141 º capítulo 🌼 cont

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Quando eu acordei tudo não passava de um borrão. Acordei sentindo o gosto de valão na minha boca, minha cabeça latejava e eu amaldiçoei o vizinho por estar ouvindo raça negra uma hora dessas. Olhei para um lado e para o outro. E fui reconhecendo. Estava no antigo quarto do Imperador na casa dos pais dele. Olhei para quem estava ao meu lado na cama e era a Luana. Fui levantando da cama e parecia que eu estava pisando em ovos. Fui ao banheiro, olhei para a minha cara de derrota através do espelho e toda aquela bebida se embrulhou no meu estômago. Eu estava louca para vomitar, mas me controlei. Escovei meus dentes como pude, arrumei meu cabelo que fedia a fumaça de cigarro e eu fedia a cachaça. Sai do banheiro e do quarto em seguida. Eu estava muito zonza, desci as escadas da casa com a mão na barriga, já estava prontinha pra vomitar. O Imperador dormia em um sofá e o Russo no chão. Parece que geral veio pra cá ein. Fui para a cozinha de onde vinham as vozes, quando entrei estava só a Catarina e a Thami.
Thami: Acordou foi bela adormecida? – Ela riu junto com a Cat.
Fran: Ai não grita. – Choraminguei.
Catarina: Ressaca amiga?
Fran: Estou morrendo. – Sentei em um banco e deitei a cabeça na bancada.
Thami: Amiga você não lembra de nada de ontem?
Fran: Nem fiz força pra lembrar, por quê? – E os meus pensamentos foram ficando cada vez mais claros, cada copo de bebida misturada indo goela abaixo, depois veio a mente eu falando um monte de besteira na cara do Imperador.
Catarina: Amiga você vomitou em cima do Imperador. – Elas caíram na gargalhada – Não cara, você do nada estava sentada no meio fio, ai tu levantou, não sei como você achou o Imperador naquela bagunça, chegou nele, botou o dedo na cara dele, falou um monte de merda. Menina, nisso ele te pegou na maior vontade né, eu crente que ia rolar um beijo pra calar tua boca. Você calou a boca de todo mundo, mulher tu vomitou o Imperador todo.
Fran: Ai que vergonha meu Deus... – Minha dignidade estava a zero. Eu lembrava mais ou menos de tudo, dos meus passos doidos, dos meus choramingos querendo o Imperador.
Thami: Amiga, tu foi ótima ontem, na boa mesmo.
Catarina: Imperador mereceu aquela vomitada mano, foi para fechar o ano.
Fran: Parem de ficar rindo da minha desgraça. – Olhei pra elas rindo. Minha sogra, corrigindo, minha ex sogra entrou na cozinha com um monte de compras. Seguida pela Maísa e a Fabi.
Fabi: Oi meninas. – Elas sorriram para gente.
Catarina: A Caverna do Dragão está exibindo novos episódios?
Babi: Que? Acho que não, por quê?
Catarina: Porque parece que vocês saíram da caverna.
Babi: Garota sai daqui, que eu vou te enfiar uma faca. – Eu e a Thami caímos na gargalhada.
Catarina: Ai me desculpa não aguentei. – Ela riu.
Maísa: Eu ainda sou sua sogra, me respeita.
Catarina: Não sogra, você é linda, falei só com a minha mãe e a tia Fabi.
Maísa: Rum, acho bom.
Fabi: Hm puxa saco.
Thami: Ah amiga, eu trouxe roupa pra você ta? Vai rolar um churras jaja, ai vamos almoçar aqui, toma isso aqui. – Ela me deu a sacola com as roupas.
Fran: Ih, Thami. – Eu não estava com o menor interesse em ficar ali e ver o Imperador o dia todo.
Catarina: Reclama não ein.
Babi: Ih por que ein? Vai deixar de comer da minha comida?
Fran: Que isso dona Babi, é que eu estou cansada.
Fabi: Nada disso garota, fica ai pra comer.
Fran: Posso usar o banheiro pra tomar um banho então?
Babi: Sabe que a casa é sua também, boba, vai lá. – Eu assenti e sai da cozinha ao mesmo tempo em que o Russo estava entrando.
Russo: E ai magrela.
Fran: E ai, Russo. – Ele riu me olhando. Fui indo em direção pelas escadas e o Imperador ainda dormia. Eu não queria olhar na cara dele de tanta vergonha que eu estava de ter vomitado em cima dele. Subi às escadas e fui para o quarto onde estive dormindo. A Luana ainda estava no vigésimo sono, entrei no banheiro, me despi e entrei no box. Tomei um banho demorado e ainda roubei um shampoo e condicionador que estava ali. Assim que sai do banho, eu me sequei, coloquei o biquíni que estava dentro da sacola. O biquíni era tomara que caia de babadinho preto. Já que as meninas estavam de biquíni também, certeza que iria rolar uma piscina. Coloquei um short jeans de lavagem clara desfiadinho e uma regata lisa branca. Penteei meu cabelo e sai do banheiro, desci às escadas e o Imperador estava acordado jogado no sofá vendo TV. Queria fazer a invisível, mas ele olhou para mim parada na escada.
Imperador: Ei. – Ele abriu um sorriso.
Fran: Oi. – Corei.
Imperador: Dormiu bem?
Fran: Tempos que não durmo aqui. – Sorri pra ele e fui em direção a cozinha
Imperador: Volta aqui. – Ele deu um pulo ficando de joelhos no sofá e segurou meu pulso.
Fran: O que foi? – Ele abriu um sorriso e eu corei - Fala logo o que você quer?
Imperador: Muitas coisas, deita aqui comigo pra ver TV.
Fran: Muita folga da minha parte, não acha?
Imperador: Sabe que não é.
Fran: Vou ajudar ali na cozinha.
Imperador: Qual foi Fran? Vem cá. – Ele insistiu no olhar, soltei o ar e cedi. Ele abriu um sorriso e eu dei volta no sofá. Ele deitou no sofá e eu sentei na beirada que ele deixou livre – Eu quero que deite comigo.
Fran: Abusado ein, acha que manda. – Ri.
Imperador: Ah só um pouco. – Rolei os olhos e deitei com ele. Não custou nada ele me envolveu nos braços dele e me fez virar pra ele jogando uma de suas pernas em cima de mim. Ainda bem que ele tinha escovado os dentes ein, só faltou o banho mesmo, porque ele estava fedendo a uma mistura horrível de cachaça, com o perfume dele, cigarro e maconha. Mas no fundo estava bom sabia? Ainda era o meu... Bruno.
Fran: O que você quer? – Sussurrei olhando nos olhos dele.
Imperador: Além de você? Mais nada.
Fran: Eu vomitei em você, Bruno. – Rimos.
Imperador: Mas tu é nojenta né garota? Nossa. Você me encheu de vomito. Pode cortar aquela camisa toda e fazer de pano de chão.
Fran: Para de ser fresco. Você ta fedendo e eu to deixando você me abraçar.
Imperador: Uma coisa é feder, outra é você me vomitar todo.
Fran: Você estava merecendo. – Fiz bico convencida.
Imperador: Ah é mesmo?
Fran: Claro que é. – Ele passou os dedos pelas minhas costas bem devagar fazendo carinho.
Imperador: Quero merecer outra coisa. – Ele foi aproximando seus lábios dos meus e eu não queria me sentir mais vulnerável a ele.
Fran: Bruno...
Imperador: O que?
Fran: Não vamos voltar nisso de novo. – Coloquei a mão entre nós dois e ele se afastou.
Imperador: Você chegou dizendo tudo aquilo pra mim porra.
Fran: Eu estava bêbada.
Imperador: Para de se iludir, Fran.
Fran: Bruno, eu já disse não. – Eu me soltei dele e levantei. Logo fui para a cozinha e todas me olhavam curiosas. E então olhei para o Russo.
Russo: Ai vocês voltaram? – Ele fingiu ser alguma mulher toda espalhafatosa, colocou as mãos no rosto e fez carinha fofa.
Catarina: Russo que isso? – Rimos.
Imperador: MAS QUE INFERNO. – Em seguida a porta da sala bateu com força ao ser fechada.
Babi: VAI QUEBRAR A PORRA DA PORTA DA SUA CASA SEU FILHO DA PUTA!
Maísa: Acho que isso responde a pergunta de todos né? – Eu soltei o ar e senti um nó se formar na minha garganta.

Thami: Mudando de assunto, a Fran está tão bonita né? – Ela me olhou sorrindo e eu puxei um banco pra sentar.
Fabi: Está mesmo. – Elas ficaram me olhando e eu fiquei toda sem graça.
Russo: Vou lá atrás do esquentadinho e tomar um banho. – Ele levantou e saiu.
Catarina: Vou contigo. – Ela foi atrás dele. Ainda bem que elas mudaram de assunto, porque eu não estava nenhum pouco a fim de assuntos relacionados a Imperador.
Churrasco saindo, som alto, bebida, almoço uma delícia, piscina e calorzão. Domingão perfeito! Apesar da minha relação estreita com o Imperador, eu me sentia cada vez mais acolhida por eles, as tias do Imperador ainda me chamavam de sobrinha. A Luana finalmente acordou e a Thami também trouxe roupa para ela.
O Imperador chegou junto com o Russo e a Catarina. Ele falou com todos ali e fingiu que eu não existia. Ótimo, agora ele seria o bebezão da mamãe. Que assim seja e eu passei a ignorá-lo também. Levantei do murinho que estava sentada e fui a mesa me servir.
Babi: Filho vai comer não?
Imperador: Vou, mãe. – O Russo chegou do meu lado na mesa com um prato na mão.
Russo: Mulher tu colocou o Imperador pra chorar. – Ele cochichou rindo no meu ouvido.
Fran: Ah o manda cagar. – Rolei os olhos
Russo: Deus me livre vacilar contigo.
Fran: Eu já perdoei todos os vacilos do Imperador, aquilo não foi vacilo. Porque vacilo por vacilo, eu também sou vacilona pra carai.
Russo: Nisso tu ta certa né. Mas quando você deixou a cachaça falar ontem, tu sabe né? Foi o coração falando.
Fran: Eu sei que meu coração fala e fala muita merda.
Russo: Pow magrela, tu sabe que não é merda. – Fizemos nossos pratos e ele foi sentar comigo pra comer dentro da casa. Sentamos no sofá e a Luana estava lá comendo com a Thami.
Fran: Acontece que eu não esqueço o que rolou.
Russo: Ninguém esquece né cara, mas tu ama o mano.
Thami: Hmm tão falando de Imperador é. – Ela riu me olhando.
Fran: Ai gente. – Suspirei e coloquei um garfo na minha boca.
Luana: Eu não vou declarar minha opinião.
Russo: Logo você? A dona das opiniões?
Luana: Sabe qual é o problema? É que todo mundo aqui tem uma opinião, só que eu não vi momento algum o Imperador ou Fran dizendo "Mas você acha que eu to errado?". Em nenhum momento a Fran chegou em mim me perguntando o que ela deveria fazer e nem o Imperador. Se eles chegaram a vocês, beleza, porque a mim não chegaram. Eu só dou uma opinião quando me pedem fora isso eu não vou ficar metendo minha língua no relacionamento alheio.
Fran: Eu ouvi um amém? – Era por isso que eu amava essa loira. Eu estava cansada de um monte de gente tocando nesse assunto, achando que eu devo perdoar o Imperador e cair nos braços dele. O que eu disse bêbada, morreu lá no baile. Agora eu sóbria, dona de mim, sabendo os passos que eu devo guiar. Porque ninguém é responsável por mim e nunca foi. Todos pareciam querer remoer aquele assunto, quando tudo o que eu queria era seguir em frente, ser feliz assim como ele mandou ser.

2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !Onde histórias criam vida. Descubra agora