133 º capítulo 💎 cont

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Imperador: Eu sei disso, pai.
JR: Sabe e não muda, não tenta consertar. A Manu só fez o que ela queria, chegou ontem, tumultuou e finalizou com você e a Fran chegando aonde vocês chegaram. Porra Bruno, quando tu vai deixar de ser moleque cara? Me orgulho pra caralho de você, quando você toma a frente de alguma decisão, pensa antes de agir. Mas tem coisas tão pequenas que você poderia ta fazendo direito.
Imperador: Eu não sou perfeito, pai.
JR: E quem é? – Ele me olhou.
Imperador: Ninguém é, mas todo mundo espera que eu seja como você.
JR: Ninguém nunca disse isso pra você, meu filho.
Imperador: Não precisa dizer, basta olhar beleza? Eu perdi a Fran, decepcionei você e a minha mãe, não to cuidando nem da minha filha que ta vindo ai. Olha o que eu fiz com a Fran porra?
JR: Eu sei o que você fez com a Fran. E quando sua mãe estava grávida de você e da sua irmã eu fiz também, se não pior, e tudo isso por ciúmes. Eu poderia ter matado você e a sua irmã, sua mãe poderia ter sumido da minha vida. Bruno você noção do que é isso? Sua mãe nunca se esqueceu desse dia e só de olhar pra ela não me deixa esquecer. Mas superamos, isso tudo juntos. E eu escolhi melhorar e não me afundar. Tu vai escolher o que? Vai melhorar ou vai deixar tudo como está?
Imperador: A Fran não é a minha mãe, o senhor sabe disso.
JR: Sei, claro que sei. E sei também que ela te ama. Sou testemunha da história de vocês dois.
Imperador: E como você consegue lidar com isso tudo? Eu não consigo.
JR: Ta na hora de ser gente grande, Imperador. Eu sei que exigi muito de você esses anos. Até barba na cara queria que tivesse. Mas to aqui te dando um toque, te dizendo no que você precisa acertar. Dá um passo de cada vez, dá um tempo pra Fran respirar e pra você também. Vai procurar saber da sua filha, do que a Manu está precisando. Esquece-se da raiva que tu sente por ela e faz o que você precisa fazer. Assume tua posição aqui dentro do morro, dá aquela moral para os moradores, fortalece seus homens e vai atrás da sua mulher. Só não se perde na culpa. Superar é bem melhor do que um pedido de desculpas, digo isso porque eu sei que a sua mãe nunca me desculpou pelo o que fiz, apesar dela dizer que sim. – Ele saiu andando e me deixou ali com mil fitas na mente. Meu coroa tinha toda razão.
Voltei pra minha casa, tomei aquele banho, me ajeitei no estilo e ao abrir o guarda roupa vi as roupas da Fran ainda nos cabides. O cheiro gostoso dela estava em todos os lugares e eu estava decidido que ela voltaria pra mim. Eu iria fazer tudo pra ter essa mulher de volta.

Pedi a uns moleques pra dar uma moral na mudança da Catarina, passei pra pegar uma grana, montei na moto e fui parar na casa da Manu. Assim que toquei a campanhia quem atendeu foi ela.
Imperador: Bora conversar? – Ela abriu um sorriso.
Manu: Voltou?
Imperador: Sabe que não. – Ela me deu passagem e ficamos no quintal da casa dela. A mãe dela sempre me odiou, então entrar estava fora das possibilidades.
Manu: Me diz o que é então.
Imperador: Quero te pedir desculpas.
Manu: O que? – Ela riu.
Imperador: Para de rir, to falando no sério. – Cruzei os braços – Vim aqui pedir desculpas por ter deixado você na mão esses meses, por não ta te procurando pra saber da nossa filha. E que apesar da correria eu vou tirar mais tempo pra ela, vou te mandar dinheiro tudo certo, não vou deixar faltar nada, quando tu quiser subir pra lá morro só me avisar que eu mando te buscarem. E que quando a nossa filha tiver maiorzinha vou ficar com ela sempre que tu quiser pra você sair com tuas amigas. Só quero que tu saiba que eu não vou te deixar sozinha nessa beleza?
Manu: Não brinca com essas coisas, Imperador. – Ela abaixou a cabeça.
Imperador: Que? Eu não to brincando. – A fiz levantar a cabeça.
Manu: Ela não é um brinquedo.
Imperador: Porra eu sei que vacilei esses meses contigo, Manu. Mas eu quero acertar as minhas contas. To em dívida e vou te ajudar a criar. Já escolheu um nome?
Manu: Ainda não. Eu queria que você escolhesse, mas as circunstâncias...
Imperador: Você nunca deu uma chance das coisas serem diferentes, Manu.
Manu: Aquela garota me tomou de você.
Imperador: Não quero você falando da Fran, beleza?
Manu: Eu to falando alguma mentira?
Imperador: Porra, Manu, você que sempre pisou na bola comigo. Mas isso não vem ao caso não, esse passado ai ta morto. Minha meta agora é outra, meu contato contigo é só pela nossa filha.
Manu: Tudo bem.
Imperador: E a propósito eu gosto de Gabriela e Sofia.
Manu: Escolhe um dos dois.
Imperador: Quando nascer a gente decide qual é o melhor pra ela. – Beijei o rosto dela – Estou indo, se cuida beleza? E cuida da nossa filha. – Peguei o dinheiro do bolso e dei na mão dela.
Manu: Obrigado.
Imperador: Não é nada. – Me aproximei um pouco alisando sua barriga fazendo carinho e uma sensação diferente percorreu em mim. Não ruim, mas muito boa. Apesar do meu primeiro filho não ser com a mulher que eu amo, não faltaria amor e carinho para a minha filha com a Manu. Fui embora da casa dela, me sentindo até mesmo um pouco melhor.
Mas esse pouco melhor se partiu em mil pedaços quando cheguei a minha casa e a Fran estava descendo as escadas com duas malas grandes. Ela parou na metade da escada olhando para mim e eu não tive nem o que dizer. Meu olhar percorreu pelo corpo dela e eu vi as marcas roxas nos pulsos dela. Marcas que eu deixei. Ela quebrou o olhar terminando de descer as escadas.
Fran: Não precisa se preocupar, eu já peguei tudo. – Ela falou ao passar por mim e eu imbecil estava a deixando ir para longe de mim.

2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !Onde histórias criam vida. Descubra agora