Tota: Quem é João? O cara que o trem pegou? –Ele deu uma risadinha.
Fran: Você está rindo seu nojento? –Olhei com nojo pra ele-. O João foi a minha salvação, a pessoa que ficou do meu lado, que me levantou enquanto você estava em São Paulo se divertindo com mulheres e bebidas. O mesmo João, muitas vezes me defendeu do meu padrasto, o homem que a minha mãe substituiu nosso pai. Ele bate na minha mãe, a ofende e como o Thierry me usou como objeto de prazer. E você ainda ri? Você ainda consegue sentir orgulho do trem? Você ainda se orgulha de ter fugido enquanto eu ia me esquecendo de um irmão mais velho que deveria ter me protegido. Você não é meu irmão, Caíque. Nem deveria usar o apelido do papai, porque você não é motivo de orgulho para ele. –Ele me soltou perplexo, com o olhar vidrado no meu.
Tota: Franciellen...
Fran: Vai embora daqui Caíque. Continua agindo como se eu não existisse.
Tota: Não... –Eu dei as costas para ele, peguei minha mochila e comecei a sair dali. Ele me pegou pelo braço e me jogou contra a parede.
Fran: Me larga.
Tota: Me ouve Franciellen.
Fran: Não quero ouvir você. –Virei a cara.
Tota: Eu ia ser preso porra e se ficasse aqui iriam me matar. –Ele falou nervoso.
Fran: Você só voltou por interesse, Tota. –Debochei.
Tota: Não me julga errado, como eu voltaria pra casa? Me explica!
Fran: Como você teve coragem de me esquecer? Como ignorou toda a existência da nossa família?
Tota: Eu nunca deixei de amar vocês. –Ele falou segurando meu rosto e me fazendo olhar pra ele enquanto eu fechava os olhos tentando conter as lágrimas.
Fran: O que é mais importante: o morro ou eu? –Abri os olhos e parei de lutar-. Me responde agora, Caíque. Ou sou eu ou é o morro. De qual lado você vai ficar? A lei do morro é dura, o que você faria com o homem que estupra? -Ele se afastou de mim, levantou a camisa mostrando uma barriga toda tatuada e tirou sua arma a colocando no chão. Meu coração batia acelerado, parecia que ia sair da boca a qualquer momento. Ainda agachado no chão, ele olhou para mim.
Tota: Eu sou um homem agora, errei pra caralho no passado. Você antes do morro, Franciellen. Se eu vim atrás de você era pra saber da verdade, não esperava que essa fosse a real situação. Eu vim com o intuito de te matar mesmo, não vou mentir, pensei que tu tivesse virado uma piranha de bandido. Não diz que eu não sou seu irmão, porque eu sou. Posso não merecer, mas eu vou mostrar que sou diferente. Deixa eu te conhecer, Fran. –Fiquei quieta recuperando meu fôlego tentando processar as palavras dele.
Fran: Levanta do chão, não tem cadeira em casa não? –Ele deu uma risadinha e levantou vindo me abraçar e eu pude sentir o cheiro gostoso do perfume dele.
Tota: Quero que você conheça minha mulher e a minha filha.
Fran: Eu tenho sobrinha?
Tota: Tem sim, pequena. Quantos anos você está agora?
Fran: 17.
Tota: Verdade, você era mó pirralha quando eu meti o pé.
Xxx: QUE PORRA É ESSA? –Olhei para o lado da escada e o Imperador estava parado na escada já com arma em punho.Fran: Imperador não faz isso. –Entrei na frente do Tota e o segurei.
Imperador: O que ele está fazendo aqui, Franciellen?
Tota: Eu só vim conversar com ela, calma cara.
Imperador: Calma é o caralho, Franciellen sai da frente agora.
Fran: Bruno, por favor, não faz isso. Apenas conversamos, ele não sabia do que o Thierry havia feito. –Eu fui me aproximando do Imperador com a arma mirada pra mim.
Imperador: Eu disse que não queria você metida com os assuntos do morro, Fran. –Ele me olhou bravo agora com a arma por cima do meu ombro. Ele desceu o olhar para mim e eu não tirei o meu olhar do dele.
Fran: Abaixa a arma, Bruno, vamos conversar lá embaixo. Por favor, neguinho. –Coloquei a mão no peito dele.
Imperador: Tudo bem. –Ele abaixou a arma e eu olhei para o Tota que estava parado no corredor com os braços cruzados.
Fran: Vamos lá pra baixo. –Passei pelo Imperador e comecei a descer as escadas.
Tota: Que isso cara, somos parceiros.
Imperador: Não sou parceiro de ninguém. –Ele disse mal humorado.
Fran: Não deixa o Russo te ouvir falando isso.
Tota: Fiquei curioso demais para descobrir mais sobre a minha irmã. –Sentamos no sofá e o Imperador colocou a arma na mesa de centro e olhou fixo para o Tota.
Fran: Eu vou dar um soco em você. –Olhei para o Imperador.
Imperador: Não estou com paciência hoje.
Tota: Então acho melhor eu voltar outro dia.
Imperador: Também acho, volte para o buraco de onde você não deveria ter saído e cuidado para não tomar um tiro na saída. –Ele levantou do sofá e abriu a porta.
Tota: Vou te obedecer cunhadinho. –Ele riu debochado, levantou do sofá e passou pelo Imperador, que bateu a porta com força quando o Tota saiu.
Fran: Qual foi Imperador? –Levantei do sofá, cruzei os braços e olhei para ele.
Imperador: Você o convidou pra cá? –Ele me olhou bravo.
Fran: Não, ele me procurou no Whatsapp e do nada ele já estava aqui dentro de casa.
Imperador: Como assim porra?
Fran: Eu não sei por onde ele entrou, eu juro.
Imperador: Eu quero saber de tudo o que rolou, pode falando. –Ele sentou aborrecido no sofá.
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2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !
AdventurePrimeira TEMPORADA NAS MINHAS OBRAS. - 20 anos se passaram após o nascimento de Bruno e Catarina. ㅤ ㅤ ㅤ ㅤNotas 〰 Créditos Total da Escritora Mabelle ❤ 〰 Essa web é repostada então ela, já está pronta, não fiquem triste caso aconteça algo que vcs...