ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ Algum meses depois...
As coisas estavam começando a se encaixar. Heitor foi o primeiro a morrer, depois o Tota e por último o Thierry. Eu não tive pena nenhuma dos filhos da puta e nem queria ter. A Fran e a minha pequenina estavam na casa dos meus pais e a mãe da Fran estava ficando aqui pra ajudá-la no que fosse preciso. As duas passavam um bom tempo conversando e eu era louco para saber o conteúdo da conversa. Cheguei na casa dos meus pais por volta das 19 horas, passei pela cozinha para dar um beijo na minha coroa.
Babi: Hmm que beijo gostoso filho. – Ela sorriu.
Imperador: Cadê a Fran?
Babi: Lá em cima, depois ajuda ela descer, janta já está quase pronta. – Subi correndo para o segundo andar e cheguei ao quarto onde ela estava ficando. A minha pequenina estava dormindo no berço e eu olhei para a Fran sorrindo e ela retribuiu o sorriso.
Imperador: Dormiu agora? – Perguntei da Carolina.
Fran: Mamou e dormiu.
Imperador: E sua mãe?
Fran: Ela foi em casa, ajeitar umas coisas.
Imperador: Podemos conversar?
Fran: Precisamos né? – Ela riu.
Imperador: Sim. – Ri e me joguei deitado ao lado dela na cama.
Fran: Abusado. – Ela me deu um tapinha.
Imperador: Só um pouco.
Fran: E como que ta a Gabi?
Imperador: Uma bolotinha, chega cansa o braço.
Fran: Tadinha da menina.
Imperador: Ai mas é meu amorzinho. Hoje dei uma volta por ai com a Cat, compramos umas roupinhas para a Carol.
Fran: Umas roupinhas? – Ela me olhou sorrindo.
Imperador: Você já viu? Porra Catarina é foda mano.
Fran: Ela tem uma roupa para cada dia do ano. –Ela riu.
Imperador: Qual foi? Filha minha tem que andar no estilo. Tem que puxar o pai ué.
Fran: Deus me livre se ela puxar você.
Imperador: Ta ligado nas fotos que minha mãe te mostrou né? Minha cara quando eu era bebê.
Fran: Me recuso. – Rolei os olhos.
Imperador: Aceita que dói menos. – Sorri – Mas ein, a gente não ia conversar? – Fiquei de bruços na cama e passei o braço em volta da cintura dela.
Fran: É, precisamos nego. – Ela colocou suas mãos no meu braço fazendo carinho – Mas você não vai gostar nada.
Imperador: Como assim?
Fran: Eu só quero que me entenda, por favor. Eu não me sinto bem morando aqui no morro, tudo é tão recente, eu ainda tenho pesadelos com aqueles dias horríveis. Eu mal consigo dormir no escuro e eu sinto que isso afeta a Carol.
Imperador: Você vai embora? É isso?
Fran: Eu não vou te privar de vê-la, não vou te privar de nada. Mas eu só não quero criar minha filha nesse meio.
Imperador: Então quer dizer que... – Olhei pra ela sentindo meu coração doer.
Fran: Foi muito difícil para mim tomar essa decisão, Bruno. Tudo o que eu mais pensava quando estava nas mãos daqueles filhos da puta era em você e na Carol. Isso que me manteve firme. Meu amor por vocês. Mas eu não consigo mais ficar aqui. Não quero que a minha filha saiba do que ela passou, eu quero apagar isso das nossas vidas. Eu quero que ela tenha um tratamento adequado, que ela possa se desenvolver bem.
Eu respirei fundo e fiquei quieto digerindo tudo aquilo que ela estava falando. E eu a entendia. Eu não queria que a minha filha sofresse novamente e as imagens dela jogada no meu portão ainda faziam meu peito doer. E essa vida sempre iria a expor ao perigo. E por amor a ela e a Fran eu coloquei as minhas vontades de lado.
Imperador: Minha menina, eu entendo você. – Coloquei minha mão na bochecha dela e fiz carinho com o polegar – Eu te amo sabia?
Fran: Eu também te amo muito, Bruno.
Imperador: Um dia você volta para mim?
Fran: Eu sempre pertenci a você. – Ela segurou na minha mão a beijando – Mas agora as coisas são diferentes.
Imperador: Sim, elas são. E eu não quero te prender aqui sabendo que não está bem, meu amor.
Fran: Mesmo? Não vai gritar e xingar?
Imperador: Eu já te perdi o suficiente para saber que nada disso resolve.
Fran: Eu encontrei uma casa em Minas Gerais. Eu vou pra lá com a Carol e minha mãe vai pra me ajudar também. Acho que depois de tudo, todos precisamos de um recomeço. – Aquilo estava doendo em nós dois. Ambos sabíamos o que aquilo representava e eu não estava em posição para ser moleque novamente com a Fran.
Naquela noite dormimos juntos, sem maldade nenhuma até porque a Carol não deixou. Mas eu só queria aproveitar cada segundo restante ao lado da minha magrela. Ela dormiu em meus braços enquanto eu fazia cafuné nela. Durante a madrugada a Carol acordou e eu peguei para deixar a Fran dormir mais um pouco. Eu não queria mais ver minha pequenina machucada, não queria que ela entrasse em um hospital entre a vida e a morte. E se em Minas Gerais a segurança estava garantida, bem, eu as deixaria ir em paz. Claro que eu não estava feliz com isso, era uma parte de mim que estava indo morar em outro estado, no entanto agora não era o momento para ser egoísta.
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2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !
AdventurePrimeira TEMPORADA NAS MINHAS OBRAS. - 20 anos se passaram após o nascimento de Bruno e Catarina. ㅤ ㅤ ㅤ ㅤNotas 〰 Créditos Total da Escritora Mabelle ❤ 〰 Essa web é repostada então ela, já está pronta, não fiquem triste caso aconteça algo que vcs...