assim logo que acordei em sua cama, lembrei-me de convida-la.
Toma. A cara do tal de Esdofen estava ficando branca e Amanda estava com a boca aberta com o meu descaramento, ela deveria saber que eu não me importo com o que as pessoas pensam, mas é claro que ela havia percebido isso agora.
_Com licença – disse Esdofen tossindo como se houvesse ficado engasgado – Tenho que ir encontrar Maria, minha acompanhante até daqui a pouco.
O bastardo estava fugindo como o covarde que era e Amanda está olhando-me como se fosse matar-me apenas com o pensamento, estava gostando muito da coisa toda e faço um galanteio antes de oferecer meu braço para ela que passa por mim como se eu fosse um objeto da decoração floral – ridículo – daquela igreja.
_Amanda – chamo-a revirando os olhos ao segui-la – Foi uma brincadeira, não sabia que o seu garoto iria fugir correndo como um covarde.
_Não fala comigo – responde ela posicionando-se no lado em que deveríamos ficar no altar – Eu disse sem falar comigo, ou eu juro por Deus no céu que eu te deixo aqui sozinho!
Estou calado faz algum tempo e Amanda ainda tem a mesma impressão irritada no rosto, suas bochechas estão um pouco avermelhadas e seus olhos tem uma maquiagem escura e esfumaçada em verde. Seu cabelo está preso em um penteado de cachos com apenas alguns fios soltos e eu dificilmente a reconheceria se não a conhecesse tão bem com aqueles óculos gigantes e horrorosos que ela usava, que escondia praticamente metade do seu rosto.
Pela primeira vez estava parado olhando-a e vejo como o vestido evidenciou curvas que eu nunca tinha reparado que ela possuía. O vestido era rendado em dourado do seu ombro até sua cintura e as partes de sua pele que estavam sem a renda ficavam a mostra, deixando-me ver a pele suave. Uma fenda na lateral esquerda iniciava-se uma mão abaixo do seu quadril até o chão, sem falar que o vestido era aberto nas costas. Percebo que estou furioso por tê-la deixado comprar aquela maldita coisa e olho ao redor a fim de averiguar si algum homem está olhando em sua direção.
Encontro o olhar de vários deles e sinto minha cara trancando-se, eu não iria deixar o lado de Amanda nem por um segundo, se ela fosse mijar na porra do banheiro eu estava indo atrás.
_Você está bem? – pergunta-me Amanda.
_Achei que você não queria conversar – rosno cruzando os braços e batendo o pé em pleno sinal de irritação. Eu queria bater em alguma coisa!
_Eu nunca vou entender você – diz ela pra si mesma.
Realmente sei que estou deixando-a confusa com minhas atitudes sem explicação. Olho em sua direção e vejo sua cabeça abaixada e meus pensamentos começam a perder o foco quando vejo-me olhando para a renda em seu seio. Minha calça começa a ficar apertada e sei que estou ficando excitado. Eu era a porra de um doente! Como demônios fui deixar ela comprar essa merda de vestido?
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Livro 1 - Doce Tempestade
FanfictionAmanda é uma garota brasileira de 20 anos que acabou de ganhar uma bolsa de estudos na Colômbia. Viver em um alojamento com outras brasileiras que só pensam em festas e homens estava prejudicando e deixando a decidida e certinha univer...