29º capítulo 🌼

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Franciellen narrando ...

Eu estava espumando de tanto ódio quando a cabeleireira terminou de cortar meu cabelo igualando nos ombros. Graças a Deus, a Catarina interveio antes mesmo que a Manu conseguisse terminar o que começou a fazer. Ainda foi incentivada por alguns moradores depois do discurso ridículo que ela fez falando que eu era piranha que estava dando confiança para o Imperador.
Babi: Você está linda Fran. –Ela alisou meu rosto.
Fran: Aham. –Apenas assenti com a cabeça, dei o dinheiro na mão da cabeleireira e fui pra casa tentando esconder a vergonha que estava. Com certeza eu estava na boca do povo depois dessa tarde maldita.
Quando cheguei em casa, tranquei tudo e deitei no escuro do meu quarto. Tudo de ruim estava acontecendo comigo, não havia uma coisa boa para se tirar no meio de toda essa tempestade. Eu não sei aonde vai parar o trem da minha vida.
Meu coração apertado sangrava por todos os acontecimentos ruins que vagaram pela minha vida. Não demorou nada, estava debulhada em lágrimas sentindo-me a pior de todos os seres humanos. Era melhor morrer do que está nessa terra.
Eu não tinha nem cara para poder ir pra escola, minha alma parecia sugar todas as energias do meu corpo deixando-me debilitada. Ouvi meu celular tocar inúmeras vezes, mas não sai do lugar para poder atender. Em um estalo veio na minha mente que haveria uma prova importante hoje. Pensei mil vezes em ir ou não ir. Mas por insistência de um lado do meu cérebro que ainda funcionava, levantei da cama, me arrumei, peguei meu material e sai de casa.
Descendo o morro ouvi um menino assoviar e o som veio de cima.
Menino: Qual é morena, patrão mandou avisar que quer te ver.
Fran: Manda seu patrão pra casa do caralho. –Continuei meu trajeto pela escadaria.
Xxx: Qual foi Franciellen? Queria falar com você caramba. –Ele veio por trás de mim falando, pegou no meu braço e eu continuei virada pra frente. Porque eu sei que se olhasse pra ele eu desabaria.
Fran: Me deixa Imperador.
Imperador: Qual foi Fran?
Fran: Franciellen pra você.
Imperador: Você me chamou de Imperador, você nunca faz isso.
Fran: Olha Bruno, me deixa seguir em paz beleza? –Virei pra ele com um pouco de agressividade-. Eu só quero seguir minha vida, sem muitos holofotes sobre mim. –Minha voz vacilou um pouco e os meus olhos encheram-se de lágrimas. Não Fran, não desaba agora, espera mais um pouco...
Imperador: Caralho você não vê o que eu estou tentando fazer?
Fran: Você não está tentando fazer nada.
Imperador: Você não me deixa nem tentar, você tem toda essa barreira em torno de você.
Fran: Essa sou eu, acostume-se.

Imperador: Não vou me acostumar, não sou obrigado a nada.
Fran: Eu tenho uma prova agora, tchau. –Quando eu virei para poder ir, ele rapidamente tirou meu fichário das minhas mãos e subiu dois degraus.
Imperador: Você não está bem, faz segunda chamada.
Fran: Você não sabe nada de mim. Devolve meu fichário Bruno.
Imperador: Ah neguinha tu gosta de correr? Vem pegar teu fichário na toca do chefe. –Ele piscou e saiu correndo escadaria acima.
Fran: EU ODEIO VOCÊ, ODEIO! –Gritei de tanto ódio que as lágrimas caíram pesadas e quentes.
Soluçando de raiva eu subi as escadarias até a boca. Quando cheguei lá todo mundo ficou me olhando.
Fran: Cadê o Imperador? –Olhei para o Russo e ele sem dizer nada apontou para uma escada.
Subi as escadas fula da vida, abri a porta e fui parar no telhado da boca. O Imperador estava sentado na mureta lendo meu fichário.
Imperador: Sua letra é mó bonitinha mano, cheia de firula.
Fran: Vai tomar nesse seu cu, me devolve que eu preciso ir pra escola ser alguém de verdade. –Fui pegar meu fichário com raiva e ele o levantou no alto.
Imperador: Pega agora baixinha.
Fran: Me devolve essa merda. –Esbravejei dando tapas nele que pareciam ser inúteis.
Imperador: Eu tenho uma proposta pra você primeiro.
Fran: Proposta é o caralho, quero meu fichário.
Imperador: Para de ser marrenta, dona encrenca. –Ele riu e ai que eu fiquei mais puta.
Fran: Marrenta nada, eu quero essa merda.
Imperador: Eu dou, mas se você prometer não ir embora sem me escutar.
Fran: Eu vou para onde quiser, você não me manda.
Imperador: Mas não vai mesmo, um toque e os meus homens te prendem aqui.
Fran: Homens do seu pai.
Imperador: Um dia serão meus.
Fran: Um dia, mas não é hoje. Quem manda ainda é o seu pai e você não passa de um moleque não aprendeu a ser homem.
Imperador: Qual foi porra? Eu estou te tratando bem. –Ele ficou puto.
Fran: Não pedi agrado seu.
Imperador: Mal agradecida.
Fran: Estúpido.
Imperador: Então vai lá embaixo e pega a porra do seu fichário. –Ele tacou meu fichário lá de cima.
Fran: Por que você fez isso? Me diz Bruno? Você sente prazer em me fazer mal? –Dei socos e pontapés nele. Ele me segurou pelos braços me mantendo afastada e eu chorei de frustração, raiva, ódio.
Imperador: Olha nos meus olhos e responde: está tudo bem com você? –Ele disse convicto.

2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !Onde histórias criam vida. Descubra agora