62º capítulo ❄

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Catarina narrando
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Sim, grávida. Mas esse era o menor fato, pois eu não sabia como contar isso ao Russo. Impossível ser do Guilherme, nunca fui para a cama com ele, apenas dormimos juntos algumas vezes e não rolou nada além de umas mãos bobas.
Meu corpo inteiro doía, não era a primeira vez que o Imperador me batia. Já tive brigas com ele realmente violentas e ele sempre acabava ganhando, ou meus pais interferindo. Jogada no chão, sentindo muita dor, eu olhei para o Imperador sentindo vergonha de mim por está sujeita a essa humilhação.
Imperador: Grávida de quem? –Ele me fulminou com o olhar e tão fundo que pude ouvir.
Catarina: Não é óbvio?
Imperador: Óbvio? Eu desconheço você, Catarina. Então óbvio não é uma palavra que deva ser sinônimo das suas atitudes. –Ele deu um tapa de palavras na minha cara, me arrastei até a cama bagunçada ainda por conta de eu estar dormindo quando fui surpreendida e sentei tentando limpar com a blusa o sangue que escorria das partes com corte em meu rosto.
Catarina: Do Russo.
Imperador: Como pode afirmar? Você não está trepando com o Guilherme?
Catarina: Nunca fui para a cama com ele.
Imperador: Você espera que eu acredite nisso? –Ele riu incrédulo.
Catarina: Por favor, irmão...
Imperador: Eu não sou seu irmão.
Catarina: Não diz uma coisa dessas. –Senti meu coração pesar.
Imperador: Você é imatura, irresponsável, mimadinha demais. Trocou tudo e todos por macho.
Catarina: Eu estava com raiva.
Imperador: Raiva? Por favor, você estava se esfregando com um macho na entrada de casa.
Catarina: Era meu amigo.
Imperador: Aquilo não é amizade. O que eu tenho com o Russo é amizade.
Catarina: Vai me trocar pelo Russo?
Imperador: Ele nunca traiu minha confiança.
Catarina: Me ajuda Imperador.
Imperador: Vai atrás do Guilherme ué, agora que ta de barriga vai procurar sua família? -Eu chorava baixinho olhando para o meu colo sentindo o peso de todos os meus atos.
Catarina: Não faz assim.
Imperador: Catarina, junta suas coisas e eu quero você fora da casa dos meus pais está ouvindo? Chega de causar problemas, seu filho, seu problema. Conversa com o Russo e vê com o que ele vai fazer. Meus pais não vão se estressar com seus problemas mais. Você fez sua escolha e eu não vou tornar a repetir.
Catarina: E pra onde eu vou?

perador: Vai atrás dos seus amigos, aqueles mesmos que você gosta de curtir baile, vamos ver se eles irão ajudar você. –Dito isso, ele saiu do quarto e bateu a porta com força.
Sentindo dor, fui para o banheiro, tirei minha roupa e tomei um banho. Juntei todas as minhas forças para poder parar de chorar. Eu realmente iria terminar com o Guilherme, ele estava agindo muito estranho comigo e eu estava começando a desconfiar que ele estivesse ficando com outra mulher.
Após meu banho, fiz o curativo nas áreas onde estavam machucadas e vi as marcas que o Imperador havia deixado em meu corpo. Como ele ordenou, juntei minhas roupas em malas e fui saindo do meu quarto. Meu pai estava subindo as escadas na mesma hora que eu estava já na metade do corredor.
JR: Pra onde vai?
Catarina: Eu vou caçar um canto pra morar... –Não conseguir segurar mais, então as lágrimas caíram pesadas.
JR: Vai embora com o Guilherme?
Catarina: Não com o Guilherme, nem com ninguém. Eu vou sozinha, não vou mais causar problema para você e para mamãe. –Sequei minhas lágrimas que insistiam em cair junto com meu soluço alto.
JR: Que marcas são essas, Catarina? –Ele se aproximou pegando no meu braço.
Catarina: Imperador brigou comigo.
JR: Ele perdeu a noção? –Ele segurou no meu rosto analisando e pude ver o olhar do meu pai sobre o meu.
Catarina: Pai, me perdoa, eu venho sendo uma péssima filha para você e para mamãe.
JR: Claro que eu perdoou. –Ele me abraçou-. Você não precisa ir embora.
Catarina: Sim, eu preciso. Eu já tenho 20 anos e vivo na aba de vocês.
JR: Não, Catarina. –Me afastei do meu pai.
Catarina: Eu estou indo, pai. Eu preciso crescer, preciso pensar, eu fiz muito merda. E hoje, o Imperador mostrou para mim o quanto estive enganada. O quanto eu estou errada na história.
JR: Você só se perdeu, Catarina. Você vai embora e vai ficar onde? Num barraco qualquer dentro da favela? Vai comer o que? Você nem trabalha.
Catarina: Pai, não precisa se preocupar. Eu vou ficar bem.
JR: Eu vou ligar pra sua mãe.
Catarina: Deixa minha mãe. Na minha idade ela já cuidava de mim e do Imperador, da casa, estudava e eu? Quem sou eu? O Imperador já me mandou ir embora, não vou mais causar problemas com ele. Você sabe que se eu não for, ele me arranca daqui a força e nem para o morro eu subo mais.
JR: Ele não tem esse direito, essa casa é minha.
Catarina: A casa que fica dentro do morro dele não é? Você abriu mão do seu posto, agora é a vez do Imperador. E eu não tiro a razão dele. –Me afastei do meu pai e comecei a descer as escadas.
JR: Eu vou arrumar uma casa pra você.
Catarina: Pai, por favor, me deixa ir. –Puxei minhas malas e sentindo muita dor sai da casa dos meus pais.

2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !Onde histórias criam vida. Descubra agora